Capítulo único

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Notas: Classificação +18 pela temática do cartoon e porque tive história removida do site recentemente por besteira.

Boa leitura!


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Fazia meses que ele não tinha notícias de Angel, nada além de manchetes estúpidas ou anúncios vulgares. Nada além da preocupação de seus amigos em comum desde que ele decidiu reatar o romance e os negócios com Valentino. Nada além de um coração partido para lidar e a ausência que machucava.

Até ele aparecer em uma noite e agir como se nada tivesse mudado. Mas, por todos os demônios do inferno e os anjos que mereciam estar ali, Husk simplesmente não suportou ver o sorriso dele depois de tudo que aquele idiota fez. Depois de todas as feridas que não podiam ser vistas por mais ninguém, apenas pela sua imagem refletida no espelho.

E, quando ele saiu pela porta dos fundos, desejando correr para o mais longe possível, o fato de Angel segui-lo perguntando a coisa mais cruel de todas o fez querer ser a pessoa mais detestável do mundo apenas para devolver seus sentimentos na mesma moeda.

— Husk! Me espera! — Angel implorou, descendo os degraus e o alcançando naquele beco mal iluminado atrás do hotel — Ei... Qual o problema?

— Nada — grunhiu seco, sem se virar para ver o homem que quebrou sua confiança em migalhas.

— Tem certeza? — indagou com uma confusão forçada.

— Você quer mesmo saber? Quer que eu diga qual o problema? — Husk falou, torcendo o rosto em uma careta descontente: ele não ia conseguir fingir que estava tudo bem e deixar que Angel fingisse com ele.

— Certo.... Eu fiz algo? — Angel colocou as mãos no peito, mas não pareceu verdadeiramente preocupado que Husk estivesse com raiva. Ele parecia... Estar em um de seus joguinhos de sedução, apenas provocando porque sabia quais reações conquistaria com isso.

— Sabe qual o verdadeiro problema? — Husk repetiu e então inspirou fundo para tomar coragem de ser realista sobre aquilo para que o outro não pudesse fugir através daquela máscara de obscenidades que não enganavam nenhum observador atento. Ele seria direto, porque uma meia resposta não satisfaria seu orgulho machucado — Eu não fiquei triste quando você desapareceu, quando voltou para Valentino contra todas as probabilidades. Eu senti como uma traição, apesar de não ser. O que tivemos nunca foi oficialmente romântico, eu sei. Só que eu nunca me senti tão decepcionado com outra pessoa. Eu senti decepção, Angel. E talvez eu esteja muito acostumado com coisas ruins acontecerem na minha vida, porque eu não sinto mais nada. E você me fez sentir... Justo... Isso. Então me desculpe se eu não suporto olhar na sua cara agora — O barman disparou sem conseguir não-ser franco sobre isso. Ele se contentou em fingir que estava apenas poupando o tempo de ambos e não despejando sua raiva e mágoa reprimidas em cada palavra.

— Não foi assim... Me desculpe — Angel murmurou abismado pela sinceridade crua de Husk (ele sempre soube que não seria fácil voltar uma vez que rompesse os laços que havia construído, mas não achou que teria que enfrentar isso tão rápido). Ao ver uma negativa no rosto do outro, ele tentou alcançar o antigo amigo – que se esquivou fácil de seu toque.

— Não. Não tem como pedir desculpas sobre isso e ficar tudo bem — Husk riu sem realmente sentir graça da situação. Eles nunca ficariam bem. Ele nunca ficaria bem com o que Angel fez.

— O que você quer que eu faça? — O mais alto perguntou, elevando a voz apenas um pouco, seu rosto demonstrando o quão rápido ele também poderia deixar os sentimentos o dominarem.

Corrosivo - HuskerdustOnde histórias criam vida. Descubra agora