coração não é tão simples quanto pensa.

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"coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na dispensa
Cabe até o meu amor
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois"

O pequeno Riki tinha vindo ao mundo a cerca de dez dias atrás.

Foi o sentimento de maior alegria que Heeseung já pôde sentir em toda sua vida. Ter seu pequeno brotinho nos braços oficialmente e poder sentir tudo que tanto sonhou durante a gravidez..

Sabia que não seria fácil. Tinha acabado de sair da casa dos pais e Jake tinha terminado o ensino médio naquele mesmo ano. Heeseung começou a trabalhar como motoboy durante a manhã, uber durante a tarde e garçom durante a noite para poder dar o melhor possível para seu bebê, enquanto Jake...

Bom, Jake estava passando por uma fase péssima. Eram frequentes as vezes em que Heeseung atendia as ligações do namorado apenas para ouvi-lo chorar, porque não conseguia sentir que estava fazendo seu melhor para o pequeno Riki e também para Heeseung. Jake se sentia sem utilidade.

Era triste e desesperador. Heeseung brigava frequentemente com os pais do ômega por eles serem rigorosos demais com o garoto e não entenderem que ele estava em um péssimo momento para ser cobrado de emprego e sustento.

Bom, e quando a mãe de Jake disse, no quinto dia após a saída da maternidade, que ela iria começar a cobrar aluguel do filho, já que ele achava que sustentar uma família era fácil, que a depressão pós parto de Jake piorou.

Faziam três dias desde esse ocorrido. Heeseung estava desesperado com o fato de que seu ômega não dormia e nem comia, apenas vivendo em função de observar o filhote deles enquanto ele ressonava baixinho em seu peito.

Eram dez da noite e Heeseung estava voltando para seu apartamento recém alugado onde Jake estava ficando após sua mãe simplesmente chutá-lo. Na caixa da moto, trazia uma cheesecake que Jake costumava adorar durante a gravidez, um pacote de fraldas e lenços umedecidos e um repolho para fazer algo saudável para o namorado jantar.

Estacionou na vaga do apartamento e tirou as compras da caixa da moto, indo em direção a entrada do prédio. Subiu os três lances de escada e então caminhou até o fim do corredor, deixando as sacolas no chão para poder destrancar a porta.

Entrou com dificuldades e então trancou a porta novamente. A casa não tinha nenhum som, a não ser de uma música que tocava baixo, quase inaudível.

Colocou o repolho na geladeira barata, a cheesecake acima do balcão e as fraldas levou até o armário que tinham somente para isso no corredor. Voltou à cozinha e serviu uma fatia do doce em um dos únicos pratos que tinham.

Pegou uma colher e então foi até o quarto onde dividia com Jake. Abriu a porta após dar duas batidinhas e analisou o ambiente aconchegante.

As luzes estavam apagadas, mas uma pequena luminária de patinho clareava o ambiente com uma luz amarelada. Jake tinha olhos cansados e cantava baixinho enquanto o bebê descansava em seu colo.

—Oi, meu amor. -Heeseung disse baixinho, tendo a atenção do Jake.

Ele não disse nada, apenas desviou os olhos inchados de volta para o bebê. Heeseung se aproximou e segurou com delicadeza o queixo do ômega, que, após alguns segundos, se esticou para conseguir selar seus lábios.

oração - Heejake (abo)Onde histórias criam vida. Descubra agora