trinta e quatro | dois apaixonados

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"Eu estava a fim de você, mas já superei

E eu estava tentando ser legal, mas nada está dando certo

Então deixa eu soletrar:

A-B-C-D-E, Foda-se você, e sua mãe

E sua irmã, e seu trabalho

E seu carro quebrado, e essa merda que você chama de arte

Foda-se você e seus amigos, que nunca mais verei

Todos, menos o seu cachorro, vocês podem todos se foder."

ABCDEFU – Gayle

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Inferno!

Estou estressado pra caralho e já perdi as contas de quantas vezes eu xinguei.

Tudo isso por culpa dela, sempre ela, que agora resolveu ressuscitar dos mortos e se achar no direito de me atormentar, depois de tudo o que aconteceu.

Eu a odeio!

Odeio tudo o que ela me faz sentir aqui dentro.

Odeio que ela me perturbe tanto mesmo depois de tanto tempo.

Eu vim pro Brasil para ficar longe, para me afastar de todo o seu drama, e achei que ela me deixaria em paz.

Eu realmente fui ingênuo a esse ponto.

Mas eu estava enganado, como eu estava enganado.

A maldita continua mexendo comigo mesmo de longe, e eu não consigo me concentrar em nada desde que li a porra da sua mensagem.

Maldita curiosidade, maldita Emma!

Tudo o que eu vejo desde então é vermelho, é como se toda a tranquilidade do meu corpo tivesse sido drenada e substituída por raiva.

Raiva ardente.

Ódio puro.

"Não quis jogar na Universidade pra continuar comigo, mas resolveu entrar em um time de segunda pra foder outra?"

Li a mensagem pela quinquagésima vez e o sentimento ao ler continua o mesmo.

Maldita!

Além de ser uma vadia, ainda consegue duvidar do meu caráter, me colocar como um vilão que eu nunca fui.

Só espero que ela tenha parado de incomodar a Diana, nem sei do que seria capaz caso descubra que ela ainda a tem importunado, e pior, que ela esteja mentindo a meu respeito, ou distorcendo a história de uma forma que eu pareça a escória que ela é.


Fechei o meu terno e vi pelo reflexo do espelho que minha mãe me olhava da porta do meu quarto, com um sorriso bonito no rosto.

— Você está tão bonito, meu amor. — ela elogiou conforme se aproximava de mim, e passou as mãos pelos meus ombros, alinhando melhor o terno e depois ajeitou a minha gravata — Está lembrando de levar camisinhas?

Ela perguntou sem olhar nos meus olhos e eu senti minhas bochechas esquentarem.

— Mãe...

— Já tive a sua idade, Theo. — ela disse e olhou para mim — Sei o que fazem em bailes de formatura. Você e a Emma já namoram há quase dois anos, e se não estiverem transando ainda, hoje é o dia em que provavelmente irão transar, e tudo bem.

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora