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Alessia

Eu estava petrificada. Edgar Blake queria os filhos mortos para ter a esposa apenas para si?

O tiro saiu pela culatra... E o cretino vive no próprio inferno não é mesmo?

Nolan parece ainda mais perplexo, mas então, quase que em instantes eu estava nos braços de Edgar e sou atirada para o chão.

- Você nunca vai tocar nela, seu merda! Filho da puta maníaco!

- Não, Nolan...A única puta aqui era a sua mãe, mas eu já passei dessa fase e você também vai!

Nolan parte para cima de seu pai e vejo apenas os socos que ele desfere no rosto do homem que deveria amá-lo. Mas antes que eu comemore, Nolan solta um gemido de dor e cai ao meu lado, com a mão em seu estômago.

- Nolan!!

Grito, ao ver seus dedos sumindo pelo sangue. Tiro o meu cachecol e o coloco em sua ferida, mas eu começo a me desesperar quando ele abre e fecha os olhos.

- Por favor não me deixa...

- Eu vendi a minha alma por você, Monstrinha... - Ele tenta dizer, mas ele fecha os olhos com dificuldade e vejo o sangue espirrar de sua boca. - Eu te amo, Alessia, desde a primeira vez que eu te vi e isso nunca vai mudar!

Ele então fecha os olhos e sinto o meu coração quebrar junto com as lágrimas. Prendo o cachecol mais forte em sua ferida e estou pronta para vender a minha alma também.

- Eu vou matar você!

Me levanto gritando e indo na direção do canalha. Ele está sorrindo, mas não é um sorriso feliz, na verdade, ele está pálido.

- Lembra quando eu disse que não te machucaria? Agora não tem mais trato, você pode correr, eu te dou esses minutos de vantagem!

Ele limpa o canivete com o sangue de Nolan nas suas calças e o direciona a saída.

- Eu não vou fugir, seu filho da puta!

Ele balança a cabeça e me puxa pelo pescoço, mas eu o empurro com raiva e ele parece absorver o que eu estou tentando fazer.

- Você quer lutar, senhorita Romano?

Olha para Nolan deitado e o sangue escorrendo de seu corpo e a raiva toma conta do meu corpo.

Corro para o lado da mesa que Nolan usava para o seu trabalho sujo, e pego qualquer coisa que possa me ajudar a matá-lo.

Eu posso morrer, mas ele também vai! Ninguém sai vivo dessa merda.

Mas infelizmente ele me empurra em cima da maca, e meu rosto vai direto para o sangue e torso do homem que foi desmembrado.

- Você merece um homem de verdade, querida... Meu filho sempre foi um covarde, achei que ensiná-lo a matar iria transformar ele num homem, mas estava enganado...

Ele diz e me prende entre a maca e seu corpo. Suas mãos limpam o sangue em meus olhos e ele sorri.

- Ora Ora, que olhos grandes você tem...

E então ele me beija. Beija a droga da minha boca, e me obriga a aceitar isso, tento morder seus lábios, mas ele segura o canivete em minha garganta.

Suas mãos seguram o meu queixo e ele me obriga a olhar para o corpo de Nolan. Eu preciso fazer alguma coisa, senão... cada segundo pode ser fatal para ele. Eu sei que ele ainda está vivo, eu sinto!

- Ele realmente te amava.. Até achei que o garoto seria gay, precisei levá-lo em vários puteiros e, claro eu ficava no quarto vendo ele comer aquelas inúmeras mulheres sujas, mas sabe o que ele fazia a seguir? Ele apenas entrava no banheiro e se limpava. Um covarde completo! Mas eu entendo, uma coisinha linda como você, não tem como passar despercebida!

O nojo toma conta de mim novamente. Ele era a porra de um maluco, ele fodeu a mente de Nolan. Ele destruiu a inocência do próprio filho!

Ele beija meu pescoço e eu fecho os olhos, tentando estender minha mão para alguma coisa que pudesse servir de arma.

- Depois de Ekaterina nunca tive uma mulher inocente e frágil, acho que irei manter você, por algum tempo... Sabe, a morte une as pessoas!

E antes que ele volte a por as mãos em cima de mim, eu chuto suas bolas e pego o canivete que ele deixou cair no chão.

Ele começa a rir e eu faço o mesmo, e então cuspo em seu rosto.

- Alessia Romano, nunca fui a favor de necrofilia, mas talvez, eu comece com você....

Sua mandíbula aperta e ele pula em minha direção, e bate minha cabeça no piso, mas não antes que eu enfie a arma que ele usou para matar o filho em seus olhos.

Ele cai ao meu lado, e eu pulo em cima dele, o esfaqueando várias vezes em seu rosto.

- Eu sou a porra da Senhora Blake, seu filho da puta!

Eu só paro de furar seu rosto quando alguém me tira de cima dele.

- Senhorita.. Senhora Blake!

Russo diz preocupado e eu solto o canivete e começo a chorar desesperada correndo até Nolan. Nem me preocupo com a dor na cabeça e o sangue escorrendo em minha testa.

- Meu amor, abra os olhos, por favor não me deixa, Nolan!

- Senhora, eu já chamei os médicos da mafia, eles estarão aqui em poucos minutos. Mas preciso que você faça pressão, ok?

Eu apenas balanço a cabeça e faço o que me é pedido. Enquanto isso, Russo pega o corpo de Edgar e o joga em uma outra banheira.

- O que você está fazendo?

- O que Nolan faz, sumir com as pessoas...

Balanço a cabeça e apenas me viro novamente, pois eu não quero ver nunca mais Edgar Blake.

Os tais médicos chegaram e não ficaram nada perplexos com o local, na verdade, é como se já estivessem acostumados com isso.

Médicos da mafia...

Nolan é levado até o hospital mais próximo e por sorte eu não preciso responder nenhuma pergunta dos médicos e muito menos dos policiais. Todos conheciam o mundo sombrio a qual o paciente vivia.

Umas 5 horas depois, o médico aparece e ele não está nada feliz.

- O senhor Blake perdeu muito sangue, precisamos fazer uma transfusão de sangue o mais rápido possível, porém ele tem um tipo de sangue difícil de encontrar.

- Qual o sangue?

- B negativo. Estamos a procura de doadores urgentemente, mas está um pouco difícil.

- Eu quero fazer o teste e ver se sou compatível!

Ele sorri e pede para que eu espere por alguns minutos, até arrumar tudo.

- O patrão, ele sempre quis te proteger dessa vida dupla dele e olha onde estamos... você acabou de salvar a vida dele!

- Eu matei o pai dele..

- Ele já estava morto há muito tempo, senhora Blake!

Ficamos em silêncio, mas um silêncio nada constrangedor e sim amigável.

Ambos estávamos morrendo de medo de perdermos Nolan. Mas ninguém ousava dizer isso em voz alta.

Realmente, Edgar tinha razão em uma coisa.

A morte une as pessoas!

JUST PRETEND - Nolan ( Filhas Da Máfia )Onde histórias criam vida. Descubra agora