Capítulo 17

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A noite estava agitada quando o delegado chegou à cena do crime, acompanhado pela ambulância que transportava Betina. As luzes piscantes das viaturas policiais cortavam a escuridão, enquanto uma aura de tensão pairava no ar. Jordana permanecia ao lado de Betina, seus pensamentos tumultuados pela angústia e pela incerteza do que estava por vir.

O delegado, um homem austero com uma expressão séria, aproximou-se de Jordana, cumprimentando-a com um aceno de cabeça.

— Senhorita Jordana, parece que muita coisa aconteceu aqui esta noite — começou ele, seu tom profissional não deixando transparecer a verdadeira intensidade de suas suspeitas — Muita gente morrendo a sua volta nos ultimos meses não é?

Jordana se sentiu ofendida pela insinuação implícita de que ela estava de alguma forma envolvida nos eventos que haviam levado àquele momento, ela enxuga as lagrimas e olha ele 

— Com todo o respeito, delegado, eu não tenho ideia do que está falando — respondeu Jordana, sua voz firme, mas carregada de tensão. — Eu estava em casa quando recebi uma ligação preocupante da Milena. Ela disse que algo terrível havia acontecido com a Betina e que precisava da minha ajuda.

O delegado estudou Jordana por um momento, parecendo avaliar a veracidade de suas palavras. No entanto, ele permaneceu cauteloso, consciente de que nem sempre as aparências eram o que pareciam.

— Entendo — disse ele, mantendo sua postura imparcial. — Mas o que exatamente aconteceu aqui esta noite? Por que a senhorita estava tão preocupada com a senhorita Milena?

Jordana respirou fundo, reunindo toda a sua habilidade persuasiva para articular uma explicação plausível.

— Milena surtou, delegado — começou ela, escolhendo suas palavras com cuidado. — Ela achava que Betina iria tomar seu lugar na gravadora e enlouqueceu. Sequestrou a Betina, invadiu a minha casa e a torturou. Betina havia sumido por dois dias e eu já havia achado estranho, vim para casa mais cedo hoje quando eu cheguei ouvi gritos... Eu cheguei a tempo de impedi-la de fazer algo ainda pior, mas... — Jordana fez uma pausa, sua expressão sombria refletindo a gravidade do que estava prestes a dizer. — Infelizmente, ela acabou atacando Betina novamente na minha frente. Eu não tive escolha a não ser intervir para protegê-la. Foi um ato de legítima defesa.

O delegado ouviu atentamente o relato de Jordana, seus olhos buscando sinais de falsidade em suas palavras. No entanto, Jordana era uma mestra na arte da dissimulação, e suas palavras soaram convincentes e plausíveis.

Apesar de suas dúvidas, o delegado não tinha evidências concretas para contestar a história de Jordana naquele momento. Ele assentiu, aceitando temporariamente sua explicação enquanto continuava sua investigação.

Enquanto isso, Jordana permaneceu ao lado de Betina, seu coração pesado com a culpa e a preocupação. Ela sabia que tinha muito o que explicar, mas por enquanto, sua prioridade era garantir que Betina recebesse o cuidado médico de que precisava.

A atmosfera no hospital era tensa quando Jordana chegou com Betina, buscando desesperadamente ajuda médica para sua amiga ferida. Ao adentrar a sala de emergência, o coração de Jordana martelava em seu peito, e uma sensação de culpa a consumia enquanto enfrentava o olhar furioso de Francesca, que estava ali como Médica de plantão.

Francesca encarou Jordana com uma mistura de raiva e desgosto, seus olhos faiscando com uma intensidade ameaçadora. No entanto, ao observar o estado crítico de Betina, uma sombra de preocupação passou por seu rosto. Ela sabia que aquele não era o momento para confrontos.

Com um suspiro pesado, Francesca conteve sua raiva por um momento, ciente de que a prioridade era garantir que Betina recebesse os cuidados de que precisava. Antes de entrar na sala de emergência com Jordana, ela dirigiu um olhar penetrante para sua antiga amiga, deixando claro que as consequências seriam severas se Betina não sobrevivesse.

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