Deja Vu

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— Eu já disse que não. — Afirmou Minho com o tom de voz mais severo dessa vez, voltando a rolar o feed do seu instagram.

— Ah, vai — insistiu Christopher, se sentando ao lado dele no sofá e cutucando seu braço. — Vai ser legal.

— Não.

— Para com isso Minho, você fica enfurnado em casa o dia todo, eu sou o único ser que você tá tendo contato nas raras vezes que por um milagre, você me chama aqui pra sua casa.

— Isso não é verdade, estou tendo contato sim com outros seres — rebateu ele, esticando o braço para fazer carinho em seu gato deitado no braço do sofá. — Não é, Dori? Coisa linda do papai.

    O australiano revirou os olhos, cruzando os braços e olhando pra ele com desaprovação.

— Para com isso, seus gatos são uns amores, sim. Mas estou falando de pessoas. Você não sai, não fala com ninguém, não dá bola pra ninguém desde que o…

— Não. Ouse. — Cortou Lee, mirando um olhar mortal que dizia claramente que não queria ouvir aquele nome.

— Desde que você e o “falecido” terminaram. — Suavizou ele, se ajeitando no sofá e apoiando o braço no encosto. — Você é meu melhor amigo e eu estou preocupado com você, só isso.

— Não precisa se preocupar — disse em um tom tranquilo. — Eu estou muito focado em mim mesmo, só isso.

— Eu sei, está se jogando de cabeça na escola de dança que você está dando aula, e isso é bom. Mas Minho, eu te conheço, não se trata só de focar em si próprio e você sabe disso.

— Quê? Como assim? — Perguntou franzindo o cenho, bloqueando a tela do celular. Aquela expressão de sobrancelha erguida com um olhar julgador vindo do amigo, como quem dizia “eu sei de tudo” sempre o irritava profundamente.

— Vai mesmo me fazer explicar?

— Vou.

— Então tá, o nome disso é bloqueio emocional. E isso, é ruim.

— Que porra tá falando? Eu não estou com bloqueio emocional nenhu…

— Minho, toda pessoa que se interessa e se aproxima de você, você bota pra correr. Eu sei que você sempre foi mais reservado, mas não ao ponto de literalmente dar o fora nas pessoas por motivos tão estúpidos.

— Não foram estúpidos.

— Jura? Então por que parou de falar com aquele garoto que te chamou pra sair no parque?

Minho deu de ombros em indiferença, se inclinando pra trás e jogando todo seu peso no sofá.

— O jeito que ele piscava me irritava.

    É, na sua cabeça aquilo pareceu bem menos ridículo.

— Tá vendo? Antes você dispensava as pessoas por motivos válidos, pelos valores dela, pelo caráter que ela mostrava, bandeiras vermelhas incontestáveis. Agora, o que você tá fazendo é arrumar desculpas sem sentido pra justificar pra você mesmo pra continuar sozinho.

    Lee rolou os olhos, desviando a atenção para seu gato sem falar nada por um tempo. Amava e odiava ao mesmo tempo esses tapas na cara que Bang dava.

— Tá, e qual é o problema de eu querer ficar sozinho? — Disse na defensiva.

— Nenhum, mas depende do motivo disso. Se realmente só quer se priorizar, tá tudo bem. Mas Minho, vamos ser honestos, você não superou o…

Beautiful Things - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora