Golden boy - Fred Wesley

Capítulo 6 : O Retorno dos Weasleys

"Cami! Você dormiu aqui a noite toda?"
O sussurro abafado de Hermione acordou Camélia de seu sono. Ela levantou a cabeça do sofá, com o pescoço doendo, e percebeu que seus dedos ainda estavam entrelaçados com os de Fred.
"Isso é tão  fofo!" Hermione arrulhou. "Eu sabia que havia algo acontecendo entre vocês dois!"
Camélia encontrou seus olhos. "Só passei a noite para lhe fazer companhia", disse ela calmamente. Fred se mexeu ligeiramente durante o sono, seus dedos apertando os dela enquanto fazia isso. Camélia sentiu seu rosto esquentar e Hermione sorriu animadamente.
"Vocês gostam um do outro!" ela disse. "Eu sabia, George e eu estávamos conversando e-"
"Jorge?" Camélia interrompeu com um sussurro áspero.
"Bem, ele me abordou primeiro. Nós dois estávamos notando pequenas coisas separadamente, então conversamos sobre isso. Não há problema." Ela sorriu culpada e Camellia zombou, sorrindo.
"Sim, tudo bem, eu tenho uma queda por Fred. E acho que ele pode gostar de mim também, então fique quieto antes que ele acorde e você estrague tudo! E não conte para George!"
Hermione deu uma risadinha. "Tudo bem, vou deixar isso para lá. Mas você deveria se levantar, os Weasleys estão voltando hoje."
Merlim. Eles eram. Camélia tinha esquecido completamente...
Ela gentilmente afastou a mão de Fred para não acordá-lo. Ele parecia angelical à luz da manhã, o sol refletindo em seu cabelo ruivo bagunçado como ouro puro, e tão perfeito quanto tal.
Seu menino de ouro.
Camélia se levantou e seguiu Hermione até a cozinha, onde ela falou baixinho: "Tudo bem, você não pode esperar que eu não fale com você sobre isso. Há quanto tempo isso está acontecendo? O que aconteceu entre vocês dois?"
Cam apertou a mandíbula. Obviamente, ela não poderia contar a Hermione sobre ficar com ele no meio da noite... ou masturbá-lo na mesa e ter que subir... ou o que ele tinha feito com ela na bancada do banheiro. ...
"Nós nos beijamos outra noite", disse ela, sentindo suas bochechas ficarem vermelhas.
Os olhos de Hermione brilharam. "Ooh! Foi bom?"
A lembrança dos gemidos profundos de Fred e de suas mãos fortes segurando sua cintura inundou a mente de Camélia. "S-sim, ele é fantástico. Melhor do que eu jamais pensei que ele seria."
"Não conte a ninguém que eu disse isso, mas não estou surpresa que ele beija bem", disse Hermione. "Quero dizer, olhe para ele e George, eles teriam que ser, certo?"
"Hermione!" Camélia riu, surpresa com suas palavras. "E quanto a Rony?"
"Oh, você sabe que estou apenas brincando. Acho que nunca serei capaz de tirar esse idiota da cabeça", respondeu ela, olhando para os próprios pés. "Ginny está com Harry, George teve aquela coisa de ir e vir com Angelina-"
"-você tem aquela coisa de ir e vir com Ron-"
"-e agora você e Fred!" Ela parou por um momento, registrando as palavras de Camellia em sua mente. "Ei!"
Cam riu. "Estou apenas brincando, Hermione. Mas direi que está bem claro para o resto de nós o que Ron sente por você. Quero dizer, o jeito que ele olha para você e te segue como um cachorrinho perdido, é muito fofo."
Hermione corou. "Não tão gentil quanto você e Fred de mãos dadas esta manhã."
"Cale a boca!" Camélia riu. "Aposto que você e Ron secretamente ficam de mãos dadas o tempo todo-"
Mas sua frase foi interrompida por um gemido agudo vindo da sala. Seus olhos se arregalaram e ela correu para o sofá, seguida de perto por Hermione. Fred havia acordado e estava agarrado ao lado do corpo, respirando com dificuldade por entre os dentes cerrados. Seu corpo estava tenso, a cabeça recostada no braço do sofá.
"O que há de errado? O que aconteceu?" Camélia perguntou, ajoelhando-se ao seu lado.
"Oi, Cam," ele sorriu fracamente. "Não é nada, acho que devo ter feito alguma coisa enquanto dormia."
"Não é nada coisa nenhuma ", respondeu Camélia, puxando os cobertores de cima dele. "Deixe-me ver."
Ela gentilmente tirou as mãos dele do curativo e pegou sua varinha. Esticando a bandagem, ela mirou com cuidado e murmurou: "Diffindo".
