Capítulo único - One Shot

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O frio de Londres dera um pouco de folga naquela noite, mas o clima ainda era agradável. Não somente pela temperatura do quarto, mas porque aquela era uma das inebriantes noites em que Sophie sabia que passaria nos braços de Benedict sem que ele a deixasse sair da cama ou vestir qualquer roupa até que sol começasse a nascer - ainda que eles estivessem na Casa Bridgerton e não no Meu Chalé.

Apesar da luxúria do momento e talvez em um lugar um pouco impróprio, ela se deixou sorrir enquanto sentia a respiração do marido em seu ouvido. Sempre após fazerem amor, ela pensava no quanto era grata por aquela vida com ele e naquele momento, enquanto desenhava invisíveis espirais sem padrão no abdômen dele, sentiu o inspirar e expirar dele ficando mais fora do compasso conforme seus dedos iam ganhando vida em seu corpo.

Adorava sentir o poder que tinha nas mãos. Apesar dele ser o artista, ela quem o dominava na cama com uma simples passada de mãos sob seus músculos e saber que tinha esse poder místico sobre ele sempre a fazia sorrir.

Sentindo a amada satisfeita com a provocação, Benedict resolveu entrar no jogo silencioso de sedução e logo também percorreu as mãos de maneira hipnotizante sob os seios dela. Adorava ver o brilho que preenchia o olhar dela quando estavam prestes a fazer amor e lá estava ele de novo, cada vez mais cintilante conforme os dias passavam.

Sophie suspirou quando o toque foi tomando ainda mais as mamas.

A gravidez deixava a região ainda mais sensível e, enquanto engolia o tesão a seco, pensou no quanto amava ser o objeto de maior veneração de Benedict Bridgerton. De algum modo, como se tivesse lendo os seus pensamentos - e ele sempre fazia isso -, ele confirmou dominando-a com um beijo feroz e faminto, ainda que eles tivessem a pouco tempo matado a fome que um tinha do outro.

- Benedict... - Ela chamou entre os lábios dele, em um tom que oscilava entre a dúvida de ir ou não para mais uma rodada de sexo e a vontade crua de mais uma vez senti-lo dentro de si.

Respeitando a gravidez, ele se afastou um pouco, mas só o suficiente para fitá-la no olho. Com um brilho naqueles perolados azuis, Sophie enxergou a veneração de sempre e abriu um sorriso que, para Benedict, era sua maior fonte de inspiração.

- Você está tão linda, sabia? - Ele sussurrou como se alguém pudesse escutá-los e desceu um beijo em seus expostos e volumosos seios, o que a fez arquear levemente as costas. - Te ver carregando um filho nosso é a coisa mais linda que eu já vi na minha vida.

Sophie nunca se cansaria daquela exaltação e ele continuou enquanto novamente passava a mão pelo seio dela e deslizava pela lateral de sua volumosa barriga.

- Já vi os mais lindos vales, lagoas e céus, mas nada se compara a você assim nua, nas minhas mãos, carregando nosso bebê.

Foi a vez dela quebrar o espaço entre eles e o beijar de maneira dominadora, mas quando ela estava pronta para inverter a posição, indo para cima dele, viu no fundo daqueles olhos Bridgerton uma ideia formigar.

- O que foi? - Ela perguntou de maneira abrupta, de repente curiosa sobre o que interrompeu a vontade de Benedict de se colocar logo dentro dela. Sempre parecia algo inédito quando ele tardava a penetração quando ela estava totalmente sem roupa diante dele.

- Queria poder guardar essa imagem sua. Parece divino demais pra ficar só na minha mente. - Ele frisou com a voz firme enquanto passava os dedos pelo rosto da amada, afastando os fios de cabelo rebeldes do rosto dela.

- Mas você me pinta quase que semanalmente, querido.

- Mas não grávida... - Ele ponderou e continuou. - e nua.

A troca de olhares entre eles se intensificou.

- Benedict... Não estamos na nossa casa.

- Só farei isso se você quiser. - Ele acentuou enquanto o olhar e as mãos circulavam novamente pelo corpo dela e justificou. - Mas eu queria muito que você se enxergasse agora como eu te enxergo.

- Inchada? - Ela reclamou e ele rapidamente a rechaçou com o olhar.

- Como a obra mais divina que Deus me deu o prazer de ver.

Aquela resposta a encheu de uma vividez e, olhando para Benedict, ela não sabia como ele conseguia fazer ela sentir aquilo todos os dias, mas agradeceu a graça de ter um marido que a fazia se sentir assim.

- Não sei nem se tenho o talento para retratar tão bem sua perfeição, sabia? - Ele questionou quebrando o breve silêncio entre eles, o que a encorajou.

- Quer tentar?

- Só se você quiser ser minha musa. - Ele deu uma última oportunidade a ela de recusar o convite e ela respondeu com animosidade.

- Pensei que eu já fosse, Benedict Bridgerton.

Ele riu sabendo que ela estava apenas provocando-o e, após um beijo divertido, ela assistiu ele vestir rapidamente um robe e ir atrás dos seus instrumentos de desenho.

Não demorou para que ele voltasse.

- Como quer que eu fique? - Ela questionou de repente e ele se aproximou dando um daqueles beijos que deixava ela de perna bamba e sorriso fácil

- Bem assim. - Ele respondeu ao se afastar, colocando uma das mãos dela cobrindo um dos seios e cobrindo apenas parte do seu corpo com o lençol. A mão que ficou livre foi posicionada na região mais baixa da barriga, como se ela desse um meio abraço no filho deles.

- Perfeito. - Ele observou enquanto a venerava com o olhar e, antes de se sentar na frente da cama, ajustou as velas em locais que poderiam melhor iluminá-la.

Sophie estava com a volumosa barriga para cima, com um lençol cobrindo parte da coxa esquerda e a região mais íntima e os seios, mais avantajados que o normal, pareciam ainda mais brilhantes à luz de velas. O cabelo bagunçado sob o travesseiro dava um ar ainda mais deslumbrante ao momento e, enquanto a fitava, ele cochichou.

- Vai ser realmente difícil traduzir tanta perfeição assim para o papel.

Ela deu um breve sorriso antes de responder.

- Ficarei feliz de ver você tentar, afinal, - ela completou de maneira travessa - a visão aqui também não está nada ruim.

Ele sorriu e roubou mais um beijo dela antes de passar as três próximas horas, entre conversas triviais, desenhando-a. Quando a imagem ficou completa, viu que a perfeição de fato não havia sido alcançada pelas suas mãos, mas agradeceu por poder passar esse tempo - e o restante da vida inteira - contemplando-a. E beijando cada parte do seu corpo, ele agradeceu pela inspiração da obra íntima deles, que posteriormente batizou como "vida da minha vida".

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⏰ Última atualização: May 30 ⏰

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