pulo

7 1 0
                                    

A tensão no ar era palpável enquanto todos seguiam Aiully em direção à área da piscina. O som abafado de seus passos apressados ecoava pelo corredor, cada um deles tomado por um crescente senso de pavor e antecipação. As risadas e a música que antes preenchiam a casa de festas foram rapidamente substituídas por um silêncio pesado, interrompido apenas pelo sussurro inquieto de conversas nervosas.

Ao se aproximarem das portas de vidro que levavam à área da piscina, Aiully fez uma pausa, sua mão tremendo levemente enquanto empurrava a porta. A brisa da noite carregava um frio inusitado, fazendo com que todos sentissem um arrepio subir pela espinha. As luzes ao redor da piscina lançavam reflexos cintilantes na superfície da água, criando uma ilusão de tranquilidade que contrastava drasticamente com a urgência que Aiully havia expressado.

O grupo avançou cautelosamente, seus olhos se ajustando à penumbra iluminada apenas pelas luzes suaves da piscina. Foi então que o horror da cena se revelou. Flutuando na água, visivelmente imóvel, estava o corpo de Raphael. Seus amigos pararam em choque, seus olhares fixos no corpo inerte que quebrava a superfície da água com uma serenidade aterrorizante.

Debora foi a primeira a quebrar o silêncio, um grito de angústia e incredulidade escapando de seus lábios. "Não, não pode ser...", murmurou ela, suas palavras perdidas na brisa noturna. Ela deu um passo hesitante em direção à piscina, mas Gabriel a segurou, seus olhos também arregalados de horror.

Gilson, sentindo um nó apertar-se em sua garganta, tentou chamar pelo amigo, como se sua voz pudesse de alguma forma trazer Raphael de volta. "Raphael!", gritou ele, sua voz ecoando desesperadamente pelo espaço aberto. Mas não houve resposta, apenas o som suave da água ondulando contra as bordas da piscina.

Aiully, que ainda estava mais próxima da água, cobriu a boca com as mãos, lutando para conter as lágrimas que ameaçavam cair. "Eu o encontrei assim", disse ela, sua voz um sussurro trêmulo. "Eu pensei que ele estivesse brincando, mas... mas ele não se mexeu."

Fabiola e Eduarda se aproximaram, tentando processar o que estavam vendo. "Isso não pode estar acontecendo", sussurrou Fabiola, seus olhos cheios de lágrimas. "Quem faria uma coisa dessas?"

Enquanto o grupo tentava compreender a gravidade da situação, uma sensação de pânico e desespero começou a se infiltrar entre eles. Cada um tentava encontrar sentido em uma tragédia que parecia completamente surreal. A imagem de Raphael, um amigo que tinham visto cheio de vida apenas momentos antes, agora flutuando sem vida, era um golpe devastador para todos.

Gabriel, tentando manter a calma, pegou o telefone e começou a discar para a polícia, sua mão tremendo. "Temos que chamar as autoridades", disse ele, sua voz firme apesar da tensão. "Eles precisam saber o que aconteceu aqui."

Enquanto esperavam, o grupo permaneceu junto, um círculo de apoio e medo compartilhado. O que deveria ter sido uma noite de celebração e reencontro se transformou em um pesadelo sombrio e perturbador. O corpo de Raphael boiando na piscina era um lembrete macabro da vulnerabilidade de todos e do mistério sombrio que agora pairava sobre a casa de festas.

O choque e a incredulidade ainda pairavam no ar como uma névoa espessa quando Gabriel pegou seu telefone, com a intenção de ligar para a polícia. Com os dedos tremendo, ele discou o número de emergência, mas, ao colocar o aparelho no ouvido, percebeu algo errado.

"Sem sinal... Não estou conseguindo fazer a chamada", disse ele, sua voz misturando-se com a brisa fria da noite. O grupo trocou olhares alarmados, uma nova onda de medo se infiltrando entre eles.

"Vamos para dentro da casa, talvez o telefone fixo funcione", sugeriu Aiully, sua voz trêmula mas determinada. Sem perder tempo, todos correram de volta para a casa, o coração de cada um batendo em um ritmo frenético.

memoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora