Cap 44. alguém pode parar o tempo?

119 9 0
                                    

Chegamos e o Leonardo desligou o carro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Chegamos e o Leonardo desligou o carro.

Lembra que ele me chamou pra vim aqui na praia, pra conversar ou sei lá o que?

Então... aqui estamos.

Diferente da última vez a praia tá completamente vazia, acho que é por que tá quase escurecendo.

Por algum motivo (que eu não sei) ele quis vim quase a noite.

O caminho foi silêncioso.

Eu lembrei da Maya...

A culpa.

Eu nunca esqueci da Maya, eu sempre lembro. Mas...é rápido, eu só ignoro os pensamentos e a culpa.

A culpa que eu carrego a 10 anos da minha vida, mas não é como se essa culpa pagasse tudo que eu fiz, então eu mereço.

Acho que é o preço que eu tenho que pagar mesmo não compensando a morte dela.

A morte da pessoa que eu mais amava no mundo.

Eu lembro dela eu sonho com ela, e o pior é que eu nunca consegui nem me desculpar pelo que eu fiz.

Devia ter sido eu.

- Emilly!- o Leonardo chamou quase gritando.

- que foi? - Falei.

- eu já te chamei umas 5 vezes, tá tudo bem?

- aham, e porque você me trouxe numa praia quase de noite?- perguntei.

- por que vai estar vazia. - respondeu como se fosse óbvio.

Pelo menos a praia está bem iluminada.

- então tá...- respondi.

- tá tudo bem mesmo? Você tá bem estranha hoje.- Falou.

- se eu te contar... Promete que não fala para ninguém?- perguntei.

- prometo.- disse simples.

- beleza... lembra o boato que eu tinha uma irmã morta?- perguntei.

- sim... aquele que você disse que era mentira.- Falou confuso.

- não era mentira, e ela morreu por minha culpa. - expliquei e vi a cara confusa de Leonardo.

- culpa sua?- perguntou mais confuso.- mas...se não quiser falar disso...

- tudo bem....a minha irmã...a Maya e eu fomos no parque pra passear, nós éramos grudadas, a gente tava voltando pra casa no fim do dia, íamos atravessar a rua mas eu era uma criança e saí correndo no meio da pista pra chegar logo do outro lado. eu não vi o carro vindo,  e Maya foi na frente do carro que ia me atingir. chamaram a ambulância, mas era tarde de mais, ela já tinha morrido.- Falei engolindo o choro que ameassava sair.

- sinto muito...- falou me olhando, enquanto eu olhava pra o chão do carro. - não é culpa sua, foi um acidente, não tinha como você saber.

- tá...a gente vai ficar nesse carro pra sempre?- perguntei tentando mudar de assunto.

Foi pior do que eu imaginava falar isso.

Mas eu só queria que ele soubesse já que a gente vai ter um relacionamento, que eu pretendo que a gente tenha, e se não...tudo bem, ele vai ser a primeira pessoa e a que eu mais amei.

Não dá pra esquecer o que a gente viveu, e espero que venha muito mais.

- tá bom...bora descer apressadinha.- brincou revirando os olhos.

Descemos do carro, fomos até a areia, e sentamos a pouco centímetros do mar um de frente para o outro.

Tava quase escurecendo porém a praia estava bem iluminada pelos postes de luz que tinham.

- você ainda não me disse o que a gente veio fazer aqui. Na real você ainda tem muita coisa pra me dizer.- Falei.

- Eu sei. Eu realmente te devo explicação, nada que eu te falei no dia que eu terminei com você foi sério, muito menos quando eu terminei com você. Eu tava confuso, era muita coisa acontecendo, aquilo parecia o melhor coisa a se fazer, tanto pra você quanto pra mim, não quero estragar as coisas. - soltou.

- não precisava ser assim, eu queria estar com você, mesmo no seu pior. - Falei. - eu me importo com você, e foi difícil ficar longe, eu sei...nossa vida toda foi a gente brigando, mas pelo menos eu ainda tinha você, meu inimigo favorito. - ri e ele também.

- olha...se você não tiver jogado nossa aliança na privada e dado descarga logo em seguida, e se você ainda quiser, eu bem que podia voltar a ser te inimigo favorito e te irritar todos os dias. - brincou e eu ri.

- eu acho que eu vou querer sim.- falei me aproximando e beijando.

- acho que agora eu entendo o meu pai.- Falou depois de sair do beijo. - eu também não conseguiria viver um dia sem você.

Os olhos deles brilhavam e tenho certeza que os meus também, as borboletas no meu estômago só aumentavam.

Alguém pode parar o tempo pra eu ficar aqui pra sempre?

...

~agatacarvalho_


Meu inimigo favorito.Onde histórias criam vida. Descubra agora