Capítulo 6: Mais um Velaryon?

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Era insuportável, nunca mais queria sentir essa dor, tanto a física quanto mental, o meistre costurava o corte em minha mão enquanto eu agarrava o braço da minha mãe e chorava de dor:
- Me lembrem de nunca mais fazer isso.
Falei para todos que estavam na sala:
-A mão ficará boa, mas vai ficar uma cicatriz.
O meistre disse à minha mãe enquanto terminava o seu trabalho, quando ele finalmente terminou soltei um suspiro de alívio e me joguei na cadeira descansando, só depois disso notei que Lucerys e Jacaerys estavam na sala, minha mãe se virou para o meistre e disse:
-Muito obrigada meistre agora se nós der licença.
O meistre apenas fez uma pequena reverência e saiu da sala:
-Vocês dois também, já causaram problemas o suficientes hoje.
Meus irmãos apenas saíram em silêncio fechando a porta, e então ela se virou para mim, e pela cara dela eu já sabia o sermão que eu iria levar:
-Visenya você estava maluca? Como teve coragem de fazer isso? Podia ter sido bem pior!
-Mãe calma, eu não ia deixar a Hightower fincar uma adaga em você, e eu tenho uma pergunta para você onde você estava e com o Daemon ainda?
Ela só me olhou incrédula e eu comecei a rir:
-Em um velório mãe? Sério?
-Como você...
Não deixei ela terminar a frase e já falei:
- Estava meio óbvio né mãe.
-Pelos deuses, Visenya, não conte para ninguém.
-Eu nunca faria isso mãe.
Falei segurando a mão dela, a mesma me olhou e repetiu o ato mas o nosso momento foi interrompido pela chegada do meu pai, me virei rapidamente para minha mãe e cochichei:
-Eu vou deixar vocês conversarem, qualquer coisa me avise mãe, por favor.
Ela só concordou com a cabeça e eu fui em direção a porta dei bom dia ao meu pai que fez o mesmo depois só fui embora para o meu quarto.
Eu estava arrumando minhas malas quando escutei uma batida na porta, larguei oque estava fazendo e fui atender a mesma:
-Vossa Graça?
Perguntei observando a Alicent parada na minha frente com os olhos vermelhos e o rosto meio inchado, ela devia ter chorado, não pelo o que fez comigo e sim pelo filho o que é compreensível, afinal ele perdeu um olho  né, até eu quase chorei:
-Princesa Visenya podemos conversar?
-Claro vossa graça entre.
Falei abrindo mais a porta para ela passar, eu só queria ver oque ela iria falar:
-Visenya não consegui falar com sua mãe ainda, mas vim me desculpar, eu agi como uma maluca e uma descontrolada e acabei machucando você e quase machuquei sua mãe, só vim pedir perdão pelos meus atos.
Eu admito que fiquei meio chocada, não esperava isso dela, mas o Otto deve ter mandado ela se desculpar para manter a fama de boa rainha:
-Vosse Graça concordo que a senhora passou muito dos limites, mas estava protegendo seu filho e por um lado eu entendo e sei que minha mãe também entende.
É mentira, eu não entendo e muito menos minha mãe, uma coisa seria ela defender o Aemond quando ele foi atacado, mas não atacar uma criança por uma coisa que já aconteceu, eu nunca iria perdoar ela por isso, nunca mesmo:
-Que bom que entende princesa.
Ela disse me dando um abraço, fiquei totalmente sem reação nem me preocupei em abraçar ela de volta, a mesma percebendo isso me deu tchau e saiu do meu quarto, fiquei mais uns bons minutos raciocinando oque havia acabado de acontecer, Alicent Hightower a mulher que me odeia desde que me conheço por gente me abraçou, é uma notícia muito chocante até para mim, mas saí dos meus pensamentos e voltei a arrumar minhas coisas.
Depois de tudo pronto saí para dar uma volta e procurar o Cannibal, sinceramente eu já sentia falta do dragão e sentia que ele estava meio estressado, saí do castelo e fui andando pelo campo, aquele lugar era lindo, a praia, o mar, o castelo, Driftmark em si era linda, eu amava aquele lugar se não fosse para Dragon Stone com certeza ficaria em Driftmark, não estava mais nos meus planos voltar para Kings Landing, não depois dos últimos acontecidos, não passa na minha cabeça morar mais naquele lugar, agradeci mentalmente minha mãe por ter decidido isso, caminhei mais um pouco e vi o meu dragão tomando água em um lago que tinha perto, chamei ele e ele me olhou meio mal humorado mas veio na minha direção igual, não sabia como ele iria reagir ao ver minha mão assim, mas não liguei muito para isso, o dragão parou na minha frente e me cheirou, passei a mão no mesmo como se fizesse um carinho mas um minuto depois vi o mesmo inspirar fundo e suas pupilas contraíram e ele me empurrou para trás com um pouco mais de força me fazendo cair no chão, o mesmo se aproximou de novo e foi em direção a minha mão cortada cheirando e cutucando a mesma com o fucinho, soltei um suspiro e virei a mão mostrando pra ele o corte costurado, ele contraiu ainda mais as pupilas e soltou um rosnado, me levantei e falei para o mesmo em valiriano:
-Não se preocupe já resolvi, ninguém me atacou eu só defendi a minha mãe, já está tudo resolvido não precisa colocar fogo em ninguém.
O mesmo me olhou um pouco desconfiado mas soltou um suspiro e suas pupilas voltaram ao normal, passai a mão nele novamente observando o mesmo e o admirando, logo olhei ao redor de onde estávamos, encontrei uma árvore e fui até ela com o dragão me seguindo, me sentei em baixo dela e vi o dragão fazendo a volta e deitando atrás de mim e jogando seu rabo por cima de mim, olhei chocada para ele:
-Folgado!
Eu disse em valiriano, o dragão só soltou um suspiro como se fosse uma risada se deitou e dormiu, eu continuei observando a paisagem até pegar no sono também.
Acordei horas depois deitada encima da asa do dragão, me levantei e olhei o sol se pondo já, eu demorei para raciocinar e me levantar com pressa e acordar o dragão, o mesmo acordou com raiva por eu ter interrompido o sono dele, mas então expliquei a situação e ele me deu apoio para montar nele para mim voltar ao castelo, o Cannibal foi até rápido mas eu não tinha percebido quando fui procurar ele que eu caminhei tanto assim, ele me deixou na frente do castelo, desci do mesmo fiz um carinho nele e fui correndo para dentro, mas enquanto eu entrava escutei gritos e um choro um choro muito alto e muito familiar, corri em direção ao som e parei na frente da sala do trono de Driftmark, abri aquelas portas com toda a força que eu tinha e vi meus avós:
-Vô, vó?
Meu avô se virou rapidamente e eu corri em sua direção:
-Visenya oque está fazendo aqui?
Eu ia responder ele quando vi minha vó no chão sentada chorando ao lado de um corpo todo queimado, só existia uma pessoa pela por quem minha vó choraria tanto, então as peças se encaixaram e eu comecei a chorar também e eu perguntei para o meu avô:
-Aquele é meu pai?!

𝔉𝔦𝔯𝔢 𝔞𝔫𝔡 𝔅𝔩𝔬𝔬𝔡-𝓥𝓲𝓼𝓮𝓷𝓲𝓪 𝓣𝓪𝓻𝓰𝓪𝓻𝔂𝓮𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora