Capítulo 3: Yoichi Isagi

59 1 3
                                    

O dia passou literalmente voando, Sayaka perguntava sempre como eu estava (sempre respondo com: "estou bem, obrigada"), as gêmeas me contaram sobre a viagem delas até a Coreia e eu falando sobre a nova cafeteria do bairro que abriu há dois meses.

Depois de se despedir das três pestes, fui até o cemitério visitar o túmulo dos meus pais. Sempre depois das aulas, eu visito o local. Minha mão passava pela lápide escrita:

Aqui jaz Miyuki Ishiyama
1974-2010
E Kyosuki Ishiyama
1973-2010
Amado casal e pais jamais será esquecido

Sim, e não foram.

Sorri, sentei no chão. Tirei meu diário e minha caneta da mochila. Respirei, o dia de hoje foi bem agitado, mas estou viva, não aconteceu nada de mal.

Querido diário,

Sobrevivi ao dia de hoje, eu devo ter falado "estou bem, obrigada" umas 37 vezes.

Nenhuma delas era real. Mas ninguém percebeu.

Quando as pessoas perguntam como você está de verdade, elas querem saber de respostas.

Que chega a ser irritante.

Quando ia escrever a próxima palavra, um grasnado foi ouvido. Olhei para o túmulo dos meus pais e havia um corvo. Ele grasnava alto.

- Tá bom. Oi ave. - O animal respondeu de volta.

Corvo: Vai se tratar, menina.

- Que resposta mais estranha. - Fechei o diário e o guardei junto a caneta.

Uma pequena névoa que estava ao meu redor começa a aumentar, transformando-se em uma neblina. A ansiedade começou a bater quando o corvo começou a grasnar mais alto.

- Xô. - Balancei meu braço. - Xô!

A ave foi embora. Olhei ao redor do cemitério, uma voz dentro de mim dizia: "corra". A silhueta desconhecida a quilômetros de mim parecia ser de um homem. Fiz o que a voz pediu. Correr.

Cheguei a uma parte profunda do cemitério cheia de árvores, não olhei para frente por estar de olho atrás e tropeçei. Levantei rapidamente e olhei em volta, até meus olhos baterem em um rapaz.

Era o mesmo de mais cedo.

- Tudo bem? - Perguntou.

- Sim. - Respondi. - Você tava me seguindo?

- Não, eu apenas vi você caindo.

- E por acaso estava passeando pelo cemitério?

- Eu vim visitar. Tenho parentes aqui.

O peso da consciência afunda minha mente.

- Ah, nossa. Que indelicadeza minha. - Curvei como pedido de desculpas.

- Não, está tudo bem.

- É que foi muito estranho. Primeiro um corvo, em segundo uma neblina e depois uma silhueta de alguém. É como um filme de terror, né? - Ri sem graça. - Sou Hoshimi Ishiyama.

- Yoichi Isagi. Muito prazer. - Ele aproxima a mão do meu cabelo. - Tinha uma folha.

Entre seus dedos havia uma pequena folhinha verde.

- Eu melhor eu ir. A tia vai enlouquecer se não voltar. - Peguei minha mochila. - Vejo você de novo, Isagi?

- Oh, claro. - Ele coçou a nuca. - Ficaria feliz em te rever algum momento.

Minhas bochechas ficam rosas.

- Eu também. Bom, já estou indo. Tchau, Isagi.

- Até. - O moreno se curva.

Assim que me despeço de Isagi, sigo o caminho para a saída do cemitério.

Isagi POV:

Hoshimi se foi. Peguei meu celular e disquei o número. A encontrei depois de anos.

- Alô? - Perguntou a voz do outro lado.

- Chigiri, eu a encontrei.

- Encontrou?

- Pois é, parece que ela está de volta.

- Vou avisar aos outros. Isagi, lembre-se: não podemos machucá-la.

- Sei disso, e eu não vou.

Nunca iria machucar ela.

Continua...





Black Rose - Imagine Blue Lock Onde histórias criam vida. Descubra agora