𝕷𝖀𝖃𝖀𝕽𝖄 | 𝐯𝐢𝐧𝐜𝐞 𝐧𝐞𝐢𝐥 𝐱 𝐬𝐭𝐞𝐯𝐞𝐧 𝐭𝐲𝐥𝐞𝐫

Capítulo Único.

Nova Iorque, Estados Unidos. 1987
PONTO DE VISTA DE STEVEN

Com a música barulhenta do bar me deixando praticamente surdo junto com o burburinho alto das pessoas conversando, eu não podia fazer nada a não ser bebericar do meu uísque enquanto observava. Esse bar era um dos mais famosos da região, e sempre estava cheio de rockstars e strippers. Alguns vinham se apresentar, outros apenas curtir, e hoje eu era um dos que queriam curtir, apesar de que não estava dando muito certo até agora.

Tomei um grande gole de minha bebida, e fechei os olhos com força, sentindo o álcool queimar minha garganta. Quando abri meus olhos novamente, meu olhar foi de encontro a uma pessoa. Uma loira de corte repicado, roupas chamativas e uma bundinha perfeita. Empinada, revestida em couro legítimo. O brilho refletido das luzes coloridas do bar em sua calça de couro eram quase como um convite para mim, e a cada segundo que perdia observando aquela perfeição, mais ela caminhava pra longe. E é óbvio que eu não deixaria ela ir embora.

Respirei fundo e me levantei, andando até ela, que estava indo em direção a saída do bar. Cutuquei seu ombro, e quando ela se virou, sorri. Além de belas curvas, ela tinha um rosto lindo, comparável até a uma boneca Barbie.

"Ei... Tudo bem? Sabe, eu estava sentado ali, naquela mesa..." Gesticulo apontando para a mesa na qual eu a estava observando antes. "E eu reparei em como você é linda...O que acha de tomar uns drinks e passar no meu apartamento mais tarde?" Dei uma piscadela no final da frase, tentando ao máximo não soar estranho.

Eu esperava receber um 'sim' ou até levar um fora, mas foi pior. O rosto dela começou a ficar vermelho, e quando ela começou a falar, percebi imediatamente meu erro.

"Eu... não sou uma mulher, cara."

E foi escutando sua voz que eu o reconheci. Era Vince Neil, o vocalista do Mötley Crüe. Em uma ocasião normal eu pediria desculpas e iria ficar super envergonhado, mas talvez o álcool no meu sangue tenha me tirado toda a vergonha e juízo, porque naquele momento minha reação foi completamente diferente.

"Minha proposta continua de pé, gatinho." Disse levando a mão até seu rosto ruborizado, acariciando sua bochecha macia com o polegar. O vi ponderar por alguns segundos, mordendo o lábio inferior enquanto pensava na resposta. E depois de alguns instantes, ele concordou timidamente com a cabeça. Eu sorri.

Não me considerava gay, nunca sequer ponderei isso, mas bem, eu acho que não me importava que Vince fosse do mesmo sexo que eu.

Sentamos na mesma mesa em que eu estava antes, um do lado do outro, e em pouco tempo Vince estava completamente alterado. Se soltou bem mais comigo, rindo como uma hiena. Eu não bebi mais por já estar bêbado o suficiente, mas paguei algumas cervejas para ele, que aceitou depois de um pouco de relutância. Ele agora estava falando alguma bobagem sobre os colegas de banda dele e suas histórias malucas, mas eu nem estava prestando atenção. Apenas fitava como seus lábios se mexiam sempre que ele ria com algo, e o jeito como ele me olhava com aqueles olhinhos castanhos. Eventualmente murmurava em concordância quando ele me perguntava alguma coisa, mesmo eu nem tendo escutado, pois estava totalmente concentrado em o admirar.

"Steven? Poxa, você nem tá escutando, né?" Ele bufou, cruzando os braços. Só assim sai do transe e o escutei.

"Ei, você não pode me culpar! Como vou me concentrar em alguma coisa, sendo que estou na frente de tudo isso aqui, hm?" Disse me aproximando mais, uma mão indo até sua coxa e acariciando, até que cheguei na parte interna, perigosamente perto de outra coisa. Dei um apertão ali, e ele imediatamente cruzou as pernas, colocando a mão sobre a minha.