Capítulo 1

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Itadori Yuji soube, assim que acordou, que ele estava ferrado.

Ele encarou as velas e os talismãs espalhados ao redor dele, e então verificou de novo as correntes em seus pulsos e tornozelos.

Yuji parou e pensou um pouco. Como ele havia se metido naquela situação? Bom... clube de ocultismo... um talismã super-perigoso que seu pai havia mandado ele jogar no rio... maldições por todo o lado...

E Yuji comeu o talismã — o dedo de Ryomen Sukuna, para ser mais exato.

Um arrepio percorreu a espinha de Yuji e ele começou a chorar.

Ah... Seus irmãos iriam matá-lo...

...

- Eu vou matar aquele merdinha!

Fushiguro Megumi suspirou, exasperado, e olhou para a garota parada ao lado dele, de braços cruzados e com uma expressão nada boa. As luzes que escapavam das janelas da casa atrás deles faziam suas sombras de alongarem pela grama bem cuidada do jardim, e a lua brilhava pálida no céu.

- Maki-nee, fica calma - o garoto pediu, temendo que a irmã fizesse alguma besteira.

- Vou ficar calma depois de torcer o pescoço do miserável do Yuji! - sibilou Maki, quase bufando de raiva. - O papai falou pra ele jogar aquele maldito talismã fora, mas nãoo! O que ele fez? COMEU A PORRA DO DEDO!

Megumi estava querendo fugir para bem longe da ira da irmã, mas decidiu ser um bom irmão mais novo e ficar ao lado dela.

- Maki-nee, o que a Mai-onee-chan falou? Você tem que controlar seu temperamento, ou então os outros não vão te respeitar. Como você planeja ser uma feiticeira poderosa se não consegue nem mesmo o respeito de seus irmãos?

Maki se virou para ele com um olhar furioso.

- Está dizendo que não me respeita, otouto?

Fushiguro recuou um passo para trás.

- Estou dizendo que você vive brigando com o Eso-aniki, e isso nunca te beneficia. Talvez você devesse, sei lá, não brigar tanto assim com as pessoas? Também estou irritado com o Yuji, mas não acho que matar ele vai ser a solução.

Maki suspirou e revirou os olhos.

- Tudo bem. - Um sorriso surgiu nos lábios de Megumi. - Vou apenas quebrar as pernas dele para que não saia por aí fazendo mais merdas.

- Maki-nee!

O som de motor os fez parar de falar e ambos se viraram para a estrada, onde um farol de moto se aproximava. O veículo parou na frente deles e o motoqueiro tirou o capacete, balançando a cabeça para os lados para afastar os fios de cabelo grudados do rosto.

- Choso-onii-chan! - Maki falou, andando até ele com Megumi ao lado. - Você demorou!

Choso olhou para eles com um sorriso no rosto.

- Me desculpem - falou. - Tive alguns problemas no caminho. Sou o último?

- Sim - disse Megumi. - O Eso-aniki, a Mai-onee-chan e o Kechizu-nii já estão lá dentro. O velhote levou o papai Jin pra casa do vovô e disse que voltava antes das 23 horas.

- Já são 22:30 - disse Choso, olhando o relógio do celular. - Ele deve chegar a qualquer instante. Vamos começar logo. Maki, conseguiu as plantas da estrutura?

- O Kechizu-nii me ajudou. Deixei lá dentro, na mesa - disse a garota, cruzando os braços. - Pensei que você fosse trazer sua namorada, Choso-onii-chan.

- Ela disse que surgiu um imprevisto, mas que encontrava a gente lá - respondeu Choso, estacionando a moto na frente da casa e andando até a porta.

- Espero que ela não dê com a língua nos dentes e dedure a gente - disse Maki, irritada. - Se eu vou morrer, quero pelo menos levar alguns feiticeiros fortes comigo.

Uma Família InconvenienteOnde histórias criam vida. Descubra agora