Capítulo 1:

1 1 0
                                    



Natan,se afastou de seus laços sanguíneos por procurar paz, mas o destino faz com que o jovem tenha que arcar com as consequências de seus atos, Natan apenas queria esquecer todos as memórias e sentimentos que lhe eram causados pelas recordações.
E de suas responsabilidades por ser o herdeiro de uma família rica, tendo sua mãe vinda de uma família nobre por escavações de minerais preciosos, e seu pai de uma família dona de uma empresa muito valorizada no mundo todo, por alcançar realizações jamais vistas na área da saúde.
Além de sofrer por pressão vinda de seus irmãos, principalmente de Sebastian, que assumirá o cargo do pai, caso Natan não aceite  assumir a responsabilidade de tomar o controle da empresa de seu pai e aceitar as terras de sua mãe.
Mas assim que acaba de chegar na mansão se depara com um velho conhecido, que Natan nunca conseguiu esquecer, mesmo tentando, nunca esqueceu dos olhos âmbar de Erick, um amigo de infância, filho de um dos trabalhadores  da casa.
Assim que bota os pés na entrada da porta de carvalho escuro com talhares de ouro, sente uma opressão gigantesca.
Seguindo os corredores cheios de pinturas caras e estátuas velhas empoeiradas, chegando a sala de estar, está notavelmente vazia, tirando por haver três pessoas, Chelsea e Michelle as gêmeas opostas, e o senhor de tudo, Lionel Martins, sempre sério, na sua amargura sem fim, depois que voltou da guerra a uns anos atrás nunca mais foi o mesmo.

Lançou um olhar severo ao ver de cima abaixo o estado de seu herdeiro, acendeu um tabaco, e com o mesmo apontou para o jovem, necessariamente a roupa, não precisava de palavras para entender que o patriarca quisesse respostas sobre o modo de se vestir, o jovem, abaixou a cabeça e sibilou.
-Meu caro senhor,eu temia que chamasse muita atenção então escolhi uma vestimenta mais simples para poder chegar a salvo a seu lar...
O homem acenou a cabeça em afirmação.

As gêmeas conversavam entre si, sentadas nas 6° e 7° cadeiras acolchoadas.

O jovem pode não reparar no jeito de ambas, Chelsea era delicada e parecia uma boneca, já Michelle era mais reservada e um pouco mais  indelicada, com um rosto calmo, Michelle apoiou sua cabeça em uma das mãos, Chelsea alfinetou seu irmão mais velho.
-Perdão se o que vou dizer for indelicado para uma dama, mas não é muito contraditório ele aparecer aqui depois de ter abandonado o posto que ocupava nessa família?.
O patriarca não gostou nem um pouco do modo que Chelsea se dirigiu ao seu filho mais velho, e a soltar a fumaça preta, se endireitou e grosseiramente respondeu.
-Chelsea, mesmo ele tendo se afastado ele ainda faz parte de nossa família, e assim a senhorita tem o dever de o respeitar como tal.

O velho homem posse a fumar seu tabaco e a olhar para o teto.

Chelsea acostumada a ser protegida por seu pai, vendo que o patriarca protegeu seu herdeiro, emburrou-se e se retirou as pressas da sala de jantar, Michelle parecia esperar tal reação, mas mesmo assim tentou se retirar mas impedida pela voz franca e forte que recebera pelo eco da sala, novamente se sentou ajeitando as alças do vestido azul marinho que lhe dava um toque mais adulto, mesmo estando na faixa etária de 12 á  14 anos, Natan percebe que ao menos sabe a idade de suas irmãs, e continua totalmente indiferente na sala preenchida com um silêncio constrangedor, Michelle parece perceber seu desconforto e lhe dá um sorriso calmo, confiante, mas que parecia esconder algo malicioso, maldoso, que Natan não soubera decifrar, sua expressão amigável não era confiável por não ser de sua natureza, mesmo tendo se afastado, sabia muito bem que Michelle tinha uma natureza rebelde e até agressiva quando se tratava de "negócios de família", e aquela situação, não só essa, como todas as que vivenciará com seu pai presente, será como um teste, para vê com quem ficará o trono...
O silêncio se rompe com as portas antigas de carvalho se abrirem, junto a um ruído, anunciando a chegada dos outros membros, Sebastian meu sucessor, William, o do meio, e o caçula James.
Sebastian se ajoelha, e depois cumprimenta os presentes, William revira os olhos ao me ver, e segue a seu lugar sem ao menos dizer uma palavra, James corre aos braços do patriarca, com um sorriso com dentes faltando, só o reconheço por ver uma foto de quando ele tinha 2 anos de idade, pois já não estava mais presente em seu nascimento muito menos em seu crescimento, o garoto de cabelos castanhos claros, me olha com seus olhos azuis fixos em cada movimento meu, no momento batendo os dedos contra a mesa somente por nervosismo, o garoto parece curioso a me ver sentado a mesa, logo na cadeira na qual deve estar vazia desde que ele se entende por gente, ele deve conhecer as regras da casa, como todos que residiam nela, então deve saber que a cadeira  na qual as pessoas se sentam é numerada com base na sua importância  na família, no caso a minha sendo ao lado de meu pai, a da minha mãe a minha frente, logo em seguida Sebastian, William, Marco e James, somente depois Chelsea e Michelle, mesmo elas sendo mais velhas que James, mas por serem mulheres e não serem integradas aos negócios por seu gênero estão nas últimas cadeiras, mas invés de Michelle estar em frente a sua irmã gêmea, está a seu lado referenciando que ela é menos importante que Chelsea, que para meu ver seja uma puta sacanagem, mas que se deve ao fato dela ser com certeza ser mais rebelde que nossa irmã, que parece ser frequentemente mimada por nossos pais.
Martins se levanta,com um olhar irado.- Onde está Marco?- perguntou furioso, se direcionado a William que com um sorriso petulante - Deve estar na cozinha roubando comida ou aprontando alguma coisa por aí...
O patriarca ainda mais furioso dá um tapa em William que se espanta, todos parecem não se importar ou achar que ele mereceu, menos James que por ser novo demais começa a chorar, aquilo não me abala, por só ter uma relação de sangue, não tenho sentimento em relação a isso por já saber do temperamento explosivo de meu pai, mesmo sabendo a confusão ou a raiva que isso causa não poderia fazer nada, Michelle parece me analisar, esperando uma resposta a altura do acontecimento, mas mesmo que eu quisesse eu só seria espancado...

William se retira com o rabinho entre as pernas, com a bochecha vermelha, lágrimas se formavam em seus olhos, parecia prestes a se virar e dizer alguma coisa mas se conteve e se afastou.
- Todos saiam agora dessa sala não quero ver ninguém, nem ouvir um pio!- gritava asasperado.
Todos se retiraram sem se atrever a confrontar quem um dia já chamamos de pai...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 25 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Inverno impiedoso Onde histórias criam vida. Descubra agora