2. 𝑪𝒂𝒑

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A mudança foi mais calma do que o esperado.

Chegamos no apartamento por volta das 6 manhã, já que saímos do aeroporto as 4 da madrugada.

Eu realmente estava esperando uma casa horrível com histórias medonhas para contar sobre o porão.

É meio específico, eu sei... Talvez eu tenha assistido muitos filmes de terror com o Jayden.

Falando nele, que saudade desse cara.

Com certeza, uma das partes mais difíceis de se mudar é deixar os amigos para trás.

Bom, podemos manter contato por chamada de vídeo, mas com certeza não é a mesma coisa.

Coloco minhas malas no chão do meu novo quarto e olho ao redor, procurando possibilidades de decorações.

— Eai, o que achou?

Diz minha mãe encostando no batente da porta enquanto sorri animada.

— Com o tempo vai ficando a minha cara.

— É claro que vai! Mas não me refiro a decoração, até porque não tem nada, meu filho.

Ela ri baixo enquanto cruza os braços.

— Eu vou ajudar sua irmã com as malas, tudo bem? Vai descer... Vê o que acha do apartamento.

Concordo com a cabeça e passo por ela, lhe dando um tchauzinho com a mão junto de um beijinho no ar.

Ela solta uma risada e me manda embora.

Saio do apartamento e confiro o número.

17

Aperto o botão do elevador e coloco as mãos no bolso, esperando.

— Bom dia... O elevador está em manutenção.

Uma voz desconhecida diz enquanto toca com o dedo indicador meu ombro direito.

É uma voz feminina, não tão fina, porém doce.

Olho para o lado e vejo uma garota de cabelos ruivos até a cintura, com um colar de sol dourado.

Eu costumo analisar muito as pessoas, como se fosse uma brincadeira de adivinhar sobre sua vida.

Ela não tem aliança, então aparentemente não está em um relacionamento.

Ela com certeza tem um ou mais gatos, já que sua blusa preta tem pelos em quase toda parte.

Eu não a julgo por estar de pijama... Pelo contrário! São seis da manhã e eu provavelmente vou fazer a mesma coisa daqui uns dias.

Eu já devo estar a um tempo encarando a moça, então apenas sorrio educadamente e concordo com a cabeça.

— Bom dia... E obrigada. Onde são as escadas?

— Logo alí.

Diz ela enquanto aponta para uma placa e caminha até as escadas.

Inclino um pouco a cabeça, logo avistando a escada e a seguindo.

Provavelmente o silêncio vai tomar conta do local por um bom tempo.

Eu sou do tipo extrovertido que tenta puxar assunto para não ficar um clima meio estranho, sabe?

Começamos a descer as escadas e eu me seguro ao máximo para ficar quieto...

É impossível, tá bom?

— Qual o seu nome?

—Brianna. E o seu?

—Seu nome é bonito, nunca tinha ouvido antes. O meu é Matteo, prazer.

Ela aperta minha mão de leve, logo soltando para prestar atenção nos degraus.

— Você é de onde?

Diz ela parando mais uma vez, desta para me analisar e tentar deduzir a resposta.

— Itália.

Digo passando na sua frente na escada.

— Sério? Por que você se mudou?

Ela faz muitas perguntas, né?

— Meus pais se divorciaram.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas com o eco dos nossos passos descendo as escadas.

— Aqui tem parquinho? Minha irmã iria amar.

Digo observando o lado de fora do condomínio, logo virando para Brianna.

Ela coloca o cabelo atrás da orelha e sorri gentil, sem mostrar os dentes.

— Tem sim! Aposto que ela vai amar.

•─────★𝑸𝒖𝒆𝒃𝒓𝒂 𝒅𝒆 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐★──────•

A Brianna me mostra todo o condomínio...

Ou pelo menos a maior parte dele.

Nos sentamos no balanço do parquinho e ouço a Brianna reclamar sobre alguns vizinhos do nosso andar, rindo da maioria das situações.

Eu também conto sobre a minha vida para ela.

Como: Minha vida na Itália, escola, amigos e sobre a minha família.

Me viro para trás ao ouvir a voz da minha mãe descendo as escadas.

— Parece que alguém descobriu o parquinho antes da gente, Lele!

Rio e aceno com a mão, logo as chamando.

— Aqui, minha mãe e minha irmã.

Brianna as cumprimenta e e Elena lhe dá um abraço.

— Seu cabelo é muito bonito!

Diz minha irmã enquanto se afasta.

— Muito obrigada, Elena! O seu também é muito lindo!

Vejo no rosto de Elena a confusão por Brianna saber seu nome, mas não questiona sobre.

— O que vocês acham de ir a praia amanhã? Você gosta de castelos de areia, Elena?

Diz ela com um sorriso doce.

Brianna parece gostar muito de crianças... Consigo ver isso no seus olhos brilhando só de ver minha irmã.

Eu sinto até um pequeno ciúmes, confesso.

Talvez a Elena sinta falta de uma irmã, suponho.

— Eu amo castelos! Vamos, mãe por favor!

Diz a criança animada, nos tirando algumas risadas.

— Tudo bem, Lena... Podemos ir sim.

Diz ela rindo encostada no balanço.

— Você vai né?

Elena diz enquanto me olha com um semblante de cachorro abandonado.

Todas as crianças tem isso?!

— Tudo bem... Eu vou!

As três comemoram e a Elena pula em mim, me abraçando com toda sua força.

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★Notas:

Mil desculpas pela demora!

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⏰ Última atualização: Jun 06 ⏰

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Capturado como um peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora