Flowers

Capítulo 1: O Encontro

O sol matinal banhava a cidade com uma luz dourada, prometendo um dia tranquilo e caloroso. As ruas começavam a se encher de vida enquanto as lojas levantavam suas portas de ferro e os cafés distribuíam o aroma de café fresco no ar. Entre todas as lojas, havia uma que se destacava pela beleza e fragrância: "Flores do Amanhecer", a floricultura mais encantadora da cidade.

Ana, a proprietária da loja, estava de pé desde o amanhecer, organizando os buquês e arranjos com o cuidado e a paixão de sempre. Com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes que brilhavam com a mesma intensidade das flores que cuidava, Ana parecia quase uma extensão de seu jardim colorido. A loja era um reflexo de sua alma: cheia de vida, cor e esperança.

Ela estava colocando os últimos toques em um arranjo de lírios brancos quando ouviu o sino da porta tocar. Levantando o olhar, ela viu uma mulher entrar, hesitante, mas com um brilho nos olhos que logo capturou sua atenção. Ela era alta, com cabelos negros lisos que caíam em cascata sobre os ombros, e vestia um vestido de verão azul que destacava a profundidade de seus olhos castanhos.

— Bom dia! — saudou Ana com um sorriso caloroso. — Posso ajudá-la?

A mulher sorriu de volta, um pouco nervosa, mas decidida.

— Bom dia. Eu sou Clara. Estou procurando flores para o meu casamento. Ele será daqui a dois meses, e me disseram que você é a melhor florista da cidade.

Ana sentiu seu coração acelerar um pouco. Casamentos sempre a deixavam nervosa, não pelo trabalho, mas pelo significado. Havia algo de mágico em participar de um momento tão importante na vida de alguém. Ela se endireitou, tentando esconder qualquer traço de nervosismo.

— Claro, Clara. Seria um prazer ajudar você a escolher as flores perfeitas para o seu grande dia. Vamos nos sentar e conversar um pouco sobre o que você imagina.

Clara seguiu Ana até uma pequena mesa no fundo da loja, onde as cores e os aromas das flores criavam um ambiente quase de sonho. Sentaram-se e Ana começou a fazer perguntas sobre o casamento, o local, as cores que Clara tinha em mente. Enquanto conversavam, Ana notou a paixão e a felicidade que Clara irradiava ao falar de seu noivado, mas também percebeu algo mais — uma certa melancolia nos olhos dela, algo que ela não conseguia definir.

— E quanto ao noivo? Ele tem alguma flor preferida? — perguntou Ana, tentando entender melhor os gostos do casal.

Clara hesitou por um momento, antes de responder com um sorriso suave, mas distante.

— Na verdade, ele deixa tudo por minha conta. Diz que qualquer coisa que eu escolher será perfeita.

Ana assentiu, mas não pôde deixar de sentir uma pontada de curiosidade sobre a história por trás daquele sorriso. Contudo, não quis ser indiscreta. Em vez disso, concentrou-se em mostrar a Clara diferentes tipos de flores, explicando os significados de cada uma.

Enquanto Clara observava atentamente, Ana sentiu uma conexão crescente entre elas, como se, de alguma forma, suas almas se reconhecessem. E quando Clara escolheu um ramo de rosas brancas com lavandas, Ana percebeu que aquela escolha dizia muito mais sobre Clara do que qualquer palavra.

— Essas são perfeitas — disse Clara, com um brilho nos olhos. — Têm uma simplicidade e uma beleza que eu amo.

Ana sorriu, sentindo um calor no peito. Ela queria dizer algo mais, algo que expressasse a estranha, mas reconfortante conexão que sentia. Mas não encontrou as palavras certas.

— Fico feliz que tenha gostado. Vou garantir que sejam as mais bonitas para o seu dia especial.

Clara agradeceu e se levantou, prestes a sair. No entanto, antes de alcançar a porta, ela se virou.

— Sabe, Ana, não sei exatamente o porquê, mas sinto que posso confiar em você. Acho que vou precisar da sua ajuda mais do que imagino nos próximos meses.

Ana sentiu uma onda de emoção. Ela não sabia o que aquilo significava exatamente, mas estava determinada a ajudar Clara de todas as maneiras possíveis.

— Estou aqui para o que você precisar, Clara. De verdade.

Clara sorriu uma última vez antes de sair, deixando Ana com um sentimento de expectativa e curiosidade. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: algo novo e especial havia começado naquele encontro. E Ana mal podia esperar para descobrir o que era.