ANFITEATRO DE TESES E TRAMAS

88°

— Ele errou finalmente, vamos captura-lo...

— O que? quem errou? – pergunto ainda de pijamas tentando desgrudar  minhas bolas da cueca, o que é bem incomodo, mas totalmente válido diga-se de passagem, algo até necessário eu diria.

— Quem seria né Hudson? talvez William o padeiro, sempre suspeitei dele também...

— Sério mesmo senhor?

— Não poha!!! ta zuando caralho?! vem anda logo e traz as minhas armas por favor, a gente vai atrás do Alfarráz.

3 Meses antes

Numa manhã de intermináveis e rotineiras chuvas sobre a cidade de Nicton, um homem alto com cabelos pretos e cicatriz no rosto batia a minha porta como nunca antes nem mesmo o carteiro houvera batido, mesmo depois de tudo o que o Billy fez com as pernas dele, eu rapidamente me aprontei, pensei ser algo importante então acabei não tendo tempo de apertar as abotoaduras do meu paletó mas nada que venha ao caso, a passos largos me pus frente a porta de entrada, e assim que girei a maçaneta cor latão, arredondada, meus olhos não puseram acreditar naquilo que estavam vendo, o homem de cabelos pretos e cicatriz no rosto era Vinckson Van Buren, o maior detetive de Nicton, as 7 da manhã a minha porta, trajando um sobretudo longo de cor preta sobre uma camisa social branca com suspensórios em couro conectados ao cinto, ele devia ter por volta de 1,80 talvez, forte, e com um olhar sereno e penetrante que dificilmente se fez diferente em qualquer ocasião que seja.

— Hudson Kleen Harris? — Ele pergunta já extendendo a mão em cumprimento e pisando sala a dentro como se aquela fosse a casa dele...

— Ah, sim esse sou eu senhor e o senhor é dete... — tento responder mas acabo sendo interrompido, enquanto devolvo o forte aperto de mão dele.

— Vinckson Van Buren? O Resolutor, sim sou eu como adivinhou?! brincadeiras a parte vi seu trabalho nos jornais, está escrevendo um livro, muito intrigante por sinal, li todos os capitulos publicados mas pelo visto ainda não está completo, me tornei um grande fã do seu trabalho.

— Igualmente senhor, também admiro muito tudo o que o senhor faz e já fez por essa cidade e pelo povo, é um verdadeiro herói pra todos os postos de diligencia em que já passou.

— É eu sei que admira, e vejo bastante potencial em você por isso após ler todos os seus trechos publicados no "Notório Diário" semanalmente, tive a certeza de que você é a melhor pessoa para o serviço.

— Serviço, como assim eu não estou...

— Sim, a vaga de parceria, quero que você seja meu companheiro...

— O que? — Desacreditado mas entusiasmado com a ideia de ser parceiro do maior detetive que essa cidade já ouviu falar eu pergunto ele com os olhos arregalados e sobrancelhas em pé.

— Exatamente isso, preciso de alguém com as suas capacidades para me ajudar com o plano, para capturar o Alfarráz.

— Minhas capacidades, quais? Eu não sou diligente, não fui admitido no exército.

— Seu livro, e seu histórico escolar é claro...

— Meu histórico escolar? Por que? Não me lembro de ser nenhum pouco acima da média, na verdade, eu me lembro de várias vezes estar bem abaixo da maioria...

— Ora meu caro Hudson, não me refiro a isso...

— Se refere ao que então?

— Problemas de raiva, percas constantes de auto controle e ataques de violencia extrema a outros estudantes em brigas e discussões na escola!

— Mas isso foi a muito tempo senhor,eu já não sou mais essa pessoa a qual você procura hoje em dia, sinto muito.

— Mesmo? Hm, é uma pena, pensei que você ainda estivesse interessado em usar as armas que você tem guardadas no porão!

— Ei, espera um pouco aí, como é que você?

— Isso não importa Hudson, você ta dentro ou fora caralho?

— Eu to com você, to dentro, totalmente dentro cara, desculpa duvidar de você ou fazer parecer outra coisa, foi mal.

— Relaxa, tamo de boa, só tenta parecer menos gay da próxima vez, esse papo de totalmente dentro ficou meio estranho beleza?!

— Ta foi mal, menos gay, eu entendi, valeu!

—Uhr, quer saber, só cala a boca Hudson...