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Sinto meus olhos se abrirem com dificuldade, a respiração acelerada e as lágrimas preencherem meus olhos. Sinto meu tronco estremecer, o suor frio se despejando por cada centímetro do meu corpo, e a minha cabeça estava pesada, girando enquanto processava o que estava acontecendo.
Eu corria, corria sem parar ao lado dos mares cintilantes e das águas cristalinas, um lugar lindo, remetente ao céu. No fundo da claridade uma sombra se propagava, com cabelos longos, traços suaves e possuía todo o brilho do sol virado para si.
Meu entusiasmo pedia para alcançá-lo, e ver de perto a bela silhueta se aparecia no último centímetro dos mares. Eu aumentava a velocidade dos meus passos, com os pés encharcados tocando a grama, sentindo a terra entrar entre meus dedos, eu apenas queria vê-lo de perto.
A luz se apagava cada vez mais, o que antes era claro e esbelto se tornava um grande vazio, cheio de melancolia. Era insalubre, os mares haviam sumido, as nuvens macias e a terra úmida desapareceu, assim sobrando apenas o nada.
A imagem cuja vagava sobre o fim dos mares não estava mais la, tudo havia sumido, nada existia, apenas a minha própria alma andava sobre o inexistente.
Logo eu voltava para o início de tudo, sentindo meus olhos se abrirem tudo era apenas um sonho. A silhueta não existia, muito menos os mares cintilantes e as águas cristalinas, apenas o vazio continuava presente, esbanjando a tristeza dentro do meu corpo.
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Meu corpo se levantava automaticamente, com dificuldade eu andava ao redor do quarto, apenas vagando entre os pensamentos que rodeavam a minha cabeça. Era tudo um sonho, outra vez tentando alcançá-lo, mas sempre acabava dessa forma, abrindo os olhos e caindo a ficha de que nada era real.
Calço meus tênis e aperto o capuz do meu casaco, o dia nublado deixava a perceber a futura chuva que mais tarde cairia sobre as ruas. Outro dia de escola havia chegado, a tortura e a ansiedade preenchiam novamente o vazio do meu interior, fazendo-me transbordar de tantos sentimentos melancólicos.
A escola me trazia lembranças, o seu sorriso esbelto e os cabelos castanhos voando na intensidade do vento que soprava forte, os lugares escondidos que conversávamos, por que isso teria que acontecer tão de repente?
