A minha primeira vez ficando com um cara foi na adolescência. E não, eu não entendia muito bem como era sentir atração por homens também, mas não negava pra mim mesmo o fato de reparar no corpo de alguns garotos na escola ou no bairro quando jogava futebol. Os corpos suados, o volume nos shorts que adorávamos exibir, os pelos iniciais crescendo por toda parte...
Inclusive, um dos primeiros caras que tive vontade de ficar, tocar e até mesmo fazer coisas com ele foi meu melhor amigo, que costumava jogar bola comigo na rua desde pequeno e até me acompanhar quando íamos paquerar nas praças da cidade. Mas não foi com o Gustavo que eu comecei a brincar de forma diferente.
Tenho familiares que moram em sítios e meus pais costumavam ir para a casa de alguns tios de vez em quando. E eu, claro, como o caçula dos homens, não tinha a opção de ficar em casa e acabava indo imprensado no meio dos dois de moto.
De todo modo, não era ruim ir pro sítio de vez em quando. Mas dessa vez foi diferente. E um diferente bom, até.
A irmã mais nova da minha mãe, minha tia, tem um filho com mais ou menos a minha idade. Nos dávamos bem, mesmo que pouco nos víssemos, afinal sempre que seu pai ou sua mãe iam à cidade pra comprar algo, mesmo que fosse pra ele ou minha prima, eles deixavam os filhos em casa.
A última vez que o tinha visto, na época, ele era pequeno, pálido, magricela demais e um tanto tímido. Mas ao chegar na casa deles, uma construção de taipa até que grande para os padrões locais, me surpreendeu como Joaquim tinha ganhado corpo, um tom bronzeado de pele e um corte de cabelo mais social que deixou ele ainda mais bonito.
Joca, como chamávamos, estava um pouco mais forte que eu, dava pra ver os músculos marcando na camisa curta, provavelmente de tanto trabalhar na roça com o pai, o short sujo, o qual reparei rapidamente, também parecia pequeno, mas ele era assim mesmo, não ligava pra esse tipo de coisa.
Ele sorria abertamente para mim, como se tivesse uma saudade enorme e, ao apertar minha mão, senti como se ele quisesse ter me abraçado da mesma forma que minha mãe abraçou a dele.
Depois da chegada, eu bem que poderia dizer que tivemos um fim de semana divertido, onde nadamos com nossas mães no açude perto de casa e caçamos passarinhos com as baladeiras. E isso aconteceu, mas os detalhes desses acontecimentos foram se apagando rápido demais da minha mente depois do que aconteceu depois.
À noite, fiquei numa rede na sala, junto de Joaquim, que tinha a própria rede quase colada na minha devido à proximidade dos armadores. Como sempre aconteceu quando passamos a noite na casa deles, meus pais tomavam o quarto dos meus primos e Luísa acabava dormindo em um colchão no quarto dos pais.
Nunca gostei de dormir de rede, mas quando senti um cutucão na minha no meio da noite, não cheguei nem a pensar que fosse um bicho, tipo escorpião ou sei lá, apenas soube que era meu primo. Ele não estava dormindo e queria me falar alguma coisa, e eu senti que poderia ser algo diferente, assim como ele por inteiro.
— Ôh, Vi, tenho uma coisa pra te mostrar — descobri a cabeça do lençol e baixei o pano da rede para olhar pra ele, as bochechas pareciam mais avermelhadas que o resto do corpo bronzeado, e o sorriso parecia sapeca, ao mesmo tempo que tímido — eu achei nas coisas do meu pai semana passada, acho que ele nem deu fé ainda.
Ele praticamente sussurrava, até porque o quarto que meus pais estavam dava diretamente pra sala e era coberto apenas por uma cortina de pano.
— E o que é?
Meu primo se sentou na rede e ajeitou o calção mole antes de levantar, descalço mesmo no chão frio de cimento e pegou um livro fino na mochila dele. Na verdade, quando se aproximou da minha rede e fez sinal para que eu afastasse um pouco, vi que era uma revista pequena.
![](https://img.wattpad.com/cover/369507011-288-k388780.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Devassos
DiversosColetânea de contos eróticos entre homens surgidos das mais profundas safadezas de minha mente. Conteúdo Adulto. História também no Spirit, Link no perfil para quem preferir.