𝐄𝐍𝐋𝐀Ç𝐀𝐃𝐎𝐒 𝐏𝐄𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐎

Capítulo 2

Justin Almeida

Assim que meus pais saíram, tomei meu café da manhã, com cereal, e algumas uvas, pois não estava com tanta fome. Não sei porque, mas na verdade, estava bastante nervoso e preocupado, pois foi mais ou menos parecido que eu conheci a minha noiva, ou melhor, ex noiva, e essa situação não estava sendo fácil para mim.
Faziam poucos meses, três para ser mais exato, que tudo havia acontecido, e eu ainda não estava cem porcento recuperado de tudo.

Mas estava fazendo esse esforço, pois sabia o quanto era importante para a minha mãe voltar a trabalhar depois de tanto tempo cuidando da casa, da Alice e também de mim.
Estava na hora dela voltar a fazer as coisas que ama, de trabalhar no seu escritório de esteticista e focar em si mesma como pessoa, ela merecia isso. Então eu estava fazendo por ela. Totalmente.

Alguns minutos depois, a campainha toca, olho pela janela da cozinha e vejo a garota na frente do portão. A primeira coisa que eu consigo reparar é em seu cabelo, longo, volumoso e cacheado, realmente de chamar a atenção. Não dava para ver muito seu rosto de longe, mas ela parecia ser pequena e magra, mas não tanto, pois sua roupa, que parecia mais de academia deixa seu corpo desenhado, então mesmo de longe, dava para observar suas curvas, e ela era naturalmente bonita.

Balanço a cabeça, meu Deus, o que eu estava fazendo? Tenho que parar de ser tão observador. Ao olhar novamente para fora, a garota estava balançando os braços. Meu Deus, acho que ela havia ficado um tempinho ali. Corro para abrir a porta e vou até o portão de entrada onde a mesma estava esperando impaciente, o que deu para observar, pois ela não parava de bater os pés.

- Oi, me desculpa a demora, eu estava...

- Me analisando. - Ela rir.

- Oh... N...não, estava distraído. - Fico envergonhado, principalmente por não saber que desculpa dar para a garota. A última coisa que eu queria era que a mesma achasse que eu estava de olho nela.

- Tudo bem, deve ser o cabelo. - Ela passa a mão no mesmo. - Todo mundo julga sabe. Tipo: "Nossa, por que você não alisa esse cabelo, seria bem melhor". Ou então : "Penteia esse cabelo menina, ele está cheio de friz". - Ela fala de uma forma debochada, rindo, mas dava para ver o quanto aquilo de alguma forma deixava ela triste.

- Não, na verdade, ele é lindo. - Falo com sinceridade, mas no mesmo segundo eu me arrependo, talvez teria sido melhor ter ficado calado.

- Não precisa mentir, eu sei lhe dar com as opiniões dos outros, sério.

- Não estou mentindo. - Sorrio desconcertado. Ela parece bem sincera e extrovertida. Mas não vou me deixar levar pelas aparências.

- Ah, obrigada então. De verdade. Aliás, me chamo Valentina. - Ela estende as mãos.

- Justin. É um prazer. Pode entrar Valentina.

- Nossa, nome de Americano. Justin. - Ela da ênfase no meu nome, de maneira delicada, o que de alguma forma me deixa um pouco atraído.  Mas tento não pensar nisso.

- Minha mãe, ela gosta de nomes diferentes, foi ela que escolheu.

- Ela fez uma boa escolha. Nossa, que casa linda. - Ela gira no seu próprio corpo enquanto olha em volta.

- Obrigado. Entre por favor. - Eu abro a porta para a mesma.

- Com licença. - Ela educadamente bate o pé várias vezes no tapete e tenta levantar a mala, que parece estar um pouco pesada.

- Hum, eu ajudo. - Pego a mala da mão da mesma e coloco do lado da bancada da cozinha.

Alice pula do sofá ao nos ver, vai correndo para a menina, a tal da Valentina.

- Oiii, você é a nova tia que vai cuidar de mim ? - Ela pula na frente da mulher, enquanto pega na mão da mesma.

- Alice, se comporta.

- Não, tudo bem. - Ela sorri e se abaixa na frente da minha irmã. - Oii, sou eu sim. Nossa, você é muito linda.

- Você é linda também. Quer ver meu quarto ? Tem um monteee de bonecas, e uma casinha da Barbie. - Ela puxa novamente a garota pela mão.

- Alice, agora não . - Digo novamente, ela parecia bem animada. Mas a menina nem sequer havia chegado e com certeza estava cansada da viagem.

- Ahh, sério ? - Ela pisca para mim e pega Alice no colo. - Claro que eu quero ver, eu amo Barbie.

- Que legalll. Vamos Dustin com a gente.

Eu já ia dizer que não, pois não queria nem imaginar o quanto seria desconfortável a situação, mas a garota pega no meu braço, o que me faz tomar um susto e de alguma forma, faz a minha pele arrepiar.

- Vamooss.

Ai caramba, aonde eu tinha me metido?