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"Velha alma, suas feridas estão à mostraEu sei que você nuncase sentiu tão sozinhaMas aguente, levantea cabeça, seja forte

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"Velha alma, suas feridas
estão à mostra
Eu sei que você nunca
se sentiu tão sozinha
Mas aguente, levante
a cabeça, seja forte.
Oh, aguente, aguente
até que os ouça chegar
Aí vêm eles, oh"
Angel by the wings - Sia

Oh, aguente, aguente até que os ouça chegarAí vêm eles, oh"Angel by the wings - Sia

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Eu nunca soube lidar com despedidas, mesmo que elas fizessem parte da minha vida.

Aos cinco anos, precisei me despedir da minha mãe, que faleceu. Eu era pequena, mas mesmo assim, a dor foi tão grande que depois daquilo, eu nunca mais fui a mesma.

Aos dez, não tive sequer a oportunidade de me despedir. Eu havia perdido meu melhor amigo. E perdê-lo fez com que eu me perdesse.

Ele era tudo pra mim.

Ele era como oxigênio em meus pulmões e sangue em minhas artérias. Não imaginava que um ser humano poderia sofrer tanto de saudade.

Hoje, fiz dezenove anos.
E foi tudo tão solitário.
Tão triste e sem cor.

Passei tanto tempo me sentindo mal
que agora eu preciso estar exausta para me sentir útil, ferida para me sentir forte e não estar bem, para me sentir bem.

Bufo, secando as lágrimas salgadas que rolam em minha bochecha e pego a pequena caixa branca, tirando de lá um cigarro, acendo-o com isqueiro e o fumo, sentada na varanda tentando não surtar quando lembro que minha roupa ficará fedendo.

Lian vai ficar furioso, ele tinha pedido para eu não fumar justamente por isso.

— Estou sentindo o cheiro, Cordella. Nem tente jogar o cigarro para baixo. – escuto sua voz entrando no quarto e viro para trás, com um sorriso sonso no rosto.

— Não aguentei. Me desculpe. – dei de ombros, e quando vou dar meu último trago, um peteleco faz meu cigarro cair para baixo. — Porra, Lian. Era o último! – resmungo.

— Você não irá fumar mais, não hoje. – ele esclarece, agarrando meu braço me fazendo levantar da cadeira. — Vamos descer. Seu pai está esperando.

LUCKY - hiatosOnde histórias criam vida. Descubra agora