2015.
wilmerDemi parecia inquieta no banco do passageiro. Suas pernas não paravam quietas, e ela dividia seu olhar entre a minha janela e a dela.
- Está tudo bem, nena? - Perguntei sem tirar a atenção da estrada.
Era noite, e uma das primeiras vezes em semanas que nossas agendas batiam e conseguíamos sair juntos.
- Sim. Estou apenas com muita coisa na cabeça. - Ela sorriu fraco.
Havia alguma coisa errada. Sabia que tinha, mas aquela noite tinha tudo para ser ótima e eu não estragaria fazendo perguntas demais.
Quando chegamos no restaurante, deixei as chaves do meu carro com o manobrista e dei a volta para abrir a porta para Demi.
Ela sorriu simpática para o manobrista e eu peguei na sua mão. Caminhamos para dentro do estabelecimento, já recebendo os mesmos olhares de sempre.
Éramos figuras públicas e inevitavelmente recebíamos julgamentos.
- Você pegou uma mesa afastada? - Demi perguntou, enquanto estávamos na fila.
- Sim. A última do corredor do andar de cima. - Respondi, passando a mão no cabelo dela.
- Ótimo. - Ela disse e soltou minha mão, cruzando os braços.
- Você não tinha reservado, Wilmer? - Demi perguntou impaciente. - Estou morrendo de fome.
Passei o braço pelo ombro dela.
- Nena, tenha paciência. - Pedi, beijando a cabeça dela. - Você nunca se importa com a demora, por que isso hoje?
Ela balançou a cabeça, sem dizer mais nada.
Passamos menos de 15 minutos esperando. Fomos levados até a mesa em que eu havia reservado e logo fizemos nosso pedido.
- Então, por que não me conta como foi essas semanas de shows e entrevistas? - Perguntei, e a morena deu de ombros.
- Foi igual a todas as outras vezes. - Ela respondeu, e apoiou o rosto na mão. - Muito cansaço. Viajei mais vezes que o comum.
- Eu notei. Você não pode ficar se sobrecarregando desse jeito, amor. - Comentei.
- É o meu trabalho.
- Eu sei que é, mas precisa existir equilíbrio nisso tudo. - Expliquei. - Eu tento equilibrar.
Demi riu.
- Não tem como comparar assim. E você trabalha um monte também, nem vem. - Demi disse e eu assenti.
- Mas eu ainda arrumo tempo para você. E para as outras áreas da minha vida. - Falei e ela levantou a sobrancelha.
- O que quer dizer com isso?
- Nada. É apenas um exemplo de equilíbrio.
Ela assentiu.
- Podemos mudar de assunto? - Pedi. - Faz quase um mês que não nos vemos e eu só quero aproveitar os poucos momentos que eu tenho com você. - Falei e ela pareceu relaxar. - Você não precisa viver na defensiva comigo.
Antes dela responder, o garçom chegou com nossos pedidos.
Jantamos em quase completo silêncio, sendo salvos pelos pequenos diálogos que eu iniciava.
- Eu não quero ir para Bora Bora. De novo. - Demi reclamou, limpando o canto da boca com um guardanapo. Seu prato estava com um pouco mais da metade. - Quero algum lugar diferente.