Servos normalmente não precisavam dormir, não era uma necessidade para eles. Mesmo assim, a Foreigner decidiu fazê-lo por puro capricho. Oui, como era chamado o corpo principal do Servo Katsushika Hokusai, descansava em sua mesa de trabalho após terminar mais uma de suas pinturas. Sua respiração suave contrastava com o ronco do pequeno polvo preto em sua cama, o "verdadeiro" Hokusai. Apesar do barulho, ela conseguia dormir tranquilamente. Assim se sucedeu por algum tempo, Chaldea surpreendentemente era silenciosa a noite. Contudo, o rosto de Oui passou de uma feição tranquila para incomodada. Servos normalmente também não sonhavam, rara eram as vezes que isso acontecia, e essa era uma delas.
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.Ela podia ouvir o som do oceano. Uma praia. Era o lugar onde ela estava. Oui estava acostumada com praias, mas o que realmente chamou sua atenção era a cor da água.
Vermelho sangue.
Ela se aproximou na margem e se agachou para tocar a água. A sensação era como tocar em água suja de areia. Oui tirou sua mão da água, tirando também o conteúdo que a sujava.
'Areia vermelha? Será um tipo de corante?' Ela desviou seu olhar de sua mão para o imenso mar. 'Bom, isso é um sonho. Não acho que vá ter muito sentido.' Oui pensou enquanto deixava a areia cair de sua mão de volta para a água.
Ela olhou para trás, deparando-se com uma cidade a qual ela conhecia apenas por fotografias e vídeos. Tóquio.
"Ah... Pensando bem. Eu sempre quis vir para a Tóquio moderna." A pintora comentou para si mesma. "É uma pena que a Mestra não me levou junto." Oui reclamou, cruzando seus braços.
Ritsuka Fujimaru, sua mestra, tinha voltado para Tóquio onde sua família morava para férias e tinha levado Mash com ela. Primeiramente, Oui pensou que era favoritismo, mas logo percebeu que era apenas uma questão de falta de opções. A maioria dos Servos não conseguiria se misturar com o mundo moderno, alguns nem mesmo com a sociedade, as vezes até mesmo sendo um perigo para ela. Mas não iria mentir que estava com um pouco de inveja. Oui suspirou, decidindo andar para onde a cidade. Ela poderia pelo menos aproveitar Tóquio em um sonho.
Oui não viu sequer uma alma viva ao chegar nas ruas de Tóquio. Aquele espaço tão grande e aberto causava certo desconforto a ela. Esses eram os tais espaços liminares que Van Gogh citou uma vez? Quem sabe ela tenha caído nas "Backrooms" que achou na internet um dia desses. Ela riu com o pensamento tal pensamento bobo. Retornando a sua caminhada, a serva pintora acabou por ter sua atenção chamada por uma lojas de antiguidades. Bom, ela viu coisas modernas dessa época, então seria interessante ver o que os humanos viam como "moderno" numa diferente. É, não soava uma má ideia.
Ela entrou na loja, era estranhamente limpa e bem cuidada. Ela pasoupor várias máquinas e invenções da humanidade. Como um computador antigo, muito diferente do que ela via em Chaldea. Um toca discos, esse ela tinha visto com Mozart algumas vezes. Aparelho de fitas cassetes, era sua primeira vez vendo um. Como humanos passaram disso pro CD ainda era algo que ela não compreendia muito bem. Se bem que os únicos CDs que ela via eram dos jogos de Tomoe. Parece que os CDs estavam sendo extintos também.
Então logo chegou num rádio. Oui sempre teve curiosidade de como era usar um. Ela o pegou e verificou se tinha pilhas. Infelizmente não. Ela bufou de insatisfação enquanto olhava para o aparelho em suas mãos. Ela o colocou de volta no lugar e virou-se para procurar alguma outra coisa mais interessante.
"Lapau dā upala
Pṛthvī́ ākāśaḥ
Kiráṇaḥ ihá kiráṇaḥ
Agníḥ udakám"
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Fate/Grand Order: Singular Point
Science FictionRitsuka Fujimaru finalmente tem as férias que ela tanto desejava. A pressão e estresse de ser a última mestre da humanidade é trocada por uma sensação de paz e conforto. Ela até mesmo trouxe Mash junto, para que a garota pudesse desfrutar do mundo f...