𝟢𝟣/𝟢𝟣 - dois coelhos em uma cajadada só

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–Por favor pai deixa! –Pedi ao velho, puxando sua mão enquanto ouvi Otis dar uma risada sincera a espera da confirmação do mais velho.

Ser a filha mais nova da familia Greene em meio a um apocalipse é um grande saco, desde que toda essa merda começou e que minha mãe e meu irmão mais velho ficaram doentes meu pai e minhas irmãs me tratam como se eu fosse um bloco de açúcar, mal posso sair da fazenda e quando saio sou sempre acompanhada ou pelo meu pai, por Otis ou por Maggie.

–Já lhe disse que não, Otis vai caçar e você vai o atrapalhar. Melhor ficar aqui em casa, veja se Beth quer brincar com você – Hershel disse com sua paciência já no fim comigo, já estava o implorando a vinte minutos para que eu pudesse ir com Otis caçar, mesmo não sabendo nem sequer pegar em uma arma.

–Ela não vai atrapalhar não, é bom que ela vai também, amo a companhia dessa pirralinha – Tio Otis disse, oque fez meu pai o olhar apreensivo e suspirar, apenas concordando com a cabeça e indo direto para a cozinha, aonde o resto da minha família estava.

Me virei para o carequinha, que sorriu e em seguida saiu da casa, me chamando para que eu fosse com ele.
Otis era como meu melhor amigo desde o inicio de toda essa gororoba de doença canibal, depois dele vinha Beth.

–Devia tentar não estressar muito seu Pai Emmil, ele já está muito velho... – Ouvi ele dizer enquanto eu andava ao lado dele observando ele arrumar a arma no ombro e olhar para a floresta a alguns metros a frente.

–Eu não estresso ele... É ele quem me estressa. Posso tentar atirar hoje? Deixa? Prometo não contar a ninguém!

Pude ouvir Otis dar uma risada meio alta e arrumar o bone, fazendo um não com a cabeça logo em seguida e adentrando a floresta comigo ao seu lado.

–Mas porque não? Poxa estamos em apocalipse e quero aprender a pelo menos atirar! Vai tio Otis! Por favor!! – Agarrei o mais velho pela perna, me pendurando ali enquanto ele continuava a andar, as vantagens de ainda ser baixa era que conseguia me agarrar com facilidade na perna de qualquer um sem atrapalhar muito a pessoa a andar.

–Emmil! Você ainda é uma criança, e não tem necessidade de você aprender a atirar, já que a fazenda do seu pai é totalmente segura...vai poder crescer sem precisar de aprender violência.

Não insisti mais, ficando apenas grudada na perna do velho enquanto este andava pela floresta, tomando o devido cuidado com qualquer perigo. Demorou cerca de uma hora até ele parar de andar e dar tapinhas leves nos meus cabelos loiros.

–Preciso usar o banheiro, solta minha perna ai – Assim soltei, o vendo entregar a bolsa com algumas armas e a pistola dele para que eu segurasse – Volto em um minuto, vê se fica parada ai e não apronta!

Ele correu um pouco para o longe, de forma que ele tivesse privacidade para ir ao banheiro. Otis as vezes era muito ingênuo, ele acha mesmo que vou ficar aqui parada com uma espingarda na mão? Aquela era minha chance.
Tinha um pouco de conhecimento com armas por conta dele, verifiquei se estava carregada e a destravei, andando um pouco pela floresta e tomando um susto com um galho que havia pisado, oque me fez cair de bunda no chão e jogar a arma longe, talvez a dois metros de distância de onde havia caido sentada. Levantar e andar até lá foi a coisa mais fácil possivel que fiz hoje, e, se eu não tivesse ido buscar a arma, não teria visto o cervo a uns 10 metros a frente...sempre achei cervos magnificos e se eu e minha família não estivessemos nesse apocalipse eu nem pensaria em matá-lo, mas...

Peguei a arma não mão e verifiquei ela novamente, engoli em seco com medo de Otis brigar comigo depois, mas senti que se eu metesse uma bala naquele cervo ele ficaria era orgulhoso de mim. Mirei bem no animal, minhas mãos estavam meio suadas e sentia elas doerem, não sou muito forte e uma espingarda dessa é pesada demais. Era agora ou nunca.

E então atirei.

Pude ver o cervo cair no chão, eu acertei! Otis ficaria orgulhoso de mim!

– Não, Não, Não! – Uma voz masculina e desconhecida gritou, e só ai vi que junto do cervo também tinha uma outra figura menor, sendo rodeada por dois homens altos, um com trajes de cherife e o outro segurava uma arma, apontando diretamente para minha direção, ele iria atirar em mim? Merda!

Otis apareceu, me puxando para trás e se colocando a minha frente, pude ver o semblante furioso dele para mim...

–Eu não disse para você ficar quieta me esperando Emmil? Mas que droga que você aprontou agora? – Otis brigou comigo enquanto olhava incrédula para ele

–Eu consegui matar um cervo!

–E atirar em uma criança também! Ah deus... Me desculpem! – Otis disse se aproximando e levantando os braços em sinal de paz, já eu, observei tudo isso do mesmo lugar que eu havia atirado.

Me senti em choque, eu matei o cervo e um menino? Dois coelhos em uma cajadada só? Se eu não estivesse em pânico no momento eu me sentiria a pessoa mais legal do mundo!

Minutos depois estavamos correndo pelo gramado rumo a fazenda, eu estava pra trás, já que os três corriam mais rápido do que eu e o xerife parecia desesperado carregando o menino. Eu levaria uma bela bronca do meu pai.















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⏰ Última atualização: May 31 ⏰

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𝗥𝗘𝗠𝗘𝗠𝗕𝗘𝗥 𝗠𝗘 - ᶜᵃʳˡ ᵍʳᶦᵐᵉˢ ᶠᵃⁿᶠᶦᶜᵗᶦᵒⁿ Onde histórias criam vida. Descubra agora