O pano rasgou-se perfeitamente no centro e Fred soltou um gemido que fez o coração de Camellia bater mais forte. Ela deixou o curativo cair ao lado do corpo dele, revelando o hematoma inchado por baixo, um toque de cor brilhante em sua pele clara. Definitivamente havia se espalhado - o roxo mais profundo no meio, depois desbotado em vermelho e depois amarelo pálido nas bordas.
Os olhos de Hermione se arregalaram e Fred inclinou a cabeça para ver seu próprio ferimento. "Isso parece horrível", ele pronunciou.
"Vamos consertar você em breve, não se preocupe", disse Hermione. "Sua mãe é ótima com cura, ela terá você de volta em pouco tempo."
Fred deu-lhe um sorriso apreciativo. "Obrigado, Hermione." Ele então olhou para Camellia, olhando-a de cima a baixo lentamente. Seu peito subia e descia em respirações superficiais, e ele ergueu o braço e o apoiou atrás de si. Camélia corou – ele sabia o que estava fazendo? Sua posição no sofá era tão atraente... o braço musculoso atrás da cabeça, os olhos escuros examinando cada centímetro dela, o peito e a cintura expostos... oh, Deus. Algo sobre sua vulnerabilidade estava afetando-a, e era ruim.
"Eu, erm-" Camellia começou, seus olhos disparando para o chão. "Você está com dor? Posso pegar mais Garra do Diabo?"
"Por favor," ele disse com uma voz ofegante enquanto se mexia um pouco e estremecia. Ela se virou e fez um breve contato visual com Hermione, que tinha aquele olhar conhecedor que só as mulheres conseguem expressar umas às outras. Ela agarrou sua mão e puxou-a para a cozinha com ela.
"Oh, meu Deus-" Hermione começou, mas Camellia lançou-lhe um olhar silenciador. Seu rosto estava cheio de admiração e Cam suspirou.
"Apenas diga... eu sei que você está morrendo de vontade", ela bufou baixinho.
"Cami! O jeito que ele olhou para você - foi exatamente como naquela noite em que vocês dois brigaram! Como você não está derretendo agora?"
Verdade seja dita, os joelhos de Camélia estavam fracos. Ela se ocupou em procurar a Garra do Diabo, mas em um momento ou dois ela disse: "O que há com esses meninos ruivos, Hermione?"
Ela riu e encolheu os ombros. "Eu gostaria de poder contar a você."
Camélia encontrou o pote de Garra do Diabo e pegou um copo, misturando as ervas e a água. Ela voltou para Fred e se ajoelhou ao lado dele, entregando-lhe o copo. Hermione ficou para trás.
"Obrigado, Cam", ele sorriu, enviando faíscas através dela. Ela o observou bebericar o copo, mas o gosto amargo o fez tossir. O choque da tosse deve ter sido horrível, porque ele deixou cair o copo e gritou, as mãos instintivamente indo para o lado do corpo. O vidro se espatifou no chão e Fred respirou fundo.
"Porra... isso dói..." ele gemeu. Camélia agarrou sua varinha e tirou as mãos de Fred do caminho.
"Vou embrulhar de novo", disse ela com urgência. "Não se mova, ok?"
Ela murmurou o encantamento, e mais uma vez uma bandagem envolveu-o confortavelmente. Fred deixou a cabeça cair para trás no braço da cadeira, os olhos fechados de dor.
"Sinto muito, Fred", disse Camellia, pegando a mão dele e esfregando-a com o polegar.
Ela ficou sentada com ele lá por mais de uma hora. O resto da casa começou lentamente a acordar e descer; indo tomar café da manhã, conversando e verificando Fred. Todo o grupo estava sentado em volta do sofá conversando quando a porta da frente se abriu.
"Estamos em casa!" veio a voz do Sr. Weasley, seguida por seu rosto sorridente e de óculos. A Sra. Weasley veio logo atrás, e todos, exceto Fred e Camélia, se levantaram para cumprimentá-los.
Por alguns minutos, os pais Weasley ficaram ocupados com abraços e cumprimentos, até que a Sra. Weasley começou a olhar em volta. "Onde está Freddie? E Camélia?"
"Aqui, Sra. Weasley," Camélia disse do chão ao lado de Fred. Seu coração começou a disparar, a adrenalina correndo em suas veias. A Sra. Weasley era uma mamãe ursa tão feroz quanto eles pareciam, e ela era especialmente assim quando se tratava da saúde de seus filhotes. Ela começou a caminhar em direção a eles e Camellia se levantou, abrindo espaço na frente de Fred.
"Lá? Por que-" ela começou, mas foi interrompida por seu próprio suspiro. "FREDDIE! O que aconteceu?"
Ela se ajoelhou ao lado do filho, que sorriu para ela. "Oi mãe."
A Sra. Weasley ficou boquiaberta com o torso machucado e enfaixado e olhou confusa para os filhos. "O que aconteceu nesta casa enquanto estávamos fora? Um fim de semana! Um único fim de semana e você quebra seu irmão-"?
"Não, não, mãe, foi um acidente, foi Quadribol!" Fred disse sobre suas acusações frenéticas. "Eu fiz isso comigo mesmo, fui atingido por um balaço."
A Sra. Weasley ficou quieta por um momento, seu rosto rechonchudo vermelho. Então, em voz estridente: "Um balaço? Isso é ferro sólido, Fred, você poderia ter sido morto!
Eu já disse a todos vocês tantas vezes para tomarem cuidado com esse maldito esporte, especialmente você e George-"
"Molly, Molly, está tudo bem," veio a voz calma do Sr. Weasley. Ele se aproximou e ficou ao lado de sua esposa e filho, colocando uma mão amorosa no ombro da Sra. Weasley. "Ele está aqui, vamos nos concentrar apenas em deixá-lo bom. Quem teve a ideia de colocar os curativos, muito bem."
"Foi a Cam," disse Fred, e as bochechas de Camellia coraram. "Ela e George me trouxeram para dentro depois que fui atingido."
A Sra. Weasley deu um soluço curto e caminhou em direção a Camélia, com os braços estendidos, e a envolveu em um abraço apertado. "Obrigada, querido", ela disse com uma fungada.
Camélia retribuiu o abraço, sorrindo timidamente. "Claro, Sra. Weasley," ela disse. Ela olhou por cima do ombro para Fred, que estava sorrindo timidamente para ela. Cam foi liberado do abraço e a Sra. Weasley voltou para Fred.
"Tudo bem, meu garoto. Teremos que fazer algo sobre isso", disse ela, bufando e arregaçando as mangas. O resto do grupo, com exceção de Cam e Ginny, tinha recuado e estava sentado à mesa de jantar, observando em silêncio. As duas garotas estavam ao lado da Sra. Weasley, prontas para ajudar.
Ela tirou a varinha do bolso do vestido e apontou para o curativo. "Arthur, você poderia, uhm-?" mas ele já estava esticando o pano.
Sra. Weasley murmurou baixinho, "Diffindo", e a tala mais uma vez se quebrou. Ela engasgou com o hematoma horrível.
"Freddie... ah, meu pobre bebê..." ela disse suavemente. "Dói muito?"
Fred balançou a cabeça levemente. "Não tanto agora, Cam está me dando Garra do Diabo para a dor."
Sra. Weasley voltou os olhos marejados para Camélia. "Boa menina", ela sorriu docemente. "Agora vocês dois, venham aqui. Vou precisar de vocês em um momento."
Gina e Camélia obedeceram e observaram-na atentamente. "Então, para costelas quebradas", ela começou séria, "é um processo muito complicado e doloroso, mas se for feito corretamente, levará apenas uma ou duas horas antes que ele se recupere. Você entendeu?"
As duas garotas assentiram.
"Agora, há dois passos para reparar ossos delicados. Dois." Ela disse a última palavra com ênfase extra. "Você não pode simplesmente entrar e usar o feitiço de conserto de ossos sozinho em algo assim. Existem etapas. Preste atenção."
Ela se abaixou e acariciou o cabelo de Fred, sua voz como mel. "Querido, isso vai doer, mas só vai durar um momento." Ela tirou um lenço da bolsa e o enrolou. "Morda isso. Você ficará bem."
Os olhos de Fred se arregalaram e ele olhou diretamente para Camélia. Ela interpretou isso como um sinal e correu para o lado dele, pegando sua mão e se ajoelhando enquanto a Sra. Weasley enfiava o lenço em sua boca. Ela apontou a varinha para o centro do hematoma, onde a cor era mais escura.
"Respire fundo, Freddie... brackium emendo."
O grito abafado de agonia de Fred percorreu Camélia. A mão dele apertou a dela, quase esmagando seus dedos, e suas costas arquearam. A Sra. Weasley estremeceu com a dor do filho, e Fred caiu de costas no sofá, respirando fracamente.
"Sinto muito, meu querido", disse a Sra. Weasley, com uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. "Eu sei que dói. Só preciso fazer isso mais uma vez, você tem algumas pausas aí. Pronto? Respire fundo..."
Fred obedeceu e respirou fundo, antes que a Sra. Weasley pronunciasse o mesmo encantamento novamente. Camellia agarrou a mão dele enquanto ele gritava novamente, os músculos de seu pescoço ficaram tensos e seu corpo estremeceu com o feitiço, então ele mais uma vez caiu mole. Camélia nunca o tinha visto tão torturado e sentiu o coração batendo forte no peito. Ela nunca mais queria vê-lo assim - era como ver seu pior pesadelo se desenrolar diante de seus olhos.
"Você está indo tão bem, querido," a Sra. Weasley disse suavemente, tirando o lenço da boca dele. "Você superou a parte difícil. Seus ossos foram reparados, mas estavam tão danificados que, quando foram consertados, tiveram que rasgar o músculo. Sinto muito."
Camellia ergueu os olhos ao registrar um movimento. George estava parado acima de seu irmão gêmeo, atrás do sofá, com a mão em seu ombro e a mesma expressão de dor que sua mãe tinha em seu rosto.
"Esta parte deve ajudá-la a se sentir muito melhor", disse a Sra. Weasley encorajadoramente, mas sua voz estava trêmula. Ela apontou a varinha para o peito dele mais uma vez e murmurou suavemente o encantamento, "Torum sarcio."
Uma onda de alívio percorreu visivelmente Fred, e seu aperto mortal nos dedos de Camélia se soltou lentamente. Ele respirou fundo e abriu os olhos.
A Sra. Weasley acariciou seu cabelo com carinho. "Vocês, meninos malucos, estão sempre se metendo em tantos problemas", disse ela com um sorriso fraco. "Vocês ainda vão causar minha morte um dia, vocês  sabem."
Fred sorriu para ela e olhou para seu irmão gêmeo, que sorriu de volta.
"Então, em cerca de uma hora, posso ajudá-la a se livrar dos hematomas. Mas, por enquanto, vamos levá-la para sua cama para que possa descansar um pouco", disse a Sra. Weasley. Sr. Weasley e Jorge se aproximaram e o ajudaram a se levantar, guiando-o escada acima até o quarto de Rony.
Camélia ainda estava ajoelhada no chão. A Sra. Weasley colocou a mão na bochecha e deu um sorriso maternal. "Muito obrigado, minha querida."
Camélia sorriu de volta e a abraçou, sentindo a Sra. Weasley dar um beijo no topo de sua cabeça.
O pior finalmente passou.
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Mais tarde naquela noite, depois de um jantar animado preparado pelos Wesley, as meninas estavam todas sentadas em suas camas, de pijama.
"-ugh, ele é um idiota às vezes, mas eu meio que gosto quando ele está com raiva", Gina estava dizendo sobre Harry. Camélia e Hermione reviraram os olhos e riram, ganhando um digno "O quê?" de Gina.
"De qualquer forma", disse ela, mexendo na borda de babados da colcha. "Como você está se sentindo, Cami?"
"Sobre o que?"
"Fred, claro. Quero dizer, você estava lá quando ele foi atingido ontem, e hoje você teve que ficar sentado lá enquanto mamãe o curava, aposto que você está se sentindo um pouco abalado."
Camélia engoliu em seco. "Um pouco, sim. Eu sabia que ele ficaria bem, mas vê-lo com dor daquele jeito simplesmente... Deus, eu odeio isso."
"Sim," concordou Hermione. "Isso foi horrível... mas estou muito feliz que você tenha cuidado dele. E ele está muito melhor agora, então tenho certeza que as coisas podem voltar ao normal."
Camélia assentiu e suspirou. "Estou feliz que ele esteja bem. Mas, por enquanto, estou exausto e provavelmente deveríamos todas dormir um pouco."
As outras duas assentiram e desejaram boa noite uma a outra. Camélia deitou-se, mas a verdade é que não estava nem um pouco cansada. Os acontecimentos do dia ainda a deixavam abalada, e ela odiava a ideia de não estar perto de Fred como estava na noite anterior. Dormir ao lado dele assim foi o melhor que ela já dormiu - seu cheiro, seus dedos entrelaçados entre os dela, sua respiração suave... ela adormeceria com isso todas as noites se pudesse.
Mas, infelizmente, ela estava sozinha na cama esta noite. Ela não sabia quanto tempo ficou acordada, mas foi tempo suficiente para Ginny começar a roncar suavemente. Camélia suspirou, olhando para o teto, quando um pequeno barulho na porta chamou sua atenção.
Ela se sentou e se virou para encarar o som, e seus olhos pousaram em um pequeno pedaço de pergaminho no chão. Ela levantou-se e pegou-o, lendo a escrita apressada:
"Casa cheia, mas tem quarto vazio. É uma pena desperdiçar..."
O coração de Camélia começou a bater mais rápido. A caligrafia de Fred... ela olhou novamente para o bilhete, descobrindo que a escrita havia mudado.
"Eu ainda não terminei de ser cuidado por você."
Porra.
Suas veias de repente ficaram cheias de adrenalina e ela enfiou o bilhete debaixo do travesseiro, sorrindo para si mesma e mordendo o lábio inferior.
Acho que ela iria passar a noite com ele, afinal