The Space Between Us | Snarry

Parte III

"QUER ME CONTAR O QUE ACONTECEU?" Harry gritou, tremendo de raiva enquanto observava o homem em quem ele passou a confiar silenciosamente - e magicamente - modificando as memórias dos homens que vieram prendê-lo.

"Como é que o Sr. 'Eu não posso fazer mágica' consegue, de repente, fazer a TERRA TREMER com um feitiço tão poderoso?"

"Eu posso fazer mágica", disse Snape sem rodeios, levantando-se do corpo do último Auror. Ele segurava sua varinha quase que desafiadoramente. "Eu sempre pude fazer mágica."

"Eu... o quê?" Harry engasgou, sua cabeça girando.

Snape olhou para ele com tristeza, como se soubesse que esse momento já estava previsto há muito tempo.

O que aparentemente era o caso, o bastardo mentiroso.

"Minhas poções – todas aquelas vezes que você suspeitou – foram todas um fracasso. Minha magia está tão intacta agora como sempre esteve," Snape disse, baixo, olhando para Harry atentamente. "Mas ouça -"

"Então você estava me enrolando! Você me deu poções falsas e... e riu de mim pelas costas..." Harry gritou, tremendo agora, quando a traição de Snape começou a se tornar evidente.

"Não," Snape rosnou, os olhos brilhando de dor e os punhos cerrados. "Você não – as suas eram todas reais. Eu fiz... estou fazendo... minhas melhores tentativas para curar você..."

"Eu não acredito em você – por que eu deveria acreditar em algo que você diz?" Harry retrucou, virando-se. "Achei que você compartilhasse minha dor, pensei que você estava realmente tentando nos curar -"

"Eu estou," Snape sussurrou, e sua voz falhou. "Estou tentando ao máximo encontrar algo que possa ajudá-lo. Minha própria situação é secundária a isso."

"Mas por que você mentiu sobre isso?" Harry implorou a ele. "Por que me dizer que você não pode lançar feitiços?"

"Se você se lembra, você me rejeitou, disse que seria a última vez que eu veria você", disse Snape, suavemente.

"Então foi um incentivo para me levar para a cama?" Harry perguntou, com as mãos trêmulas. "Você inventou isso para que eu pudesse vir e deitar com você..."

"Eu queria ajudá-lo," Snape respondeu solenemente. "Como eu poderia deixar você em paz -"

"Você mentiu para conseguir sexo. Isso é tudo, realmente. Deus, você deve ter pensado que eu era um idiota – por não perceber que suas poções eram falsas!"

Snape fez uma pausa.

"Se você fosse, ah, Draco Malfoy, por exemplo, confesso que teria tido mais dificuldade em escondê-las de você -"

"Aquele garoto estúpido, o Potter, que não sabe distinguir algaroba de... de... Sim, eu escolho ele; ele nunca adivinharia, ele não sabe distinguir o cotovelo do traseiro, na verdade -" Harry ofegou.

"Não foi assim", disse Snape, estendendo a mão para Harry suplicante, o rosto magro, sério e pálido. "Eu apenas quis dizer que não precisava ir muito longe, não que não precisasse tentar. Houve momentos em que você quase adivinhou, não foi?" ele acrescentou, implorando.

"Você não pode melhorar isso me lembrando que não sou completamente estúpido!" Harry gritou com ele. "Não acredito que você mentiu para me levar para a cama, você me traiu, Severus! Tão completamente..."

O rosto de Snape caiu.

"Gostaria que você parasse de dizer que tudo isso tem a ver com sexo", ele retrucou, o lábio superior se curvando em óbvio desgosto.