𝐇𝐞𝐫 𝐄𝐲𝐞𝐬 - 𝖪𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝖪𝖾𝗇𝗆𝖺

𝟑!

Eu já tinha chegado da escola á um tempinho, e estava em meu quarto me arrumando para ir ao parque. Emy estava comigo, já que combinamos de ir juntas.

- Não acha que está muito exagerada, Emy? - Pergunto ao ver a roupa da loira. Parecia mais que ela iria para uma balada do que para um parque. - A história do parque foi só pra me levar em uma festa, é?

- Bem que podia ser, mas nós realmente vamos ao parque! Ah, e você me deu uma ótima ideia, Sao. Agora eu já sei como fazer você ir a festas comigo!

- Nem vem, Emy! Vou me arrumar também, qualquer coisa eu estou lá no banheiro.

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Não demorei tanto para me arrumar, já que como eu iria para o parque, optei por uma coisa mais simples. Coloquei um short jeans preto, uma blusa cinza um pouco larga, e meu All Star preto. Deixei meu cabelo solto como de costume, e de maquiagem passei apenas um corretivo, rímel e gloss.

Já Emy estava com um vestido preto que deixava as curvas de seu corpo totalmente a mostra, e assim como eu, ela usava um All Star, porém o dela é branco. Seus cabelos estão soltos, e as pontas um pouco enroladas pelo babyliss. Sua maquiagem era bem forte, e combinava com o seu vestido.

- Vamos? Quanto mais cedo nós chegarmos, mais tempo eu vou ter para ver o Kuroo! - A loira pergunta enquanto põe algumas maquiagens dentro de sua bolsa.

- Só pensa no Kuroo agora, né? Estou me sentindo traída!

- Você sabe que é minha favorita, Sao!

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- Será que eles já chegaram?

- Provavelmente sim, já que nós chegamos um pouco atrasada.

- Eles estão ali! - Ela apontou para um banco um pouco afastado dos demais, onde tinha Kenma e Kuroo um ao lado do outro. Pelo que eu vi, os dois estavam mexendo no celular. Emy me puxou pela mão, me levando até eles.

Nós paramos em frente ao banco, esperando eles notarem a nossa presença. Kuroo foi o primeiro a se tocar que já haviamos chegado, e levantou-se, dando um selinho rápido em Emy e um abraço em mim. Kenma continuou sentado, mas ao receber um leve tapa do moreno disse apenas um "Oi", sem ao menos desviar o resto do celular.

- E então, o que querem fazer primeiro? - Emy pergunta.

- Nós podemos tomar um sorvete, o que vocês acham? Eu conheço uma sorveteria ótima aqui perto. - Kuroo.

- Ah, eu acho uma boa ideia. E você, Kenma? - Eu olho diretamente nos olhos do meio loiro. Minha intenção era ele falar alguma coisa, já que pelo visto ele não sabe fazer nada a não ser jogar. Eu também adoro jogar, claro, mas ele literalmente não faz nada além disso!

- Pode ser. - Foi a única coisa que ele falou. Mas de qualquer jeito, é melhor do que nada.

Nós fomos andando até o local, Emy e Kuroo na frente, e eu e Kenma atrás. Eu não sei por quê, mas ficar ao lado de Kenma era estranhamente confortável, apesar de nós não termos nem um pouco de intimidade. Kenma é uma pessoa interessante, e eu facilmente seria sua amiga, se ele não fosse tão fechado. Nossos gostos para jogos são incrivelmente parecidos, e eu poderia usar isso para puxar assunto com ele, mas quando eu ia tentar falar qualquer coisa, minha garganta simplesmente fechava e a voz não saia.

Provavelmente é porque eu tenho um certo medo de falar com homens bonitos. Isso pode parecer bobo, mas eu ficava vermelha que nem um pimentão.

Depois de um tempo, nós finalmente chegamos. Eu adentrei o local seguindo Emy, que pelo visto tinha até esquecido da minha existência, já que só estava dando bola para Kuroo.

Nós ficamos em um lugar um pouco afastado, com pouca gente. Kuroo e Emy ficaram ao lado um do outro, como já era de se esperar, e eu fiquei ao lado de Kenma. Mesmo depois de todo esse tempo, ele continuava mexendo em seu telefone. "Como é possível alguém ser tão viciado assim?" Era o que se passava na minha cabeça.

Depois que uma mulher passou em nossa mesa para retirar os pedidos, nós ficamos conversando. Nem eu nem Kenma falávamos tanto, só quando nos perguntavam algo.

Antes mesmo do pedido chegar, Emy saiu para ir ao banheiro, e em menos de três minutos Kuroo tinha ido atrás dela. Provavelmente eles iriam ficar se beijando no banheiro, então não liguei muito. Kenma estava novamente jogando, eu me aproximei um pouco para poder ver o jogo, e resolvi falar alguma coisa, já que aquele silêncio estava me incomodando. Eu não sou uma pessoa que costuma falar demais, por ser um pouco tímida, mas o silêncio me irritava. Na verdade, dependia muito do dia. Tem vezes que eu tenho vontade de simplesmente sumir e não ouvir mais nada, e tem vezes que eu quero ouvir todo mundo ao meu redor falar até perderem a voz.

- Esse jogo é bem legal.

- Ah... Você também joga? - Ele não desvia os olhos da tela por nada.

- Sim! É um dos meus hobbies. Inclusive, esse que você está jogando agora é um dos meus favoritos.

- Ele é realmente muito bom.

- Concordo! Nós podemos jogar juntos algum dia.

- Claro. - Ele finalmente olha nos meus olhos. Eu consigo ver um pequeno rubor aparecer nas bochechas do garoto, mas ignoro completamente.

- Eu te passo meu número depois, pode ser?

- Sem problemas. - Antes mesmo de conseguir responder, Emy e Kuroo aparecem em frente à mesa. Eles pediram desculpas pela demora, e sentaram novamente. Eu e Kenma já havíamos terminado nossos sorvetes, já que quando os dois tinham saído, os pedidos chegaram, e nem eu nem Kenma esperamos eles para comermos.

Nós continuamos conversando normalmente, até dar meu horário de ir para casa. Como Emy e eu moramos perto uma da outra, então fomos juntas. Durante o caminho, ela não falava de outra coisa a não ser sobre o moreno que estava com a gente a algum tempo atrás. Eu ficava feliz vendo os olhos dela brilharem quando falava de Kuroo, ela realmente estava apaixonada.

E eu provavelmente não estava em uma situação diferente da dela.

Eu não conseguia prestar atenção em uma sequer palavra que saia da boca da loira. Minha mente estava completamente ocupada se lembrando da imagem de Kozume, esse menino era incrível. Não só pela aparência, mas tudo nele mexia comigo. Sua voz, seus olhos, seus cabelos, seu sorriso, ele é uma verdadeira obra de arte.

É impossível que eu descreva o que sinto por ele com palavras, já que na verdade, eu nem sei o que sinto.

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