Capítulo único

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E lá estava Shoto, mais uma vez o observando escondido. Nunca imaginou que ele se tornaria a pessoa que o faria duvidar dos próprios sentimentos, mas aqui estava ele. Mais uma vez, ouvindo escondido, o melhor amigo de seu namorado tocar lindamente ao piano da sala de musica.

 Poucos se interessavam por musica, e muitos nem sabe da existência dessa sala, o próprio shoto só descobriu há alguns meses, e se surpreendeu com a figura loira em frente ao piano.

 Bakugou não é o tipo que cara que você imaginaria tocando uma linda melodia ao piano, não fazia o estilo dele, mas vê-lo tocar, fez com que Shoto percebesse que ao contrario da bateria, o piano era o par perfeito para Bakugou.

 Em uma das muitas noites que Shoto passou a ouvir Bakugou em segredo, ele sem querer fora descoberto pelo loiro.

–O que faz aqui, meio merda? – Claro que o loiro não tratou ele tão gentilmente.

–É a sala de musica, vim tocar– Shoto usou a primeira desculpa que veio em sua mente.

–Duvido que saiba tocar alguma coisa. – Bakugou rir

–Pois fique sabendo, que eu toco muito bem. – Shoto não queria que Bakgou soubesse que o estava espionado.

–Então vá em frente, toque alguma coisa.

 Shoto olhou para todos os instrumentos que tinha na sala, rezando para que tivesse o único que ele sabia tocar. Deu um leve sorriso quando viu o violino pendurado lindamente. Caminhou ate o instrumento, olhou com nostalgia, fazia tempo que não tocava.

–Violino, que clichê. – Bakugou zombou.

–Você toca piano, não tem moral para falar do meu violino. – Bakugou levantou as mãos em forma de rendição, shoto rio.

 O meio ruivo então começou a tocar a primeira musica que veio em sua mente, era uma musica meio que idiota, mas era a musica que mais adorava cantar.

 Quando as primeiras notas saíram do violino, Bakugou rio, mas então acompanhou shoto a tocar Bink’s No Sake no piano. Shoto rio quando o piano o acompanhou. Mas ficou surpreso quando Bakugou começou a cantar.

 A voz grosa dele dava um ar de seriedade para a musica, se eu não soubesse tocar essa música até de trás para frente teria errado e desafinado legal, bakugo não para de me surpreender.

 Quando finalmente terminamos a música, Bakugou virou-se para mim.

–Então o principezinho da faculdade não passa de um otaku? – Ele pergunta debochadamente.

–Você também é! – Shoto retrucou.

 Bakugou apenas levantou e caminhou ate a porta com as mãos nos bolsos.

–Se você contar para alguém que Bakugou Katsuki tocou a musica Brink’ No Sake no piano, e pior, que também cantou, irão rir de você e te chamar de louco. – Shoto deu uma leve rizada. Ele estava certo.

 Então Bakugou abriu a porta da salade música.

–Espero que você saiba tocar a de Damon Slayer também. – Shoto ficou confuso. – Te vejo amanhã meio merda.

 Shoto ficou confuso, ele tinha um encontro com Katsuki, na sala de música. Para tocar musica de animes? Algo de errado não esta acerto.

....

 Fazia mais de um mês que os dois passaram a tocar juntos escondidos na sala de música, era um momento só deles, e shoto gostava disso, e esperava que Bakugou também apreciasse esse tempo.

–Deku acha que você esta estranho. – Diz Bakugou do nada em um noite, após eles terminarem de tocar um clássico de Beethoven.

–Como assim? – Pergunta ele confuso.

–Deku acha que você esta estranho, mais distante. – Bakugou não o olha nos olhos em nenhum momento. –Meio a meio, você esta traindo o Izuku?

 Bakugou raramente chamava o amigo pelo primeiro nome, e quando acontecia, o assunto relamente era serio.

–Não, eu nunca faria isso. – Diz Shoto sem pensar duas vezes.

–Então por qual motivo? – Bakugou não gostava de se intrometer na vida dos outros, mas, por mais que não parecesse, não gostava de ver seus amigos tristes, ou vê-los chorar. E do jeito que Izuku entro em seu quarto ontem e despejou sobre ele a dúvida que começava a crescer sobre o meio ruivo. Fez com que ele iniciasse esse assunto.

–Estou confuso. – Shoto decidiu ser sincero.

–Sobre? – Bakugou não queria ser terapeuta, mas talvez devesse isso a Midoryia.

–Eu não sei se ele é o cara certo para mim. – Shoto suspirou.

–Vocês namoram desde o ensino médio. Se ele não fosse o cara certo, você teria descoberto a, sei lá, quatro anos atras? – Bakugou zombou.

Shoto e Izuku namoravam desde o segundo ano do ensino médio, contando direito, faz uns sete anos que eles estão juntos.

–Eu não sei Bakugo, ele meio que não me completa. – Shoto suspirou. –Achei alguém que se encaixa mais comigo.

–Você esta traindo meu amigo seu filho da puta? – Pergunta curto e grosso.

–Nunca faria isso com ele, nem com ninguém. – Shoto se sentiu ofendido.

–Então...?

–Então nada, estou confuso se midoryia é realmente o cara certo para mim. – Shoto pôs o violino de lado. –Eu achei alguém com quem compartilhar os meus gostos, os meus amores, alguém com quem realmente posso me abrir sobre o que eu amo, sem medo de ser julgado ou que tirem sarro da minha cara por ser coisas consideradas infantis.

Bakugou sacou tudo, o jeito que shoto o olhava enquanto explicava, aquele brilho nos olhos dele. Bakugou sentiu um nó na garganta, era ele. Era ele quem estava fazendo shoto duvidar do amor pelo seu melhor amigo.

 Ele era o culpado por Shoto ter deixado midoryia de lado, e sem querer, ele era o culpado por cada lagrima de Izuko. Ele se odiou, se odiou por fazer seu amigo se sentir assim, e se odiou ainda mais por ficar feliz que shoto sente algo por ele.

 Ele estaria mentindo se dissesse que não sentia nada pelo meio ruivo. Ele em hipótese alguma iria deixar que sentimentos levianos destruíssem o relacionamento de seu melhor amigo. A realidade, Bakugou não estava nem ai para o relacionamento, não queria perder a amizade de Izuko, era a única coisa que ele tinha que ainda valia apena lutar.

–E se essa pessoa não sentir o mesmo de volta? – Falou sentindo um imenso vazio.

–E se ela sentir? – Shoto insistiu. –Você sente algo?

–Shoto, o que sente por mim? – Bakugou foi direto.

–Estou começando a amar você! – Shoto foi mais direto ainda.

–Então sugiro que pare. Vou quebrar seu coração agora, e espero que não faça o mesmo com o do Midoryia. –Dizer isso doeu, mas foi necessário.

 Naquela noite, shoto tocou, mas não foi acompanhado por Bakugou.

Naquela mesma noite, Katsuki chorou, mas não foi ouvido por Todoroki.

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