Epílogo

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   Na Espanha, de 2000, o rei e a rainha foram abençoadas com o nascimento de sua única filha, Historia Reiss para continuarem sua linhagem real. Porém, uma tragédia aconteceu quando a rainha morreu, e o Rei transtornado com toda aquela situação ficou sobre a sombra do pavor de que sua filha não estivesse segura o suficiente. Decidindo no fim que ela teria o acompanhamento de uma figura dos céus para estar ao seu lado sempre para a ajudar. E essa foi uma das melhores decisões de sua vida.

Em 2015, a mesma princesa estava crescida, com seus quinze anos. Tanto o anjo quanto o pai viram seu progresso de crescimento, seus cabelos loiros permaneciam no mesmo tom que nasceu, seus olhos azuis tinham um brilho contagiante, e ela estava bela, tanto que vinha homens para buscarem sua mão. Mas não adquiriram resposta e né sucesso algum. Poderia ser o homem mais belo do mundo, mas ela não queria. O que não era um problema pro pai, afinal sua filha estava muito nova para se relacionar e procriar...

... O anjo tinha mãos leves quando pegava os cabelos da jovem os penteava, enquanto a mesma ficava olhando cada movimento do seu salvador pelo espelho da penteadeira.

  — Vossa alteza está linda.

— Armin, já falei que não precisa me chamar assim. — Ela exigiu, enquanto sorria de canto. — E obrigada por todos os cuidados que tem por mim. Te vejo como um amigo leal, então me chame só de Historia.

Armin, um anjo loiro de face delicada, olhos idênticos ao de História. Na primeira vez que o viu tinha teoria entre o rei e a princesa que ele seria um irmão perdido dos Reiss, mas Armin negou essa teoria, afinal seu sobrenome era Arlert, não Reiss.

— Historia, espere que eu irei me arrumar também. — Reverenciou, retirando-se para se arrumar. Com as roupas do colégio de paletas em azul escuro. Ele também ia para escola, mesmo não precisando já que era um adulto formado, mas isso fazia parte de seu disfarce que, aonde História for ele tem que ir, mas sem as pessoas verem que era um anjo.

     Os dois entraram na limousine, Historia colocou seus fones e colocou a música "Diet Mountain Dew" de Lana Del Rey. Já Armin gostava de ver a paisagem...

  Quando a limousine parou perto da escola ambos se retiraram, acenaram para o motorista e ele partiu com o veículo. O rumo de ambos foi logo para a entrada do enorme colégio de ensino médio.

  — Preciso buscar algo no meu armário. — Historia diz cruzando o corredor com o Arlert, este que a segue, até a loura esboçar uma cara de poucos amigos. — Eu quero ir sozinha, por favor. — Explicando o motivo da raiva, Armin se afastou minimamente, e compreendeu. Era bem exaustivo estar sempre sendo cuidada, quase toda hora e em quase todos os lugares.

— Eu vou te esperar na sala, então. — Novamente reverenciou, seguiu para a sala que ambos ficavam e Armin, na expectativa de entrar e só sentar foi surpreendido com a cena de uma briga, entre um garoto que jamais tinha visto com o ruivo chamado Frost. — Nossa, mas o que-

   Antes que pudesse terminar de gesticular um soco o fez arregalar o olhar, tal vindo do ruivo bem na cara do novo aluno.

   — Você bate que nem boiola! — O moreno exclama, sorrindo e passando a mão sobre o local atingido como se não fosse nada.  

   — Eu deveria interferir? — Armin pensa, decidindo enquanto ambos se arregaçam no soco. — Mas quem tá perdendo é o Frost, e eu nem gosto dele... — Mais e mais briguinha, e os alunos ao redor comemorando. — ... Lembrei de quando ele puxou meu cabelo.... E nem pediu desculpas. — O professor chega, e aos berros ordenou que parassem com aquela bagunça, e assim fizeram. Afinal ninguém queria que o professor perdesse os últimos dois fios de cabelos que restava.

   O Arlert se sentou na própria cadeira, e buscou pela loira, tentativa falha. Até ela entrar na sala pedindo desculpas pelo atraso, mas ela não estava sozinha... Ao seu lado estava uma jovem morena, mais alta e com uma estrutura mais forte. A figura angelical não questionou sobre, ela sempre demorava chegar mesmo.

