encontros ou desencontros (parte2)

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Abro a porta que estava entre-aberta e olho vendo um quarto rústico com uma janela que dava uma vista ampla do jardim, deixo meu corpo vagar naquele local vendo cada detalhe, cômoda á cômoda, com uma camisa branca jogada folgadamente nela sobre o abajur azul e três mini globos de cidades que caia neve, a cama era de casal com lençóis de veludo, acho que essa pessoa sente bastante frio para usar lençóis tão quentes, meus olhos vão para um porta retrato onde se via um casal jovem sorridente e o homem segurava a barriga da mulher que presumo ser a esposa, que estava a esperar um bebê, a foto transmitia alegria diferente desse quarto, ouso barulho de algo escorrendo, acho que deixaram o chuveiro aberto ou será que tem alguém tomando banho ?

— Olá! Eu entrei sem querer, tem alguém aqui ?. - eu falei -

Não obtive resposta, andei em direção ao banheiro e vi que estava vazio, as paredes nos tons preto e uma banheira redonda transbordando pela água, me deixavam a desejar ter um desse em minha casa.

— Mas que desperdício de água... aí depois que a água do mundo acaba esses riquinnhos vão por a culpa em nós meros pobres trabalhadores de classe baixa . - digo zombando -

— Acho que seria ruim se isso acontecer, não? - diz a voz -

— É oque eu digo, nós sofremos oque esses ricos ganham de bandeja, mas é oque dizem, quanto maior é o cômodo, maior é a solidão dessas pessoas . - digo suspirando -

— Então eu sou uma pessoa muito solitário, já que meu quarto é enorme. - Voz -

— Espera, eu não sou solitária...

— Pode até não ser mas curiosa aposto que sim. - Diz a voz -

Me viro notando que não falava comigo mesma mas sim com outra voz que só agora me dei conta que tinha alguém aqui, me virando delicadamente, meus olhos foram de seus dedos pálidos até seu peitoral despido, continuando a trajetória por seu pescoço onde habitava uma tatuagem famíliar e parando em seus olhos azuis com um semblante sério com um toque de divertimento, Meu corpo paralisou no mesmo instante que meu cérebro analisou toda a matéria que estava a minha frente, ele estava sem roupas, a única coisa que me deixava fora de suas partes íntimas era sua toalha que cobria uma pequena parte de sua centura e pernas.

— Gosta do que vê? - o rapaz me olha sério enquanto cruzava seus braços tonificando seus músculos -

— A-ah me desculpe senhor, eu, eu estava olhando, quero dizer, eu não estava dessa maneira, eu só tô dizendo que não o estava a olhar... acho melhor eu me retirar . - eu só posso ter TDH, pra só notar ele agora!! -

Tentei passar por lado dele mas ele bloqueou minha passagem, a saída estava logo ali, acho que já entraria em desespero se fosse numa situação pior, eu queria passar mas eu sentia uma sensação quando o olhava nos olhos, não sei descrever mas ele me é familiar .

— Nós já não nós vimos antes? - diz o rapaz -

— Não senhor, eu nunca o vi em toda a minha vida, acho que se o visse seria difícil esquecer. - falo -

Ele andou na minha frente me fazendo recuar instintualmente me fazendo ficar entre a porta do banheiro e ele, não sei oque fazer, posso bater nele caso ele tente algo? Posso empurrar ele e correr? Impossível, ele é o dobro de mim, posso me fingir desmaiar e esperar que ele chame alguém? Posso gritar? Merda ninguém me escutará nesse corredor, afinal quem faz um único quarto com um corredor longo, e tenho certeza que ninguém vem por aqui! Simplesmente meu joelhos me pegaram desprevinida falhando indo em direção ao chão, seus braços me seguraram me forçando apoiar em seus braços que estavam quentes, nossos olhos se encontraram e seus lábios se abriram.

—Você está bem ? Eu não quis te assustar princesa. - ele dissera perto de mim -

Meus olhos se arregalaram soando aquelas palavras faladas na madrugada passada ... ( - Você está bem? Fiz algo de errado princesa ?. - ele dissera - ). Só então vi a familiaridade de agora a pouco, era ele, seu cheio, sua pele úmida e gélida, Não sei seu nome, mas nunca esqueceria aqueles olhos, seu semblante... o seu cheiro de hortelã era igual a daquele dia, eu preciso sair daqui, mas acho que isso seria muito ridículo e arruinaria já que ele não se lembra de mim.

— Você poderia me soltar senhor ? - digo me ajeitando -

— Perdão, pensei que iria cair.

Eu estava suando, eu podia sentir meus pelos se arrepiando, uma gota de suar descendo da minha nunca indo em linha reta por minhas costas, olho em sua direção e vou em direção a porta, não podia ficar naquele quarto, não podia ficar perto dele, eu preciso... eu preciso de ar, eu não aguentei mais andar pelo corredor, comecei uma corrida indo em direção a sala de recepção, entrando com minha respiração desregulada quando notei todos os olhares em mim, meus olhos rodeiam a sala desesperadamente a procura dela, maldita, olhei para os ruivos e só então notei... estavam todos ali, na minha frente, eu estava praticamente na toca do leão, não, era bem pior, um abatedouro cheio de predadores.

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⏰ Última atualização: Aug 09 ⏰

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