O Vilão bate no Halo do Protagonista

Capítulo 57

O pescoço do Deus da Guerra Sikong Han foi atingido pela flecha de Xiao Guojun, o sangue jorrou e respingou no chão, deixando uma expressão de descrença em seu rosto, como se ele não pudesse acreditar que iria morrer ou estivesse surpreso com as profundezas ocultas de Xiao Guojun. Flocos de neve caíram em seus olhos, fundindo-se imediatamente com o sangue.

O carrasco tremeu, ajoelhando-se, temendo que Xiao Guojun pudesse atirar uma flecha nele por ter lidado inadequadamente com a situação.

O local da execução ficou em silêncio; mesmo os guardas ajoelhados não se moveram. O sangue de Sikong Han fluiu perto deles, mas eles não ousaram se mover. Nie Jia, ignorando-os, gesticulou para que os atendentes arrastassem Jun Changyue embora e depois voltou para o palácio.

A multidão ajoelhada no local da execução deu um suspiro de alívio secretamente. A morte do Deus da Guerra foi lamentável, mas o leve indício de intenção assassina de Xiao Guojun teve um efeito assustador. O carrasco levantou-se, limpou o sangue das mãos, suspirou enquanto olhava para os olhos cegos de Sikong Han, balançou a cabeça e ordenou aos guardas que carregassem o corpo para baixo e pendurassem-no no portão da cidade.

O caminho de volta ao palácio foi longo. Nie Jia instruiu os eunucos que carregavam sua liteira a vagar sem rumo pelo palácio, verificando se Shi Chen estava por perto.

A forte neve de hoje deixou o clima excepcionalmente frio. Poucos atendentes do palácio eram visíveis mesmo dentro do palácio real.

Embora Jun Changsheng fosse violento, ele não era devasso ou ganancioso. Ele não matava para ganhar, nem se entregava a luxos ou se preocupava com dinheiro, poder ou mulheres. Desde que suas pernas ficaram incapacitadas, ele viveu como uma alma errante, e tal rei naturalmente não tinha nenhuma nobreza disposta a enviar suas filhas para o palácio. Os descendentes da família real Yan eram poucos. Com a partida do rei e da rainha anteriores e tendo sofrido uma revolta dos plebeus, agora o vasto palácio abrigava apenas Jun Changsheng e Jun Changyue, desolados e lamentáveis ao extremo.

Todos esses eram sinais de uma nação moribunda.

Nie Jia sentiu o coração pesado. O passado de Jun Changsheng era muito parecido com o seu.

Ele estendeu a mão e sua palma pálida estava coberta de flocos de neve.

"Tão frio." Nie Jia murmurou lentamente, as pontas dos dedos parecendo congeladas.

Ele se lembrou de como Shi Chen costumava gostar de beijar persistentemente as pontas dos dedos em suas vidas passadas. Ele se perguntou onde Shi Chen estava agora e se ele também havia chegado a este mundo. O peso no coração de Nie Jia o deixou cada vez mais ansioso.

Tendo circulado o palácio desolado por uma rodada completa, a parte inferior das costas de Nie Jia ficou dormente por causa do frio antes de ele retornar, desapontado, aos seus aposentos.

Depois de retornar, o humor sombrio de Nie Jia se dissipou completamente. Ele ordenou friamente: "Anuncie ao mundo: a intenção de Sikong Han de se rebelar foi encoberta por uma única mão, resultando em sua execução. Pendure seu corpo no portão da cidade como um aviso aos outros. Sem piedade para aqueles que se atrevem a pagar seus respeitos."

Os subordinados imediatamente começaram a cumprir suas ordens.

No enredo original, Jun Changsheng decapitou Sikong Han e executou a família Sikong, e ponto final. Afinal, a rebelião de Sikong Han ainda não havia ganhado impulso, sendo rapidamente reprimida pelo comandante do Xuanjia. O povo só sabia que o rei havia matado o Deus da Guerra Sikong Han, mas não o motivo da execução. A morte de Sikong Han foi a gota d’água que fez transbordar o copo. Os cortesãos ficaram furiosos e o povo ressentido. Portanto, quando Jun Changsheng foi baleado, foi motivo de comemoração generalizada.