Dr. e o Campeão

11

Sasaki Miroshi venceu por nocaute no primeiro round.

Lambi meus lábios secos e apertei o pause no replay da luta de boxe no meu iPad, depois coloquei-o na mesa de vidro à minha frente. Minha mente ficou arrasada quando vi Yak, do time azul, sendo derrotado por nocaute no primeiro round. Ver Sasaki dando socos repetidas vezes me irritou. Por que Yak não revidou?

Não gosto muito de boxe, mas quando penso no Yak gosto de assistir replays de suas lutas. Eu sei que ele é um lutador duro e agressivo, mas dessa vez foi estranho. Não é como se ele não pudesse lutar, mas sim que ele revidou de jeito nenhum..

Yak está doente? Ou ele está... traumatizado por Taemrak?

Pensei muito, deixando meus pensamentos fluírem livremente.

Minha cabeça está assim há meses, tudo que consigo pensar quando não tenho nada para fazer é naquele grandalhão.

Quem disse que o tempo melhora as coisas? É uma mentira. Embora eu tenha tirado duas semanas de folga para explorar a cidade inca perdida do Peru, o tempo não cura nada.

Sinto falta do Yak... sinto muita falta dele.

Ele deve ter ficado gravemente ferido naquela partida. Pensei se deveria ir visitá-lo, mas antes que pudesse decidir, a porta do meu consultório se abriu.

Levantei as sobrancelhas interrogativamente. A pessoa que entrou e quebrou o silêncio foi uma enfermeira que eu conhecia bem.

— Existe algum caso urgente?

— Não, tem alguém aqui para ver o doutor. Eu vi que o senhor já havia terminado o trabalho há muito tempo, mas ainda não havia saído da sala. Então vim ver se estava ocupado.

— Membros da família de algum paciente?

– Não, ele disse que é irmão de Nong Yak.

– Ah, tudo bem. - Suprimi o som na minha garganta, fingindo não estar surpreso com o fato de Oye ter vindo me ver, mas minhas mãos agarraram meus pertences pessoais e os jogaram na minha bolsa, junto com uma curiosidade avassaladora para saber por que Oye tinha vindo me ver.

Não muito tempo depois, vi o dono da academia Phadet Suk. Sua aparência dura não combinava com a atmosfera do hospital. Inclinei a cabeça para ele uma vez enquanto caminhava em sua direção e sorri gentilmente para Cherry quando percebi que ele tinha vindo com Oye.

— O que há de errado? - Perguntei primeiro enquanto olhava de um lado para o outro entre Oye e Cherry. Oye levantou-se da cadeira.

– Vim aqui para falar sobre Ai'Yak.

— ..."

— Ele não está bem.

— Por que? - Perguntei ansiosamente, preocupado. Na verdade fiquei preocupado porque vi o vídeo dele sendo nocauteado. Oye olhou para mim e respirou fundo.