Capítulo 1: Introdução

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"As massas nunca buscaram a verdade. Elas desviam-se de evidências que não lhes agradam, preferindo deificar o erro se o erro as seduzir. Quem quer que lhes forneça ilusões facilmente se torna seu mestre; quem tenta destruir suas ilusões sempre é sua vítima."
- Gustave Le Bon

» Sobre o autor desta citação:

Gustave Le Bon foi um polímata francês, mais conhecido por seu trabalho em psicologia social e psicologia das multidões. Ele foi o autor do influente livro A Multidão: Um Estudo da Mente Popular, que explorou o comportamento das multidões e a psicologia por trás do comportamento coletivo. Seu trabalho teve um impacto significativo na compreensão da psicologia das massas e da dinâmica de grupo.

A afirmação de Gustave Le Bon ilumina a intrincada relação entre verdade, percepção e a inclinação das massas em direção à ilusão. Ele sugere que o psiquismo coletivo das massas tende a resistir à verdade quando esta desafia suas concepções prévias ou desejos. Em vez disso, elas se inclinam para ilusões que oferecem conforto ou validação, mesmo que sejam baseadas em falsidades. Nessa dinâmica, aqueles que manipulam ou fornecem essas ilusões exercem considerável influência, enquanto aqueles que tentam desmantelá-las frequentemente enfrentam resistência e reações negativas. A observação de Le Bon sublinha a fragilidade da verdade diante da psicologia humana e das dinâmicas de poder dentro da sociedade.

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Segundo o psicólogo Carl Jung, a maior ameaça à civilização não reside nas forças da natureza, nem em qualquer doença física, mas sim em nossa incapacidade de lidar com as forças de nossa própria psique. Somos nossos piores inimigos, ou como diz o provérbio latino, "o homem é um lobo para o homem". Em Civilização em Transição, Jung afirma que este provérbio é uma verdade triste, porém eterna, e nossas tendências "lobisomem" se manifestam de forma mais proeminente nos momentos da história em que a doença mental se torna a norma, em vez da exceção em uma sociedade, uma situação que Jung denominou como uma epidemia psíquica.

"De fato, está se tornando cada vez mais óbvio", ele escreve, "que não são a fome, os terremotos, os micróbios, nem o câncer, mas sim o próprio homem, que representa o maior perigo para o homem. Pelo simples motivo de que não há proteção adequada contra epidemias psíquicas, que são infinitamente mais devastadoras do que as piores catástrofes naturais."

Neste artigo, vamos explorar a mais perigosa de todas as epidemias psíquicas: a psicose em massa. Uma psicose em massa é uma epidemia de loucura, e ocorre quando uma grande parte da sociedade perde contato com a realidade e mergulha em delírios. Tal fenômeno não é coisa de ficção. Dois exemplos de psicose em massa são as caças às bruxas americanas e europeias dos séculos XVI e XVII, e o surgimento do totalitarismo no século XX. Durante as caças às bruxas, milhares de indivíduos, principalmente mulheres, foram mortos, não por crimes que cometeram, mas porque se tornaram bodes expiatórios de sociedades enlouquecidas.

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PSICOSE EM MASSA: Como uma população inteira se torna mentalmente doente.Onde histórias criam vida. Descubra agora