Hoje eu acordei atrasada para escola. Levantei, troquei de roupa, escovei os dentes, e coloquei o que eu vi pela frente dentro da minha mochila. Haviam livros embaixo da cama, estojo vazio com lápis e canetas espalhados em cima da escrivaninha, cadernos abertos com deveres não feitos, etc. Não deu nem tempo de tomar café da manhã, só sai correndo de casa para não perder o ônibus.
Na escola, quando o professor de física entrou na sala de aula estavam todos sentados em cima das mesas, conversando, jogando bolinhas de papel, inclusive eu. Ele logo falou:
-Todos sentados, hoje é teste surpresa e logo quando terminarem poderão ir embora.
Essa foi uma boa e uma má notícia ao mesmo tempo. Boa porque iriamos embora mais cedo e porque foi um alívio para mim, pois eu não fiz nenhum dos deveres de casa que ele passou, e ruim porque era teste surpresa, ninguém sabia de nada, estávamos despreparados para isso. Quando eu e minhas amigas terminamos o teste, resolvemos ir ao shopping almoçar, pois nenhuma de nós queríamos contar aos nossos pais sobre esse teste. Estávamos eu, Becky, Luana e Katherine, nós resolvemos comer um sanduíche e depois ir olhar algumas lojas.
Quando deu a hora de ir embora, ou seja, a hora em que a aula realmente acaba, nós nos despedimos e cada uma foi para sua casa. Eu já havia falado com meu pai que iria andar um pouco de skate depois da escola, então fui encontrar outros amigos meus na pista, lá é geralmente bem cheio de meninas e meninos. Tem um túnel escuro com luzes fracas em que eu gosto de ir enquanto ando de skate, enquanto eu estava lá, eu acho que comecei a ver coisas, estava indo de um lado pro outro, descendo e subindo a rampa, quando eu vi uns pontinhos brilhantes no final do túnel. Vi a sombra de um gato, com um sorriso igual o de Alice no País das Maravilhas, atrás dele estavam o exército de cartas da rainha vermelha, olhei ao meu redor e reparei que mais ninguém parecia estar vendo isso. Em segundos me vi cercada de cartas, olhei pro chão e vi que tinha uma espada ali, tentei me depender mas a rainha de copas me venceu e jogou a espada bem longe de mim. A rainha dizia repetidamente:
-Cortem a cabeça!
As cartas estavam cada vez mais próximas de mim, quando de repente tudo sumiu, e eu estava deitada ali no chão com pessoas me olhando dizendo:
- Ela desmaiou!
-Como ela caiu?
-Deixa ela ficar calma
Fiquei imaginando que talvez eu tenha caído e tive um sonho enquanto estava parcialmente desmaiada. Olhei para o lado e vi Jeb. Ele é um garoto em que eu gostava desde a quarta série, ele estava olhando para mim me peguntando se eu estava bem, mas eu não conseguia responder, estava perdida naqueles lindos olhos castanhos claros, cabelo castanho e liso que chegava aos olhos e ele jogava pro lado, percebi que ainda estou caidinha por ele. Ele perguntou mais uma vez se eu estava bem e eu realmente acordei.
-Ai.. Acho que ralei o joelho e meu tornozelo está doendo! -Falei com uma voz fraca
Jeb logo me levantou e me ajudou com meus machucados, ele falou:
-Qual é o seu nome?
-Alyssa.. Eu já estudei com você na quarta série. -Respondi
-Ahh sim, aquela menina caladinha que sentava atrás de mim na aula do Sr. johnson não é?
-Essa mesmo!
Depois de nos conhecermos melhor, ele pediu meu número de telefone e me levou para casa.
Entrei em casa esperando que ele não estivesse na sala de estar e me deparei com ele sentado em sua poltrona favorita marrom, com alguns rasgados que davam uma impressão de velha.
-Onde você estava? Eu estava preocupado com você, por que está machucada assim? -Ele perguntou assustado
-Eu caí de skate, um amigo meu me trouxe em casa! eu estou bem.
chegando no meu quarto olhei meu celular ansiosa.
<Jeb: Olá, está melhor>
<Aly: Sim.. estou me recuperando>
<Jeb: Que bom, eu estava preocupado com você>
<Aly: Haha >
Eu estava tão feliz que resolvi não mexer com aqueles insetos hoje, então eu fui tomar um banho. Em meu banheiro tem uma plantinha carnívora, eu a deixo ali, em cima da pia, pois às vezes aparecem uns mosquitos bem chatinhos que ficam voando no meu ouvido e acabam indo ao meu quarto me perturbar. Quando entrei, escutei novamente umas vozes daquelas..
-Eu não vou te soltar, não adianta insistir. -Disse a plantinha
-Eu não quero virar comida de uma PLANTA! -Disse o mosquito
-E eu não quero passar fome!
Eu fingi que nada estava acontecendo, fui tomar meu banho e logo depois fui dormir.