   A aula começou... E Armin que só queria um estudo reservado acabou ganhando uma bolinha de papel em cima da mesa. Pegou inocentemente, a abriu, e viu que era um convite de que alguém queria o encontrar depois da última aula. Arlert não tava com paciência para implicar mentalmente em saber o autor, então somente leu, guardou no bolso, e focou na aula. Ficou tão focado que nem notou o tão quando Historia estava mais focada na garota forte do que na aula.

~ Quebra de Tempo

Depois da última aula, Armin estava na garagem aonde encontraria o dono de tal bolinha. Este que não encontrou ninguém, a não ser um vazio. Historia tinha ido para casa na limousine, Armin conseguiria ir muito bem voando sem problema algum.

   Ele estava desistindo de esperar, prestes a sair quando sentiu algo perfurar o estômago como uma chave de braço. Desabou no chão, e não resistiu e vomitou, com a dor no estômago e a mão na área com esperança de que aliviasse. Tossiu, levantando a cabeça e vendo a figura acima... Frost.

— Foi você que chamou o professor, não foi? E por sua culpa eu levei uma advertência! — Ele se abaixou, agarrou os fios bonitos e os ergueu, obrigando o outro a o encarar.

   — Frost! Tá doendo! Para! Não foi eu! — Implorou para convencer que não foi, mas quem disse que Frost era de se convencer fácil? Em vez disso ele só debochou da cara pálida, e puxou mais seus cabelos.

   — Por que você tem cara de puta? — Questionou com uma maldade imensa na cara, segurando o queixo alheio e o fitando.

   — Quem tem cara de puta é você. — Ele exclamou.... Não! Não o Arlert. O moreno que participou da briga do dia.

  Frost virou o rosto para ele, abrindo a boca surpreso, mas logo sorriu.

— Tá brigando comigo? Foi por causa dele que a gente levou advertência.

  — Acorda aí, o cabeça de menstruação, quem estava brigando era a gente. O loiro só ficou olhando. E se ele tiver chamado mesmo quem se incomoda é você. — Ele iria dar as caras e sair... Mas, sentiu meio que um remorso por dentro. Grunhiu, se aproximou e ajudou o loiro a se levantar. — Deixa o garoto em paz, vai. Você até parece que tá com inveja de que ele é bonito e você não. — Frost sentiu a pele ferver. Foi tanta negação para a sua pessoa que ele só saiu, batendo o pé em desaforo. — Tudo bem?

  — É, eu tô. Obrigado pela ajuda — O loiro arrumou os fios curtos e tirou a poeira da farda.

   — Disponha. — Respondeu, sem muito consentimento... Até notar algumas mechas do cabelo alheio fora do de linhagem. O moreno pegou a mecha e a pós atrás da orelha do loiro, ganhando um olhar disparador do mesmo. — Eu só estava... Arrumando. — Explicou, se afastando minimamente. Tossiu em seco, virou-se e andou calmamente para sair. — Te vejo...

  Armin não chegou a atender bem esse episódio, mas ficou enormemente grato pela ajuda. E agora precisava se apressar, Historia já deve ter chegado em lar.

  No castelo... A noite caiu rápido, e enquanto História estudava no quarto em privacidade, Armin ficou numa poltrona diante da lareira. Pegou um livro sobre moléculas e como elas trabalhavam, como foram descobertas e como indentificar. Durante seu estudo um suspiro saiu de sua boca...uma coisa batia sobre sua cabeça, ou para ser mais direto, uma questão.... "Por que você tem cara de puta?". Foi isso que Frost interrogou que deixou Armin sem jeito, e com vergonha. Aquilo não era verdade, e Arlert odiava como aquilo soou. Esquecer aquilo não era fácil, e quando tentou acabou adormecendo sobre a poltrona.

[...] Uma respirada na cangote fez o figura angelical curvar as sombrancelhas, erguer a cabeça e despertar. E como um jumpscare dois olhos colados em suas face. O susto foi grande, que a poltrona revirou com ele. O anjo caiu para fora, enquanto quem estava em cima da poltrona era ele... O novato.

— Eu não me apresentei. — Surpreendemente um par de asas com penas pretas apareceu em suas costas, e dois chifres largos em sua cabeça, e um toque de ar desesperador tomou o lugar. — Eu sou Eren, o demônio que vai estragar a vida dos Reiss.

Continua...

Bons Garotos • EreminOnde histórias criam vida. Descubra agora