Amor, Tô Vivo

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Era uma noite fria no condado de Los Angeles. As ruas de Beverly Hills estavam desertas, e a avenida principal era iluminada por chamas acesas sobre barris de metal. Tudo o que se ouvia era o barulho do vento passando pelos carros abandonados no meio do asfalto e os grunhidos de criaturas mortas-vivas zanzando por aí.

No entanto, dobrando a esquina, um grupo de adolescentes com uniforme e equipamentos de futebol americano surgiu, carregando tochas e comemorando aos gritos.

- Aeeeeeeeeeeeeê!!!

- É CAM-PE-ÃO! É CAM-PE-ÃO!!

- Olê, olê, olê, olá, ti-me, TI-ME!

Mais do que depressa, os zumbis avançaram, mas alguns jogadores sacaram armas e pedaços de madeira e, sem tirar o sorriso no rosto, defenderam o líder deles, que carregava em suas mãos erguidas a taça do campeonato escolar que eles acabaram de ganhar.

Essa onda de violência continuou até o fim da avenida, quando todos os monstros foram massacrados e o bando seguiu até uma área mais afastada e segura: a praia.

Diferente do cenário pelo qual passaram, o local era iluminado por holofotes, poluído por uma música eletrônica altíssima e repleto de jovens populares que frequentavam a mesma escola que o time de futebol americano.

Ao verem, todos pararam o que estavam fazendo e os saudaram. - Os astros da noite chegaram!

Mas, modestos como eram, um deles se pronunciou: - E entre nós, o rei! Sem o Chad, não teríamos vencido hoje.

Seu capitão botou o troféu em uma mesa por perto, tirou o capacete que usava e o entregou a um de seus colegas. Com um sorriso orgulhoso no rosto, se gabou: - Ah, que isso, só foram uns 4 touchdowns seguidos. Vocês até que jogaram bem também.

Todos riram com sua soberba, e um clima legal e descontraído se formou no ambiente.

Garotas bonitas se aproximaram de seus respectivos namorados jogadores e os receberam com um beijo, enquanto que outros atletas bolaram um para relaxar.

Chad pegou um copo com bebida alcoólica e seguiu até um canto mais isolado, onde seus três amigos mais próximos jogavam poker.

- Qual é, rapaziada, suave?

- Tudo na paz, meu bom - respondeu o garoto ruivo. - Cola aí, bora apostá um pouco.

O rapaz sentou-se no banco vazio à sua frente e colocou 500 dólares em nota, sobre uma mesa ao centro. - Claro, hoje deve ser meu dia de sorte. Vocês viram o jogo? Estou imparável!

As cartas e as fichas foram-lhe entregues. - É? Veremos então...

A partida fluiu de um jeito leve. Os quatro jogaram conversa fora e se divertiam, com o exceção do capitão do time de futebol, que seguia perdendo.

Quando o que seria a última rodada se aproximou, o grupo começou a falar de mulher.

- Nossa, não aguento mais a minha mina! - soltou o riquinho de sarda. - Ela surtou comigo quando descobriu a minha outra namorada!

- Ah, meu, eu se fosse ela também surtaria, a outra mina que tu 'tá ficando é mó tábua! - comentou o moleque de cabelo preto.

- Pô, pode até ser, mas ela tem uma raba...

- Se fosse aquela outra lá, com os peitões... Esqueci o nome.

- A Sarah? - perguntou Chad, e todos riram.

- O quê!? Aquela nerd excluída??? Não sabia que você reparava em perdedoras, cara... - zombou o ruivo.

- Que reparar o quê! Só 'tava distraído aqui com a partida, 'cê sabe que só pego as mina de alto nível.

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