Diet Mountain Dew

Prólogo: para todos que já amaram

WARNING: a história a seguir narra temas que trazem gatilhos, como: violência gráfica, violência doméstica, negligência parental, drogas (álcool incluso) e abuso de suas substâncias, estupro, surto de HIV nos anos 90, xenofobia, menção a suicídio e bullying. A leitura fica a critério do leitor.

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Prólogo: para todos que já amaram

Baekhyun tinha apenas 4 anos quando apanhou pela primeira vez.

Seu corpo miúdo e frágil recebeu diversos golpes de um cinto de couro de sua mãe, estressada pelo trabalho, descontando todas as suas frustrações no filho, pois ele não tinha guardado os brinquedos enquanto ela estava fora. Naquela noite, Baekhyun pensou em fugir de casa, chorando baixo em sua cama para que ninguém visse o quão sensível era. Ele era só uma criança, mas tinha plena certeza que não seria fácil viver enquanto estivesse debaixo daquele teto.

No dia seguinte, parecia que nada tinha acontecido. Seu pai estava no mesmo lugar de sempre quando acordou: sentado na ponta da mesa da cozinha, lendo o jornal do dia, tomando chá de matcha. E sua mãe usava o mesmo avental amarelo, colocando o café da manhã à mesa. Parecia que nenhuma lágrima derramada tinha significado.

— Bom dia, filho — seu pai lhe disse.

— Bom dia, pai — Baekhyun ainda não tinha coragem de olhar nos olhos de ninguém, mas mesmo assim respondeu.

— Dormiu bem? — Ele perguntou.

— Vem tomar o café da manhã, Baekhyun — sua mãe não tinha paciência alguma na voz e cortou a conversa entre os dois na primeira oportunidade que teve.

Depois desse episódio, não somente sua mãe voltou a lhe bater, como seu pai também passou a agredir. Segundo eles, era assim que tinham aprendido a obedecer e desse mesmo jeito repassaram. Daí em diante, Baekhyun começou a se acostumar com a dor e todos os insultos dentro da própria casa. Qualquer passo fora da linha era um motivo de tapa, e, quanto mais velho ficava, mais agressividade recebia.

Com o tempo, apanhar era tão normal quanto respirar e tudo o que ele podia fazer era chorar e rezar em silêncio para que alguém o salvasse um lar tão desestruturado.