Capítulo Único

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Se Chuuya pudesse escolher, ele não iria para uma biblioteca.

Pra ser franco, ele odeia livros.

Sua cabeça dói só de pensar em ler aquelas longas páginas. Ele é um cara de números, foda-se a literatura.

Ele está aqui, nessa biblioteca onde ele nunca tinha colocado os pés antes por causa de um trabalho de literatura.

Seu professor o olhou sem misericórdia (e um pouco de sadismo) quando falou que ele iria ter que ler um livro de 500 páginas, e não apenas aquele, mas vários!

Chuuya naturalmente iria plagiar esse trabalho na internet, mas não tem chances, seu professor é um grande filho da puta que sempre percebe plágios, e escolheu livros que já leu.

Um desgraçado, na opinião de Chuuya, ele e esse professor travaram uma guerra fria. Chuuya o irritava e ele se vingava passando para ele livros cada vez maiores.

Chuuya poderia parar e dar trégua... Mas seu orgulho falava mais alto.

Por isso que ele está entrando na biblioteca pública da cidade, nem fudendo que ele vai gastar dinheiro com livros (antes ele tinha sorte do seu irmão nerd ter vários livros, mas esses são tão chatos que nem mesmo ele tem)

Chuuya olha sem jeito para a biblioteca, se sentindo deslocado. A algumas pessoas lendo ou mexendo em computadores em volta, ele não faz a menor ideia de onde procurar o seu livro.

É quando ele vê um garoto da sua idade com um uniforme que ele presume ser da biblioteca, seu cabelo é castanho escuro e bagunçado e ele está com... Bandagens?

Chuuya ignora esse visual excêntrico e vai até ele. — Ei, você trabalha aqui?

O garoto pisca lentamente e olha em volta. — Não.

Chuuya estreita os olhos. — Mas você está com o uniforme daqui.

— Então por que perguntou? — O garoto fala zombando. — Por acaso é uma lesma?

Chuuya o olha incrédulo e indignado. — Seu merda, era apenas uma pergunta!

Isso que dava ele tentar ser educado!

— Ah desculpa então. — O atendente diz ainda zombador. — Do que precisa?

Chuuya respira fundo para não surtar com esse atendente tirando uma com a cara dele, ele já sente o rosto ficando vermelho de raiva. — Só me fala onde eu arranjo esses livros. — Ele entrega o papel com os nomes dos livros que ele irá precisar.

O cara olha para o papel e depois para Chuuya e sorri. — Você não parece o tipo de pessoa que ler isso... Ou que ler alguma coisa.

— E por acaso eu perguntei? — Retruco emburrado. E noto seu nome no crachá.

"Dazai Osamu"

Que nome familiar.

— Ok espertão, vou te mostrar onde está. — Dazai fala e começa a andar para o segundo andar da biblioteca, que tem uma escada enorme.

Quando chega lá encima, Chuuya já está irritado. Por que uma escada tão grande?

Dazai pega um livro da prateleira mais afastada, e depois diz com um olhar inocente: — Nossa, peguei o livro errado... Ele está lá embaixo... Ou mais acima? Estou tão confuso...

— Tá de sacanagem!?

— Relaxa, esse daqui é mais a sua cara mesmo. — Dazai diz dando de ombros e colocando em suas mãos um livro pequeno e preto.

— Olha eu não pedi nenhuma recomendação tá? Só me mostra o que eu pedi.

Dazai estala a língua. — Ok, eu deveria imaginar que você não conseguiria ler esse....

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