Capítulo 2 - Paradise.

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Cinco horas da manhã e eu já estava pronta. 

Tomei um banho relaxante, vesti uma roupa apresentável, escovei e prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e, para finalizar passei uma maquiagem discreta. Não sei dizer se o tal Paul, chefe da Ruth, vai me entrevistar, por isso caprichei um pouco. Também estou levando outra roupa na minha bolsa. É um trabalho de faxineira, então, se após a " entrevista " eu já tiver que limpar as coisas, não vou fazer isso de saltos e calça comprida.

- Bom dia. - Ruth saiu do quarto já pronta. - Vamos nos apressar. Ontem fizeram um evento exclusivo, então a bagunça lá vai estar grande. 

Levantei da cadeira e suspirei. 

- Não fica nervosa. - Ruth deu duas batidinhas no meu ombro. - Vamos estar juntas o tempo todo. 

- Que bom. - Sorri.

- Você vai se impressionar com o Paradise, parece um palácio. - Comentou.

- Sim, eu já vi em algumas fotos. 

O Paradise é enorme. Essas boates espalhadas por Nova York não chegam nem aos pés do Paradise. O lugar possui uma decoração chocante, um bar enorme com diferentes tipos de bebidas, barmans experientes que servem inúmeros tipos de coquetéis, piscina nos fundos, pista de dança espaçosa e palcos de strip separados, com pole e tudo mais.
E para fechar de cadeado; um cassino no primeiro andar.

Sim, eu fiz uma pesquisa sobre o Paradise. Uma pesquisa bem difícil, visto que eles proíbem gravações do lugar. 

- Por que eles não permitem gravar lá dentro? - Fiz a pergunta que estava martelando na minha cabeça.

- Dãh, porque muitos famosos frequentam. - Ela deu uma batidinha na minha testa. - Famosos e empresários. É impressionante a quantidade de dinheiro que aquele lugar lucra. 

Saímos do elevador e caminhamos até a parada de ônibus que fica do outro lado da rua. 

- E por que você recebe tão pouco? - Arqueei a sobrancelha.

- Eu recebo um salário normal. - Deu de ombros. - Sabe quem recebe bem? As strippers. 

Sentamos no banco da parada para esperar o nosso ônibus. 

- Além de receber o salário, elas ainda recebem as "gorjetas" dos clientes. - Fiz uma careta ao ouvir isso. - Sério, a Sharon já recebeu 10 mil dólares de um cliente.

Engasguei com a saliva. 

- 10 mil!? 

- Bom, ela ofereceu para ele os serviços adicionais... - Murmurou.

- Ah...

- Mas nem todas fazem isso, okay? Elas são contratadas apenas para dançar. Se quiserem transar com os clientes e receber um dinheiro a mais, aí é problema delas. - Deu de ombros.

- Stripper e prostituta são basicamente a mesma coisa. - Revirei os olhos.

- Ai que você se engana. - Ela me olhou feio. - Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. 

- Jura? Elas dançam seminuas naqueles poles enquanto os homens jogam dinheiro e ficam babando nos corpos delas. - Expus a minha opinião. 

- Calma aí, primeiro: eles jogam dinheiro porque gostam das danças, e dançar é o trabalho delas, então podemos considerar isso como uma gorjeta pelo trabalho bem feito. Segundo: você fez balé por 10 anos; nas suas apresentações, você se vestia apenas com um body e uma meia-calça transparente. Quem é você para julgar? Terceiro: dançar no pole também considerado uma arte, viu? Você deveria saber disso. E quarto; Por que você está falando sobre prostitutas com esse tom enojado? Algumas pessoas não têm escolha, sabia? 

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⏰ Última atualização: Sep 20 ⏰

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