Débauche

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Para o povo de Fontaine, era Focalors.
Mas nos meus braços, era sempre Furina.

Furina tinha o costume de não acender as lâmpadas em suas noites quentes com Neuvillette. Geralmente velas com chamas maiores do que o comum era o ideal para ela, o suficiente para conseguir não cair da cama e o suficiente para poder olhar para Neuvillette com certa nitidez. Nas velas, Neuvillette é esbelto para ela. Nas noites durante o sexo, sua pele pálida e suada tem um contraste inebriante com a luz amarelada e cálida, e Furina pode analisar os traços germânicos e unicamente lindos de seu parceiro na iluminação mais romântica que existe.

É alucinante olhá-lo após o primeiro orgasmo. Após o segundo, Furina já não poderia enxergar muita coisa, mas podia sentir Neuvillette apertando sua cintura fina e empurrando-a contra si enquanto a penetra. Sexo casual e limpo é o mais ocasional dos dois fazerem, e é o favorito deles.

O lugar favorito era sempre no quarto, quando o inverno europeu arrepia os pelinhos brancos dos dois e alguns momentos depois estão suados e dando para o outro todo o calor corporal que podem produzir. É nesses momentos de tenacidade e luxúria que Neuvillette pode tomar toda a essência de Furina para si, pode sugar sua alma e colocar no lugar a alma dele. É nesses momentos que Neuvillette e Furina limpam um ao outro e colocam no lugar de tamanha melancolia, apenas a pura magia do amor de um casal duramente apaixonado.

A princípio, Neuvillette gostava de ambientalizar o clima com música, mas não as com letra, e sim como as velhas e boas orquestras calmas e líricas. Mas uma noite qualquer o desespero era tamanho então esqueceu-se de por, e só ali pôde ouvir nitidamente os sons pecaminosos que seus corpos faziam ao tocar-se, pôde ouvir até os gemidos mais baixinhos de Furina e o tanto que ela citava seu nome com uma voz manhosa e melodiosa. A partir dali, decidiu que a única música que ele queria ouvir era a voz de Furina. E ela era perdidamente louca por Neuvillette e pelo jeito que ele fazia amor com ela.

Os tratos, os afagos no cabelo e no pescoço, os beijos apaixonados e únicos. Neuvillette não deixa escorrer uma saliva sequer, mas tem o costume de beijar e lamber todo o corpo de Furina enquanto move-se dentro dela. A sorte ou a falta de fertilidade de ambos possibilitava que Neuvillette pudesse encher sua amada com seu esperma após finalizar, mas quando não o fazia, sempre se certificava de não fazer uma bagunça.

O local que mais o chamava a atenção no corpo de Furina era na parte dos seios e colo. Essa região é tão pálida que as veias azuis de Furina parecem raios de trovoadas ao redor de seus peitos. E é aí onde Neuvillette gosta de pôr o pênis, apertar os seios de Furina ao redor dele e fazer movimentos incessantes até que seu gozo saísse na mesma cor que a pele de sua mulher.

Furina é extremamente magra, delicada e frágil, diferentemente do tamanho de Neuvillette. Que por sua vez, gostava de colocar a mão na barriga de Furina enquanto estava dentro, pois podia sentir o relevo de seu pênis na barriga dela. Quando ele voltava e Furina dava suspiros de descanso, e após isso estocava-a novamente e Furina emitia os sons mais apaixonados, tudo isso podendo ser nítido a forma como Neuvillette se movia dentro dela. Algumas vezes, ela tirava a mão dele de sua barriga e colocava em seus seios; Neuvillette mesmo após alguns anos era tímido o bastante para recuar em tocar os seios de Furina. Mas quando ela o fazia, Neuvillette poderia sentir-se no céu. Quando ela dava essa abertura, Neuvillette estimulava os mamilos e apertava gentilmente os seios de Furina, ela gemia derretida e fraca quando isso acontecia.

Neuvillette admira com extrema ternura e excitação ver Furina receber o prazer que ele dá a ela. Seus orgasmos dependiam da validação dela, dependiam totalmente do nível de prazer que ela demonstrava sentir. Então o sexo sempre foi lento, apaixonado e cuidadoso. Um pouco de sangue quando Neuvillette morde os lábios vermelhos e inchados de Furina, ou quando Furina toma o controle e faz o interior de sua vagina sangrar delicadamente com o quão forte é lento ela move-se no pênis de Neuvillette. E ele é extremamente necessitado de Furina, então quando ela fodia-se em sua glande, ele poderia fazer nada além de segurar sua cintura e gozar loucamente.

Eles gostam de fazer de mãos dadas, sussurrando declarações no ouvido um do outro, o jeito que Neuvillette confessa-se é pura poesia. Como no velho Nabokov; "Luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma." Furina é o ápice de Neuvillette, é tudo que o implica de amor e conexão. Quando fazem amor essa conexão se torna ambígua, e os dois podem se sentir como uma carne só. Não só como uma carne, mas só como uma única alma. E nada como declarar esse amor único e ambíguo em palavras vindas do fundo do peito e definitivamente genuínas.

Que beleza extraordinária, nórdica e ímpia que Furina tinha. Ímpia pois feria a pureza de Neuvillette ao relevar aquelas pernas brancas e desnudas, os ombros largos e finos com a clavícula saltada, os peitos pequenos, a cintura menor ainda. Esse corpo impiamente arrancava de Neuvillette toda a sua essência puritana, tornando-o bárbaro e lascivo.

E Neuvillette, um homem grande da beleza e elegância extraordinária, como é bom para Furina em saber que esse homem é apenas dela. Sabe exatamente quais são os pontos fracos de Furina e sabe como fazê-la derreter e gemer em prazer aos simples toques.

E mesmo com esses adjetivos, Neuvillette ainda tinha seus valores tradicionais e sabia o que era sexo de verdade. E era esse sexo que praticava com Furina quase todas as tardezinhas quando ela vem sorrateira e provoca sua libertinagem. Aí Neuvillette não pode ajudar-se, ele sempre coloca as pernas de Furina em seus ombros e coloca os dedos antes de colocar o pênis e poder alcançar os lugares mais maravilhosos de Furina. Ela sempre deixava claro o quanto o sexo era bom, o quão prazeroso era ter Neuvillette a fodendo do ritmo mais brutal ao mais calmo e caloroso, os gemidos de sua linda boca e o silêncio de sua alma. Aquilo fazia-o derreter, enfraquecer e enrijecer ao mesmo tempo, a necessidade de ser duro e forte para continuar o sexo, e a consequência de ficar fraco e sensível. A pele pálida refletindo a luz pela fresta da janela, e o cabelo grisalho misturado aos brancos originais colados no corpo e estirados pela madeira. Os olhos azuis do casal enchem-se de lágrimas; Furina pelo prazer, Neuvillette pelo gozo, porém ambos pela felicidade vigorosa de terem um ao outro.

Derretem-se de amor, dão as mãos e agarram-se forte mesmo quando ainda não tiraram todas as roupas. Beijam-se e engolem as lágrimas do outro mesmo quando não há tristeza, e sorriem mesmo quando não há apenas felicidade. Esse é o amor que Neuvillette e Furina sentem um pelo outro, um tipo de paixão que nunca vai deixar de existir, e triste será se caso deixe. Pois será um amor que nunca vai ser esquecido, estará carimbado para sempre no coração do outro as marcas e as lembranças. E também estará marcado eternamente na história de Fontaine o incansável amor que esse casal possuía.

"O evaporo se foi, porém não chove lá fora. Apenas você, minha mulher, é quem está aqui comigo. As águas limpas e cristalinas é ao que eu lhe equiparo, meu grandíssimo amor. Como sou honrado por ser o único homem capaz de adentrar a essas águas. Eis aqui o rio mais precioso que existe: Tu, Furina, a água mais pura da qual já bebi." – E depois de algumas horas, o sexo chegava ao fim.

Débauche - NeuvifuriOnde histórias criam vida. Descubra agora