Não sejas inocentes em demasia
Porque há muita maldade neste mundo
E mesmo a mais delicada das rosas
Precisa ser capaz de oferecer alguns espinhos...
Augusto Branco
Kim Damianos / Kim Taehyung - 19 anos
Eu estava na enfermaria como sempre, eu sou uma prole abençoada com dons. Eu sei que muitos sentem inveja de mim, o filho favorito, o protegido, o garoto de ouro de Apollo. Porém ninguém sabe o que tive que passar para que ele me visse, o que eu sofri até que ele lembrasse que tinha um filho.
Os deuses continuam fazendo isso a séculos, eles dessem a terra enganam algum humano e os dizem milhares de juras de amor, para que depois os abandonem com um filho que nem humano pode ser.
Eu sou um semideus, filho de Apollo, a luz irradia do meu corpo muitos dizem que sou encantador e que isso é graças ao meu pai. Eu preferia ser brutal a encantador.
Fazem cinco anos que cheguei ao acampamento, muitos semideuses chegam aos doze anos, porém eu fui uma exceção. Aos quinze anos, finalmente, o meu pai me viu. A situação não era boa ou favorável para mim. Eu tendia a acreditar demais nos humanos, eu já deveria ter aprendido minha lição, porém eu quis acreditar mais uma vez. Eu tive esperança.
"Não tenha esperança de viver, sua morte está escrita nas estrelas criança". Foi o que aquele senhor me disse ao me encontrar logo depois que minha mãe desapareceu. Eu sabia que ela não me suportava, ela odiava os monstros que vinham atrás de mim, eu também odiava, mas só ela conseguiu fugir deles.
Ela me deixou na noite que completei onze anos, foram anos fugindo, tentando não ser morta e me mantendo vivo. Ela acreditava que se orasse todas as noites para Apollo ele viria. Ele não veio no primeiro ano, nem no segundo e muito menos quando ela foi embora.
Ela desistiu, eu sabia que isso iria acontecer. A primeira demonstração de que ela me odiava por se parecer com ele foi pintar meu cabelo, eles eram louros como o sol, ela os deixou escuros como a noite sem lua. Porém não adiantou, logo a tinta saia, os meus olhos ela odiava. Eles eram azuis como água cristalina, eles eram idênticos ao homem que ela amou, então ela comprou lentes da cor caramelo.
Para todos que me viam na época eu era uma criança comum, porém quando sozinho coisas perturbadoras vinham atrás de mim. Primeiro foi uma aranha em meu berço, minha mãe viu a tempo e me tirou de lá. Ela achava ser só uma aranha, mas quando ela tentou matar a aranha ela se transformou em um cobra e proferiu: Ele está destinado a morrer, deixe que seja pelas minhas mãos.
Minha mãe matou a cobra com batidas na cabeça, depois desse ocorrido moramos em diversos lugares, em diversos países. Mas eles sempre me encontravam e traziam a mesma profecia.
Quando ela foi embora as coisas pioraram, o que antes eram ataques mensais, se tornaram semanais. Eles sabiam que agora eu estava totalmente desprotegido.
A tinta do cabelo já havia saído, eu não usava mais a lente e agora as ruas eram a minha casa. Ficava feliz quando alguma pessoa me dava um pão, algumas vezes cheguei a ganhar roupas e cobertores, mas os outros meninos precisavam mais que eu. Eu já tinha percebido, eu sempre era mais beneficiado pelas pessoas, elas sempre diziam "o que um menino bonito está fazendo na rua?", "você poderia ser modelo com esses olhos", demorou para entender que esse tratamento era por ser branco e um garoto padrão para as pessoas, as outras crianças tinham a pele escura e os cabelos cacheados e crespos, eram poucas as crianças brancas que ficavam tanto tempo na rua.
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Filhos da guerra
FanfictionQuando você é um filho do sol deve ter cuidado, mas eu me descuidei e conheci os filhos da guerra. Eu até tentei me afastar mas foi impossível ficar longe das brigas e intrigas, especialmente de seus beijos. "Quando o filho do Sol cair e seu sangue...