Olha, ela fala em português.

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POV Rafael

Cinco horas da manhã, por que uma pessoa tem que chegar em Porto Alegre a essa hora? Hoje meu amigo Alan chegará nessa caralha, justo hoje, em plena segunda feira. Certo, já estou atrasado para buscá-lo no aeroporto. Levantei-me da cama e fui até o banheiro, fazer as higienes de sempre.Já pronto, apenas peguei as chaves de meu carro e vesti o primeiro moletom que encontrei em minha frente. Até que hoje está um clima agradável, não muito frio. Assim que cheguei ao aeroporto, caminhei até uma lanchonete que tinha no local, apenas pedi uma caneca de café puro. Exatamente 10 minutos depois, o vôo de Alan chega, com um sono que eu estava, me arrastei até o portão onde ele irá me encontrar.

– Misericórdia, que cara é essa? Parace um difunto em pé! - Alan, que já estava na minha frente fazendo suas piadinhas lixosas.­
– Culpa sua, agora vamos andando. ­- Dei costas a ele, e caminhei em direção a saída do aeroporto. ­– Ué, você não está de carro?
– Estou de carro, Alan, você acha que eu viria andando? - É cada pergunta óbvia de Alan que meu Deus. Assim que virei para trás afim de olhar para Alan, avisto uma garota toda atrapalhada com suas bagagens, soltei um riso assim que notei seu desespero para arrumar as grandes malas.
– Vamos ajudar a mocinha ali. - Ri baixo e Alan demorou alguns segundos para entender, mas logo me acompanhou. A garota era um pouco menor que eu, cabelos longos e ondulados, da cor castanho, suas roupas era muito diferente, possuia bordados incríveis nos tecidos, os braços lotados de pulseiras brilhosas e com pingentes. Assim que me aproximei mais da garota, a ouvi balbuciar palavras estranhas.
– Ela é estrangeira, não falamos a língua dela, vamos embora. - Alan pegou em meu braço afim de me puxar, mas tirei sua mão de meu braço.
– Vamos ajudar a menina. - Me aproximei mais da garota, que agora falava no telefone, e cara, seu idioma era estranho, eu não sabia que língua era aquela. pigarreei assim que ela desligou o telefone, e a mesma me olhou, e pude ver seu rosto.
– Você aceita uma ajuda? - Falei pausadamente e apontando para as malas, esperando que ela me entenda. ­
– Eu aceito, estão pesadas. - Ela sorriu para nós dois, e pude ver Alan sorrir, e eu fiz o mesmo.
– Olha, ela fala português. - Alan disse, tirando leves risadas minha e da garota.­
– Vocês obviamente me ouviram falar em hindi. - Ela disse enquanto guardava seu celular em sua bolsa de mão.
– Hindi, é de que país esse idioma? - Perguntei, eu nunca tinha ouvido alguém falar nessa palavra antes. ­
– Índia, meu pai é indiano e minha mãe brasileira, aprendi com ele ambas línguas. - Disse ela, com um leve sorriso no rosto.
– Ah sim, entendi agora. - Sorri e cocei a nuca. ­– Bom, como podemos te ajudar com as bagagens? ­
– Irei pegar um táxi,vou pra casa de minha prima que mora em lagarzinho, macazinho... - Percebi o quanto ela estava confusa com nomes, estava pensativa e se atrapalhava quando citavam os nomes.
– Carazinho? - ri assim que ela soltou ''Essa mesmo, Are!''
– Diz Leila que é uma cidade super pequena, mas como eu não conheço lugar nenhum do Brasil, qualquer lugar pra mim está bom. - Ela sorriu, e colocou uma mexa de seu cabelo atrás da orelha. ­
– Mas enfim, poderiam me ajudar levando as malas até o taxi ali? - Apontou ela, então Alan e eu aceitamos e ajudamos a garota, levamos suas bagagens até o local desejado.­ ­
– Pronto, suas malas estão entregues. - Alan disse arrancando um sorriso da garota.­
– Shukria. - Disse ela.
– Que? - Questionei, que palavra esquisita.­
– Eu disse, muito obrigado. - riu e logo em seguida entrou no táxi.­
– Estranho, você não disse a ela que mora em Carazinho. - Alan riu e saiu me puxando pelo braço.

Assim que adentramos o carro, ligamos a rádio em qualquer estação e partimos com destino a minha casa.


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⏰ Última atualização: Jul 05, 2015 ⏰

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