Corações em guerra

Traição e Realidade Paralelas

O caos da batalha final em Hogwarts envolvia todo o castelo, com feitiços voando por todos os lados e gritos de dor ecoando nos corredores. Harry, Hermione e Ron lutavam juntos, como sempre, na linha de frente contra os Comensais da Morte. A confiança mútua parecia inabalável, até o momento em que foram encurralados no Salão Principal.

— Harry, precisamos conversar — disse Hermione, com a voz tremendo. Seus olhos encontraram os de Harry por um momento, antes de desviar o olhar.

Harry franziu a testa, confuso. — O que está acontecendo? Não temos tempo para conversas, Hermione!

Ron aproximou-se, colocando a mão no ombro de Harry, mas havia algo estranho em seu olhar. — Desculpa, cara, mas é a única maneira.

Antes que Harry pudesse reagir, sentiu um choque de dor ao ser atingido por um feitiço atordoante. Seus amigos mais próximos o tinham traído, entregando-o a Voldemort. Quando recuperou a consciência, estava amarrado e indefeso diante do Lorde das Trevas.

— Muito bem, Sr. Weasley, Srta. Granger — disse Voldemort, com um sorriso cruel. — Vocês fizeram a escolha certa.

Hermione tentou evitar o olhar de Harry, mas acabou encontrando seus olhos cheios de dor e incredulidade. — Desculpa, Harry. Não tínhamos escolha. Não íamos morrer por você.

Ron, ao lado dela, completou: — Sempre foi sobre você, não é? O Eleito, o Herói. E nós? Apenas peças do seu jogo. Queríamos viver.

Harry tentou falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. A traição daqueles que ele considerava seus melhores amigos era um golpe mais doloroso do que qualquer maldição.

— Muito bem, Potter — zombou Voldemort, levantando a varinha. — Veja até onde sua confiança cega o trouxe.

Harry olhou confuso e traído para seus amigos de longa data. Hermione, com lágrimas nos olhos, disse: "Desculpe, Harry, mas tínhamos que fazer isso."

"Era a única maneira de salvar nossas famílias," completou Ron, segurando a varinha firmemente.

Antes que Harry pudesse processar totalmente a traição, ele foi desarmado e imobilizado. Voldemort se aproximou, sorrindo vitoriosamente. "Muito bem, meus leais seguidores," ele disse, dirigindo-se a Hermione e Ron. "Vocês provaram seu valor."

Harry, paralisado e incapaz de se mover, foi consumido por um redemoinho de emoções. Traição, dor, raiva e tristeza se misturaram dentro dele. Ele fechou os olhos, lembrando de todos os momentos que havia passado com Hermione e Ron: as aventuras, as risadas, as lutas e o apoio mútuo.

"Como puderam fazer isso comigo?" ele pensou, sentindo a dor da traição como uma faca em seu coração. Mas essa dor rapidamente se transformou em um desejo ardente de vingança. Ele sabia que mesmo que estivesse prestes a morrer, ele precisava de alguma forma acertar as contas.

Voldemort ergueu sua varinha, pronto para dar o golpe final. "Adeus, Harry Potter," ele disse com uma voz cheia de satisfação.

No instante em que o feitiço foi lançado, Harry foi envolto em uma luz intensa e, de repente, tudo ao seu redor mudou. Ele não estava mais na batalha; ele estava em uma cena familiar, mas diferente: a noite em que seus pais foram mortos.

Ele olhou ao redor e percebeu que algo estava errado. Seus pais, James e Lily, estavam vestidos com vestes da Sonserina, e ao lado deles estavam Bellatrix Lestrange e seu marido, Rodolphus. Eles estavam rindo e conversando amigavelmente, como velhos amigos.

"Como isso é possível?" Harry pensou, perplexo. Ele observou em silêncio enquanto a cena se desenrolava.

"Vamos ensinar a esses trouxas uma lição," disse Lily, segurando a varinha com uma expressão fria que Harry nunca havia visto nela antes. James assentiu, e juntos eles lançaram feitiços mortais contra um grupo de Aurores que havia aparecido.