Sr. Coelho

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Sr. Coelho

Você veio passar suas férias de verão perto da casa de seus pais, que não via há tanto tempo. Queria matar a saudade do longo tempo que passou longe deles. Seus pais ficaram surpresos com sua aparição repentina na pequena vila onde você morava antigamente.

Quando desembarcou no aeroporto, sentiu uma forte nostalgia. Um táxi já estava à sua espera na frente da saída do aeroporto. Finalmente, estava em casa novamente. Olhou mais uma vez ao redor antes de entrar no táxi e se dirigir à pequena vila onde nasceu e cresceu.

O caminho foi longo, a vila ficava bem distante da cidade. A paisagem natural das árvores verdes e as pequenas casinhas aqueciam seu coração. Você decidiu colocar seu fone de ouvido e escutar música durante todo o percurso, afinal, ia demorar alguns minutos para chegar à casa dos seus pais.

Quando chegou em frente à casa, o motorista te acordou avisando que a viagem havia terminado. Você acordou um pouco sonolenta e sem vontade de carregar todas aquelas malas pesadas, mas quando olhou para sua antiga casa, seu coração se encheu de alegria.

Saiu rapidamente do táxi, pegou suas malas no chão e pagou o motorista.

— Finalmente de volta em casa.

Com um pé atrás do outro e carregando o peso das malas, você parou em frente à porta da casa e bateu forte, incapaz de conter a animação.

— Já vai!

Uma voz familiar gritou, e você pôde ouvir os passos apressados do lado de dentro.

— Bom dia, quem é?

A senhorinha abriu a porta, limpando suas mãos sujas de temperos da cozinha. Ela olhou devagar para cima e arregalou os olhos. Um sorriso pequeno começou a se formar em seus lábios, e então, sem nenhum comentário, ela te abraçou forte. Tão forte que seus ossos pediam socorro.

— VOCÊ VOLTOU, MEU NENÉMZINHO!

Ela gritou empolgada, sem se importar com os olhares curiosos dos vizinhos.

— Amor! Nosso neném está de volta!

Rapidamente, você ouviu outros passos apressados, e logo seu pai apareceu na porta com um sorriso alegre, te abraçando fortemente.

— Entre, entre! Vamos conversar aqui dentro. Lá fora deve estar frio.

Sem você pedir, ele pegou suas malas e levou para dentro da humilde casa, guardando-as em seu antigo quarto, que continuava do jeitinho que você lembrava.

Sua mãe te chamou para almoçar, e então você e seu pai foram para a mesa. Sentaram-se, conversando e rindo muito. Você compartilhou as coisas que aconteceram na sua vida enquanto estava fora, e eles contaram tudo e algumas fofocas do que aconteceu no tempo que você esteve fora.

Depois de almoçar, você se deitou na sua cama, cansada da longa viagem. Só de lembrar da duração, já sentia dores de cabeça. Tudo que queria era descansar por um longo período de tempo.

E foi isso que fez. Dormiu, e quando acordou, já era hora de jantar. Acordou desnorteada, com a boca seca, e seus olhos ainda estavam se acostumando com a mudança de luz. Sentou na beira da cama, vestiu sua sandália e decidiu ir para a mesa jantar novamente.

O jantar foi agradável. Algumas vezes você falava, outras vezes seus pais, ou ficava tudo em um silêncio acolhedor. Como estar numa toca quentinha e calorosa no meio do inverno.

Passou algumas semanas até que, uma bela tarde, enquanto vasculhava seu quarto, encontrou um retrato antigo de quando era pequeno com seu pai. Vocês estavam na cachoeira que ficava perto da casa de vocês. Você se lembrou de como sempre fazia trilha com ele e de como gostava disso. Era uma lembrança maravilhosa.

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