Thug Life

Capítulo 01

"Desculpa mais uma vez"

"Não foi nada demais, sério." O rapaz me sorriu gentil.

Belo sorriso

Retribui o sorriso e continuei minha caminhada. A real é que sou o desastre em pessoa e enquanto andava pelas calçadas de Los Angeles, derrubei a pá que se encontrava encostada no pequeno muro de uma casa. Não seria nada mal, se a pá não estivesse carregada de folhas secas que haviam sido recolhidas com muito esforço, creio eu.

Strike, Skyler, strike.

Adentrei a padaria que frequentava todas as manhãs e como de costume, fui atingida por uma atmosfera confortável e acolhedora assim que passei pela porta. Não tardou muito para que um dos atendentes fossem até o balcão.

"O que deseja?" A garota baixinha de todos os dias, perguntou.

Olhei mais uma vez a vidraça que carregava diverços tipos de doces, antes de responde-lá.

"Eu vou querer um daquele ali" apontei "E dois daquele redondinho" apontei mais uma vez.

"Mais alguma coisa?"

Eu deveria ser uma boa garota e obeder ao meu pai quando ele diz "não coma muito doce", mas sabe como é, doces são realmente bons.

"Eu vou levar mais dois daquele azul e um do rosa"

Gorda? Talvez.

Após agradecer e pagar pelos pedidos, sai da padaria em direção à minha casa, durante o caminho, sinto meu celular vibrar no bolso traseiro de meus jeans.

"Você vai hoje, certo?" -Edu

"yep"

Olhei para o semáforo. Vermelho. Mais uma vez meu celular vibrou anunciando uma nova mensagem, então o desbloquei enquanto atravessa a rua.

Parei meus movimento abruptamente assim que ouvi uma busina estridente seguida de uma brusca freiada. Nesse momento meu celular, juntamente com minha sacola de doces, se encontravam no asfalto. Respirar se mostrou uma atividade difícil do que o normal, e talvez, mas só talvez, meus olhos estivessem um pouco marejados.

"Puta que o pariu! Você está bem, menina?" Uma voz grave se fez presente.

Tentei reajustar minha visão, que eram pequenos borrões, soltei o ar, que até então, eu não percebi ter prendido em meus pulmões e ergui meu olhar em direção ao corpo agora presente em minha frente.

O rapaz carregava um semblante surpreendido, um pouco zangado, eu me arriscaria a dizer. Tinha o cenho fortemente franzido, formando um vinco entre suas sobrancelhas. Usava um casaco preto, assim como sua camiseta que se ajustavam perfeitamente ao seu tronco. Seus jeans, também pretos, se agarravam firmemente as suas pernas e por fim, seu tênis -pasmem- também preto, se encaixava em seus longos pés.

"Ei, psiu, lhe fiz uma pergunta. " O rapaz voltou a dizer.

"S-sim. E-eu estou bem." Foi tudo que consegui dizer.

"Legal. Agora faça um favor para mim e para o restante da humanidade, preste atenção quando for atravessar a rua, não é tão difícil."

Autch! Grosso.

O grande homem não me deu oportunidade de recruta-lo, pois assim que disse suas últimas palavras, entrou na Range Rover que se encontrava parada em minha frente, com um pequeno estrondo fechou a porta e ligou o carro. Entendi aquilo como uma indireta, ou direta mesmo, para que eu pegasse minhas coisas do chão e desse o pé dali.