PRÓLOGO

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Stolas;


Solidão.

Ao longo de toda minha vida, eu lidei com esse sentimento angustiante.

Desde que nasci, eu me sinto sozinho e eu estou sozinho.

Logo depois de dar à luz, minha mãe me colocou em um castelo, que havia sido construído especificamente apenas para me manter longe dela, e eu nunca mais a vi.

Meu pai aparecia uma vez ao ano, apenas para me dar tarefas e humilhar todas as minhas tentativas de desenvolvimento com a magia, que era tão importante para nós, Goeshas.

Crescer com os servos dentro daquela casa enorme havia sido minha experiência mais traumatizante.

Era o que eu achava.

Eles me tratavam como um deus. Eles não me viam, não se envolviam, não me tocavam, não me conheciam. Eles apenas escutavam e obedeciam ao que eu falava.

Eu não podia sair das dependências do castelo, e ninguém podia entrar.

Não podia me envolver com ninguém. Emocionalmente, ou romanticamente.

Tinha aulas com professores particulares que mal olhavam no meu rosto, e deveria escutá-los e obedecê-los.

Todo meu suporte foram os livros da imensa biblioteca, onde eu passei praticamente toda minha infância. Eu cresci por entre os diversos mundos de fantasia, assistindo as diversas histórias de amor, participando de diversas aventuras, sonhando com o dia que eu seria livre e amado como eles. Sonhando em ser tão corajoso.

Esse dia nunca chegou.

Mas o tempo passou, e com ele, as responsabilidades das quais eu achava que podia fugir, finalmente me agarram com força, sem fazer questão de soltar.

Ainda me lembro do momento em que meu pai me encontrou na biblioteca. Sozinho e lendo, como sempre.

Sua voz rouca e imponente, à qual eu estava tão desacostumado de ouvir já que ele nunca fez questão de estar perto de mim por mais que algumas horas.

No próximo ano, você irá se casar. – Ele disse em alto e bom som, e por alguns segundos, desejei que eu tivesse escutado errado. Naquele momento, eu até mesmo desejava ser surdo.

Mas eu não era. Escutei e compreendi as palavras dolorosas que saíram da boca dele, sem saber o que fazer com o gosto amargo que tomou conta da minha garganta, parecendo estar impregnada em minha língua.

Eu nunca tive coragem de dizer a ele tudo que eu pensava na época, mas hoje, eu apenas o agradeceria. As decisões dele me fizeram ter minha querida Octavia, e mesmo que ela tenha sido fruto de uma relação não consentida por mim, eu a amo mais do que tudo, e é apenas por ela que ainda estou aqui.

Então me casei.

E se eu achava que as coisas já eram horríveis vivendo solitário naquele castelo, eu nem ao menos poderia começar a descrever como eram as coisas com Stella, minha esposa.

Eu gostaria de ter continuado solitário.

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Hello pecadores!

Como estão? Espero que gostem dessa nova fic, por que eu estou com altas expectativas para ela!

Um beijo para quem quiser e até a próxima!- Angel

[HIATUS] Silent Castle - STOLITZOnde histórias criam vida. Descubra agora