17/05/24
Querido senhorito:
Estou em uma aula de literatura, lutando contra a incontrolável vontade de cochilar, ouço as risadas e conversas paralelas na sala de aula, minha mente está distante. Penso um pouco no "quarteto maravilha", e também no que aconteceu entre nós, é um tanto desgastante despilfarrar energia em uma coisa fútil, mas ainda não consigo superá-las, penso também nas conversas que tive contigo ontem, adorei te ver mesmo estando tão longe, e tambem refleti em como seria o momento no qual você retornaria. Não consigo evitar desejar que você estivesse aqui. A matéria que estão ensinando já a conheço, então não existe problema algum em me perder em outros pensamentos. Pode parecer piegas, mas não consigo parar de pensar em você. Derrepente, surgem na minha mente coisas que você disse, planos que quero realizar com você, perguntas que quero te fazer e situações hipotéticas que gostaria que acontecessem entre nós. Estou com saudade e gostaria de ter a capacidade de me teletransportar para ficar ao seu lado o tempo todo, mas, infelizmente, isso não é possível.
Há tantas coisas que quero experimentar e vivenciar com você, e espero muito que um dia se realizem. Sei que não devo forçar as coisas, mas não consigo esperar. Cada segundo longe de você é uma tortura, e eu sou bastante impaciente. Tento me acalmar pensando: "Somos jovens e ainda temos muito tempo pela frente" ou "Demora muito tempo para realmente conhecer uma pessoa". Às vezes isso funciona, outras vezes só aumenta meu desejo de ter você mais perto. Às vezes nem eu acredito nessas desculpas que dou para não sentir tanto.
Falando sobre isso, sou bastante intensa. Sempre fui assim, é uma característica minha. Não considero isso algo positivo; gostaria de ser mais moderada. Sou do tipo tudo ou nada, e isso me preocupa, não por ser sensível ante as coisas, mas pela incerteza de como vou reagir a certas situações.
Temo me perder neste amor, pois ele é cheio de emoções intrigantes e devastadoras, anseio saber tudo o que passa pela sua mente ao me ver, ao me ouvir. O que você sente em relação a mim?, seria interessante se de algum modo eu pudesse entrar na sua mente, e ver de perto como cada parte dela funciona, como ela trabalha e se desenvolve.
Hoje tem sido um dia regular, a monôtona rotina de sempre, nada em particular ocorrendo, com exeção de escrever para você. É sempre algo que me regozija. Aliado aos pensamentos que me vem a cabeça durante o dia, escrevo-os em um pequeno caderno, aquele que te contei ontem, na nossa ligação, lembra?, é de ajuda nesses momentos nos quais o tédio invade meu ser, o que acontece constantemente, assim consigo descarregar tudo ao vai e vem da caneta escrevendo sem parar, pensando em ti.
Por incrível que pareça escrever em português é uma coisa gratificante, posso desenvolver e organizar meus pensamentos de maneira clara e concisa, tudo flui naturalmente. Fico feliz no jeito que consegui me adaptar a cultura deste pais, é linda, mas diferente da qual estou habituada. Imagino que deve ser assim para você também, considero que temos um bom nível de entendimento e também conseguem nos compreender ao falar ou expressar nossas ideias. Por mim, eu me sinto realizada.
Assim, continuo com meus escritos, sinto a incomúm necessidade de escrever tudo, e não deixar nada para depois, extrair a minha essência e plasmarla em onde todo mundo possa enxergá-la, vê-la, julgá-la, como se de alguma espêcie de aprovação eu retro-alimentação eu estivesse precisando. Mas não acredito que seja uma coisa assim, simplesmente quero ser honesta, integra, transparente, que você me veja realmente, que me conheça, e então, nesse momento, você poderá dizer com certeza que me ama.
Há tantas coisas que eu posso idealizar quando você me diz essas palavras, já parou para pensar o quão significantes são para mim?, "eu te amo", você as repete como se fosse algo natural, mas você realmente o diz de verdade?, sequer sabe o que é amar?. Nem eu tenho certeza do que é, acho que no fundo ninguém sabe, só o experimenta, mas não é uma coisa explicável, o amor se vivencia, não se conta.
