Mortalias além da fronteira mágica

Capítulo 6

Darlan
Instantes depois de procurar ajuda para Bella

-- Acabei encontrando Bella no jardim, junto ao chafariz. Ela implorou para que eu ficasse, alegando não estar se sentindo bem e estar em busca de auxílio. -- relato, me aproximando do grupo. Mal termino de falar, Mylla arregala os olhos e, sem hesitar, dispara em direção ao jardim, enquanto Luka permanece, me observando intensamente.

-- O que Bella compartilhou com você? -- Luka indaga, mantendo sua calma habitual.

-- Foi uma conversa sem importância. Com licença... -- me afasto rapidamente, em busca dos responsáveis pela situação de Bella. Após alguns minutos, os localizo em uma parte mais reservada do jardim, entregues a risadas e conversas insensíveis, provavelmente às custas de Bella. Avanço em direção a eles, com passos firmes e pesados, fazendo várias cabeças se virarem, uma delas, vestindo um terno azul, direciona seu olhar desafiador para mim. Os demais, notando minha abordagem, me olham com desdém.

-- Veio se juntar a nós? -- debocha o homem de terno azul, retirando o cigarro da minha boca e dando uma tragada. -- Sério que você fuma isso? Deveria experimentar coisas diferentes. -- Ele e seus amigos caem na gargalhada. Opto pelo silêncio e, num impulso, acerto um soco em seu rosto, fazendo-o tombar.

Uma dor lancinante invade minha cabeça, provocando uma vertigem incontrolável. -- Droga! -- exclamo, curvando-me e segurando a cabeça. Minha respiração se torna ofegante; meus sentidos, aguçados. O cheiro de suor e de perfume barato preenche o ar, juntamente com o medo palpável no coração da garota.

"Não posso perder a compostura, não agora. Ah, mas que se dane! Se eu perde o controle, que seja. Apesar da névoa em minha memória... Estou determinado a dar uma lição nesses filho da puta!"

Ofegante, noto que minha visão se intensifica, e, ao passar a língua entre os dentes, percebo-os afiados como os de um predador.

Outro adversário, este trajando um terno preto, avança contra mim com uma paulada certeira na cabeça, causando minha queda. Ele só cessa quando o cansaço o vence, mas isso não é suficiente para me deter. Após breves momentos no chão, ergo-me, agarro sua camisa e começo um bombardeio de socos em seu rosto, que rapidamente se desfigura sob o impacto.

-- Agora é pessoal, imbecil! Quem você pensa que é para atacar meus amigos? -- grita outro, vestido de terno cinza, aparentemente o protetor da garota, possivelmente seu namorado. -- Você vai pagar caro por isso! -- Ele avança, armando-se com um canivete que perfura minha barriga.

A dor insuportável me joga nos arbustos. Minha visão turva, a tontura me impede de reagir, e caio, vencido pela dor.

"Meu corpo... essa sensação..."

A consciência me escapa repetidas vezes, entretanto, isso não me impede de socar o desprezível que ousou me atacar...

-- Caralho, o cara virou um monstro! -- o sujeito de terno preto, ainda ao chão, observa aterrorizado enquanto tenta se arrastar para longe de mim.

— Você não vai mais ferir ninguém aqui, seu idiota! — vocifera o de terno cinza, capturando toda a minha atenção. Com uma sede incontrolável, atiro-me sobre ele sem reservas, derrubando-o prontamente, pronto para o ataque final. Contudo, ele consegue me ferir com seu canivete, deixando um corte superficial em meu rosto.

— Só não te elimino agora porque não quero atrair atenção e estragar as férias de verão. Mas fica o aviso: se voltarem a se meter com a minha... Murphy, saibam que não haverá segunda chance. — ameaço, enquanto a raiva ferve em minhas veias.

— Ah, você está falando daquela garota patética? — ele provocou, tossindo sangue. — Ela mereceu, por ter ferido minha namorada! E não pense que suas ameaças me assustam. Você deveria se preocupar mais com a... sua namorada. — retruca, escarnecendo.