| . . . Capitulo 17

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Capítulo 17
"Noite estrelada"

"Acredite em mim"

Narrador

Ricky se encontrava em uma tempestade nevosa em sua vida, seguindo o caminho da luz con medo de ser sugado pela escuridão, mesmo sabendo que sua vida valia nada, um pingo de esperança para a sua felicidade havia ali. Ele estava feliz, mas não o suficiente para se sentir vivo.

A chuva tomava conta de sua mente, encharcado no meio de toda aquela ventania. Ele não sentia medo, angústia.

Silêncio. Vazio.

Era isso que ele sentia quando retomava a pensar que estava vivo, respirando, mas não vivendo de modo adequado. As suas roupas frescas, bermuda e camisa, não eram o suficiente para o livrar daquelas gotículas fortes que tomavam posse de corpo molhado. Por que nada parecia suficiente para o manter vivo?

Ele vestia roupas, sapatos, estava protegido, mas por que ainda sim as gotas d'água o encharcavam?

Guardas chuvas, capas de chuva...

Então a ficha caiu. Ele podia estar protegido emocionalmente, com dez escudos possíveis, mas não o suficiente para que a tempestade não o levasse consigo.

Ele nunca foi o suficiente para lutar sozinho, a escuridão sempre o levava.

Parado no meio da rua, olhando para o céu escuro com poucas estrelas, sentindo as gotas caírem em seu rosto, molhando-o sem piedade, logo em seguida, transformando seu corpo em um objeto encharcado.

Podia tentar dez vezes ao dia, tentar ser feliz, alegre, mas ele sabia que no final do dia, sempre, a chuva estava ali para mostrar a si que ele era apenas mais um ser naquele mundo imprestável.

Com os olhos fechados, uma angústia, pela primeira vez, se fez presente em seu peito.

Ele não queria viver daquela maneira, lamentando por sua vida enquanto se perdia em fortes tempestades. Não queria ser levado por mais um furacão.

Mas o que adiantava, implorar para Deuses se sua vida já estava tomada pela raiva do Diabo?

Queria lutar, correr para se proteger daquela chuva, mas ele sabia que se corresse, ela o persegueria, pois não era uma chuva natural. Era da sua mente.

Então, sentou-se no chão, joelhos em frente ao seu peito, respirações ofegantes, e deixou-se ser molhado na água.

Olhou para cima, e se viu dentro da enchente, afogado.

Ele tentou, mas não conseguiu.

A água tinha o completado, ele podia subir a superfície, mas não conseguia. Ele simplesmente não conseguia, suas pernas estavam rígidas, seus braços moles.

Então, essa era a morte?

Esse era o ciclo de sua vida?

Lamentar não vai mudar, chorar não vai mudar, tentar não vai mudar.

Ciclo.

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