parto

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Aguentei até onde pude essa dor o peso da minha barriga

Por volta das 7 da manhã do sábado eu levantei para fazer xixi, me enxuguei e continuou derramando. Enxuguei, enxuguei e nada. Não parava de derramar, não tinha cheiro de xixi e era transparente. Aí acordei meu marido: “estourou a bolsa!”, eu disse. Ele levantou assustado, mas feliz porque os bebês iam nascer.

Mandei mensagem no grupo de WhatsApp da equipe do parto formado por Dr, fisioterapeutas, obstetriz e pediatra, e Dra Andrea falou para acompanharmos as contrações. Explicou que após 18 horas de bolsa rota tinha risco mínimo de infecção, então se nada acontecesse em 12 horas nós conversaríamos sobre o que poderíamos fazer, mas que era para eu relaxar, comer, e marcar as contrações.

Tive que colocar uma toalha no meio das pernas pois a sensação que eu tinha era que estava com um saco furado na barriga e de vez em quando alguém apertava. Era contração. Eu não sentia dor, mas a barriga ficava dura, o útero contraía e a água escorria.

Ficamos em casa e aos poucos a coliquinha foi ficando mais forte e virando dorzinha e fui sentindo as contrações. Avisei que estava em trabalho de parto à minha família  que já estava no hospital por causa da Maiara  Todos os planos do sábado foram por água abaixo, a gente não tinha nada na cozinha e Fernando foi a um mercadinho perto de casa comprar algo pra preparar o almoço e a gente comer. Por volta das 4 horas da tarde a dor começou a me incomodar. Vi que o negócio era real, estava acontecendo. Falei com a minha médica e ela disse que se não engrenasse até as 19h, Priscila, a obstetriz, viria me examinar, para ver se estaria na hora de ir para o hospital. Falei “quer saber? eu quero ir para o hospital logo”,  é longe de casa e eu tinha muito medo de sair com uma dor muito incômoda e sofrer no caminho. Além do mais, já estava de saco cheio de passar o dia todo em casa , então quis tomar um banho e ir para o hospital.

Cheguei lá por volta das 18h, Priscila já estava me esperando e fez um exame de toque e eu continuava com 4 centímetros. As contrações aumentavam, mas as dilatações não. Aí chegou a Alessandra, a fisioterapeuta. Eu não contratei doula, preferi contratar Ale e Thalita (que ficou dando aquele apoio virtual via telefone pois estava com conjuntivite), fisioterapeutas que estavam me acompanhando durante a gestação com sessões de fortalecimento do assoalho pélvico, acupuntura, drenagem e fisioterapia para as dores da lombar e púbis. Ale fez aromaterapia, acendeu velas, deixou o quarto à meia luz… Fernando  e Antonella colocou música, E esses “mimos” fizeram toda a diferença para o meu conforto.
Antonella estava sentada na poltrona tão comportada só olhando movimento do quarto as vezes levantava ia até mim

Não tive fotógrafa, porque não queria muita gente na sala de parto, Fernando    tiraram umas fotos e foi bem bom para eu ver depois a coisa toda por outro ponto de vista.

começou a fazer massagem em mim e depois fomos para a bola. Também dei umas caminhadas pelo corredor do hospital. Aí, por volta das 20h, comecei a ficar muito dolorida e pedi a banheira. Demorou uns 40 minutos para encher e eu já estava bem dolorida. Quando fui pra água foi maravilhoso, fiquei um tempão na banheira, as contrações vinham de 3 em 3 minutos e eu estava aguentando bem na água. Depois de um tempo já não estava tão confortável, começou a me incomodar ficar ali e pedi pra chamarem o anestesia. A Dra. Andrea já tinha chegado, ficou conversando comigo.

Nunca fiz tanto exercício na minha vida. Daí em diante o tempo passou muito rápido. De meia noite até as 3 da manhã passou num piscar de olhos. Dra. Andrea fez novo exame de toque e eu estava com 7 cm de dilatação. Dr. Carlos pediu pra eu avisar quando começasse a sentir as contrações para ele reaplicar pois demora uns 10 minutos para a anestesia fazer efeito de novo. E deu certinho: eu avisava para ele, e ele aplicava mais e eu não senti dor.

Não muito tempo depois, Dra. Andrea fez outro exame de toque e falou que eu estava com 9,5 cm. Havia evoluído muito rápido! Ela perguntou se eu não estava sentindo vontade de fazer força, mas eu não estava! Sentei na banqueta e comecei a fazer força, aí começou a passar a anestesia e pedi mais. O anestesista falou que se eu tomasse mais teria que parir na cama, e falei que tudo bem. Como eu não estava sentindo dor, não tinha posição melhor


Importante destacar que os meninos  e eu estávamos o tempo todo monitoradas e estava tudo bem, sempre.  e meu Fernando  todo o tempo comigo também me passava muita calma e segurança. Seus olhos brilhavam

Através do cardiotoco, Dra Andrea e Priscila viam as contrações, me avisavam e eu empurrava. Priscila disse que o expulsivo demora em média 1h30 mas foram mais ou menos 3 puxos até Benjamim  nascer. Eu fiz toda a força que eu tinha, e logo no primeiro puxo Benjamim  coroou. A Dra. Andrea disse: “Não acredito! Não para, não. Incrível como ela já está coroando”. Falou para eu colocar a mão, eu senti a cabeça e, dois puxos a mais e nasceu Benjamim  às 4h da manhã.

Benjamim  foi colocada em cima de mim mas como o cordão estava meio curto ficou na minha barriga até que o cordão parou de pulsar e Fernando  o cortou. Daí ela veio pro meu peito. Nessa hora parou tudo. Eu fiquei com ele no peito e perdi o foco no parto. Então lembro do meu Fernando  pegando ela e fazendo pele a pele, enquanto eu voltava minha atenção para o parto para Bernado  nascer.

Dra. Andrea fez um ultrassom, conferiu que ele continuava cefálico e perguntou se podia estourar a bolsa. Falei que sim, e ela disse para fazer força. Aí foi rapidinho: semelhante a Bernado , com mais ou menos 3 puxos, Bernado  nasceu! Pra mim foi muito rápido, mas os dois nasceram com um intervalo de exatos 35 minutos.

Quando o cordão dele parou de pulsar eu mesma cortei já que meu marido estava com Benjamim  no colo. Ele veio para o meu peito e fizemos pele a pele. Na sequência nasceram  placentas

Bernado  nasceu com 2,800kg e Benjamim  com 2,500 kg. Ele tinha a boquinha muito miudinha, não conseguia abocanhar o mamilo e de cara machucou o meu seio. Foi bem sofrido amamentar nesse início.

Dra Andrea comentou que tive laceração grau 1 e que por isso não foi necessário levar ponto. A enfermeira comentou que iria sentir um incomodo como um ardor quando fosse ao banheiro mas não senti nem isso. Apenas fiquei sensível e inchada o que passou depois de compressa de gelo no primeiro dia. Estava me sentindo muito bem. Só estava cansada e com dor no corpo depois de tantos exercícios. Tenho certeza que se manter ativa durante a gestação e fazer exercícios pro assoalho pélvico foram essenciais para minha quase zero laceração.

Eu tinha muito medo da dor do parto mas tinha total ciência que o parto normal, se possível, seria a melhor opção para nos 3. Por isso, durante a gestação, me preparei psicológica e fisicamente para isso. Me informei através do youtube, vi documentários (a trilogia o renascimento do parto é mandatório para quem quer se informar!), li livros, escutei relatos, e, claro, escolhi a minha equipe com muito cuidado. Não tenho palavras pra agradecer o apoio que recebi da equipe maravilhosa que permitiu que a chegada deles se desse de uma forma respeitosa e tranquila como deveria sempre ser…

Fernando estava radiante
Antonella entrou para conhecer os irmãos
Maraísa o filha seus irmãos menina olhava os irmão
Fernando irmão princesa
Maraísa suspirava sua família era linda
Olhos do Fernando brilhavam um sonho realizado



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