capítulo 7

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Fomos caminhando até a sala onde nossos pais estavam, e nos sentamos distantes um do outro. Ele parecia entediado em retomar aquela sala, e ouvir os papos de finança e trabalho dos nossos pais. Então ele saiu de lá, e apareceu em uma porta um pouco longe e fez um gesto me chamando e me levantei devagar sem chamar atenção e fui.

Acredito que foi a sala mais linda que já vi na vida, um sonho de infância, que coisa mais linda! Era a sala onde ele treinava no seu simulador.

-Uau, que incrível!
-Sim, eu treino sempre aqui, e é um dos locais onde mais passo o tempo e venho sempre para cá para desestressar. As vezes a vida de piloto é estressante, mas o fato de dirigir em pistas me deixa com o coração calmo.

"Uau" sussurrei baixo, ele tinha acabado de desabafar de graça para mim haha.
Ele me mostrou onde que estava cada peça e me ensinou algumas coisas nos carros de fórmula um, e truques que ele usava para não ficar tão nervoso nem sair da linha quando estava em pista. Ele tinha me mostrado cada canto daquela sala e contou várias histórias e desabafou outras, como o fato de que a pressão de ele ser tão novo e estar em campo tão novo era difícil para ele. Eu falei um pouco, não era psicóloga mas eu tentei ajudar com palavras positivas, dizendo que ele era um ótimo piloto e que seus pais se orgulhavam muito dele. Ele somente sorriu e buscou uns equipamentos para montar o simulador das pistas.

Lembro que nós revezamos, uma pista de cada, nós jogamos em algumas e mal tinha percebido como a hora voou. Seus pais bateram na porta e me viram sentada na cadeira do simulador e ficaram surpresos, nós estávamos rindo tanto que nem notamos a presença deles. O Oscar ficou todo vermelho de vergonha, foi fofo. Eles vieram para avisar que meus pais já tinham que ir embora.

Eu tinha olhado para ele, e ele havia ficado com um semblante triste. Não sei o motivo, mas eu senti tristeza também, mas tive que aceitar ir embora. Eles nos levaram até a porta, lembro que ele ficou escorado na porta de braços cruzados e a mãe dele ficou conversando com a minha sobre uma possível próxima visita lá. Nossos pais estavam conversando também e se despediram na maneira pai de ser né, com um aperto de mão e um tapinha nas costas.

-Vai filho, se despeça dela.

Ele veio até mim, me cumprimentou e me entregou um papelzinho que rapidamente fechei na mão e escondi.

-Tchau.
-Tchau!

Ele se virou, eu também, e fomos para casa.

~

Lembro que foi a semana toda, meus pais falando da visita que fizemos a eles, e quão agradáveis eles eram. Eu havia esquecido do papel no meu bolso da calç branca. Logo que ela falou em uma possibilidade de retornarmos lá, eu me lembrei do papel e corri para o quarto.

-Ué, Lea? essa menina eu não entendo viu.

Fui vasculhar no bolso da calça e

-ACHEI!!

Fui ler e la estava escrito...

Está meio borrado por conta do tempo, e minha calça havia sido lavada no outro dia, e se passaram 10 anos desde que tudo isso aconteceu, e ainda guardo esse papel com todo amor

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Está meio borrado por conta do tempo, e minha calça havia sido lavada no outro dia, e se passaram 10 anos desde que tudo isso aconteceu, e ainda guardo esse papel com todo amor. Eu lembro eu havia pensado alto:

-Ele gostou da minha companhia?
-Ele quem filha, Piastri?

Meu pai veio no meu quarto porque ele havia ouvido um grito meu, supostamente quando eu disse que achei algo. Eu automaticamente fiquei tapeando e escondi novamente o papel. A única pessoa na qual contei isso foi a Ann, ela aconselhou a que eu fosse entrar em contato com ele, mas como? Aí ela me fez lembrar do contato da mãe dele. Então não perdi tempo... Lembro que foi assim..

-Alô... senhora Piastri?
-Lea minha filha, quanto tempo. Oscar não para de falar em você. Como vai?

Eu fiquei muda, ele falando de mim?

-Eu estou bem, Oscar está em casa?
-Não estamos em Melbourne ainda, então não. Ele não está haha. Brincadeiras a parte, ele saiu para caminhar faz 10 minutos.
-A senhora sabe onde?
-Em um parque aqui perto.
-Tá certo, obrigada
-De nada minha flor.

Eu me arrumei rapidinho e fui para lá de táxi. Eu havia visto uma pista de corrida, e comecei a andar por ela olhando em todos os lados e lembro que eu vi ele em uma barraquinha comprando um sorvete, e corri até lá.

-Oi...(ofegante)
-Oi!(ele abriu um sorriso tão lindo quando me viu) calma Lea, vamos nos sentar ali haha

Nos sentamos em um banquinho debaixo de uma árvore e ele me perguntou o que eu fazia ali. Aí tirei o papel do bolso e mostrei a ele.

-A... você leu...
-Sim. Me desculpe por não ter lido antes, eu acabei pondo a calça para lavar e esqueci.

A reação dele foi rir de minha situação e respondeu com um ar de aliviado:
"Ainda bem, eu achei que você não tivesse gostado de mim".

Eu olhei para ele rindo e disse
"Não mesmo, é claro que eu gostei, e gostei muito."

Um silêncio tomou conta do lugar, e ele havia tirado o fone que estava com ele e me olhou por segundos, ficou todo corado e olhou pra frente sorrindo.
...
-Sorvete?
-Sim, obrigado!
-Compra!

Ele sujou meu rosto de sorvete, levantou e  saiu correndo fugindo de mim e corri atrás dele para me vingar.

Um Amor Quase Impossível P1Onde histórias criam vida. Descubra agora